A Díficil Tarefa na Hora da Escolha do Curso
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Escolher o curso certo é a principal preocupação da maioria dos
estudantes que estão prestes a fazer vestibular. Para a maioria, aquele
momento de colocar o código do curso na ficha de inscrição parece ser
um caminho sem volta, onde o erro não é permitido e uma segunda chance
não existe. Psicólogos e professores, no entanto, salientam que a
escolha do curso não é o momento decisivo e que há sempre a opção de
mudar de curso e fazer um novo vestibular. “A maioria dos alunos é
nova, tem muito tempo pela frente e o melhor é não ficar em um curso
que não lhe agrada”, diz a professora Eurimar do Amaral.
Num período que já é naturalmente estressante, muitos vestibulandos
contam ainda com uma pressão familiar para que sigam esta ou aquela
carreira. “Muitos pais projetam nos filhos seus próprios desejos e
existe uma angústia muito grande quando isso acontece. É fundamental
que eles percebam que a decisão deve ser dos filhos”, afirma a
professora.
Um exemplo de quem não se deixa abater pelas decepções
universitárias é a analista de investimentos Renata Euzébio, de 26
anos. Ela já começou três cursos universitários diferentes, e foi só na
última tentativa que encontrou uma opção que lhe agradasse. “Fiz alguns
meses de história e jornalismo, mas não gostei de nenhum dos cursos. Eu
ia para a aula e percebia que aquilo não tinha nada a ver comigo.
Resolvi trancar as matrículas mesmo contrariando a minha família”,
conta.
Professores avaliam que a atitude de Renata é louvável. “Acho
fundamental que o aluno não satisfeito tenha coragem de mudar de
opção”, diz a professora Laurene Barbosa Soares de Oliveira, do Colégio
Renovatus. Ela conta que há sempre tempo para mudar e se encontrar.
Segundo psicólogos, para que o estudante faça a escolha certa, ele
precisa, primeiro, conhecer a si mesmo. Com base nesse pensamento é que
o Colégio Renovatus desenvolveu um novo projeto de orientação
profissional. “Esse trabalho é feito em duas linhas. A primeira provê
informações sobre as carreiras. A segunda é centrada no
autoconhecimento. Sabendo as suas preferências, o aluno tem mais
segurança para fazer a escolha”, explica a professora.
Laurene diz que cabe ao professor informar os alunos sobre as
carreiras, mostrando-as da forma mais real possível. “É claro que ele
tem que fazer o que gosta, mas não podemos mostrar uma visão romanceada
da realidade. Ele precisa saber como está o mercado, porque um
profissional que não consegue se realizar na profissão que gosta não
será feliz”, afirma.
A estudante Bruna Alcino, do terceiro ano do Ensino Médio, vive na
pele o dilema de ter que escolher. “Eu ainda não escolhi. Estou em
dúvida entre três áreas diferentes, o jornalismo, cinema e
gastronomia”, diz a aluna. Ela disse que para se decidir pretende
conhecer até o final do ano o currículo dos cursos, o mercado e as
instituições que oferecem o curso. “Neste mês vou a São Paulo conhecer
uma faculdade de cinema e pretendo fazer isso com os outros cursos”.
SAIBA MAIS
ANTES DE SELECIONAR A OPÇÃO
Informe-se sobre as profissões existentes
Procure informações sobre as instituições de ensino
Converse com profissionais da área escolhida para ter uma idéia de como é a profissão
Conheça a rotina dos profissionais Conheça a instituição e a cidade escolhida para evitar problemas de adaptação
Na internet é possível encontrar até a grade curricular dos cursos
Na dúvida, busque ajuda de profissionais
Não escolha uma profissão pensando exclusivamente em ganhar dinheiro
Orientação sobre as carreiras é fundamental
Profissionais e psicólogos que atuam na área da Educação são
taxativos em afirmar que, embora não haja fórmula que indique a
carreira ideal, há algumas maneiras de se receber orientação sobre a
difícil decisão que o vestibular representa. Deve-se antes de tudo
procurar conhecer o que significa cada curso. Para isso, é interessante
saber o que se estuda na faculdade, conhecer as especializações
oferecidas e como atuam os profissionais.
Essa pesquisa pode ser feita nos manuais do candidato, mas o mais
importante é ouvir os depoimentos de profissionais que falam sobre o
dia-a-dia daquilo que fazem. Isso está sendo cada vez mais utilizado
por colégios e cursos pré-vestibular. O veterinário Luciano Ferraz
Neto, de 33 anos, faz palestras para explicar seu trabalho. “Muita
gente acha que ser veterinário é dar vacina em cachorros cheirosos e
não tem noção de que vai lidar com animais doentes”, diz.
As escolas também costumam manter uma equipe de psicólogos que
aplicam testes vocacionais nos estudantes para ajudar a escolherem a
profissão. Outra opção são as visitas programadas a universidades. O
roteiro inclui visitas orientadas e palestras sobre as diferentes
profissões e o mercado de trabalho, oficinas com atividades práticas
nos laboratórios.
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