Bacias Hidrográficas
O Brasil é dotado de uma vasta e densa rede hidrográfica,
sendo que muitos de seus rios destacam-se pela extensão, largura e
profundidade. Em decorrência da natureza do relevo, predominam os rios
de planalto que apresentam em seu leito rupturas de declive, vales
encaixados,
entre outras características, que lhes conferem um alto potencial para
a geração de energia elétrica.
Principais Bacias Hidrográficas do
Brasil
Quanto à navegabilidade,
esses rios, dado o seu perfil não regularizado, ficam um tanto
prejudicados.
Dentre os grandes rios nacionais, apenas o Amazonas e o Paraguai são
predominantemente de planície e largamente utilizados para a navegação.
Os rios São Francisco e Paraná são os principais rios
de planalto.
De maneira geral, os rios têm origem em regiões não
muito elevadas, exceto o rio Amazonas e alguns de seus afluentes que
nascem
na cordilheira andina.
Em termos gerais, como mostra o mapa acima, pode-se dividir a rede
hidrográfica
brasileira em sete principais bacias, a saber: a bacia do rio Amazonas; a
do Tocantins – Araguaia; a bacia do Atlântico Sul – trechos norte e
nordeste; a do rio São Francisco; a do Atlântico Sul – trecho
leste; a bacia Platina, composta pelas sub-bacias dos rios Paraná e
Uruguai; e a do Atlântico Sul – trechos sudeste e sul.
Bacia do rio Amazonas
Em 1541, o explorador espanhol Francisco de Orellana percorreu,
desde as
suas nascentes nos Andes peruanos, distante cerca de 160 km do Oceano
Pacífico,
até atingir o Oceano Atlântico, o rio que batizou de Amazonas,
em função da visão, ou imaginação da existência,
de mulheres guerreiras, as Amazonas da mitologia grega.
Este rio, com uma extensão de aproximadamente 6.500 km, ou superior
conforme recentes descobertas, disputa com o rio Nilo o título de mais
extenso no planeta. Porém, em todas as possíveis outras avaliações
é, disparado, o maior.
Sua área de drenagem total, superior a 5,8 milhões de km2,
dos quais 3,9 milhões no Brasil, representa a maior bacia hidrográfica
mundial. O restante de sua área dividi-se entre o Peru, Bolívia,
Colômbia, Equador, Guiana e Venezuela. Tal área poderia abranger
integralmente o continente europeu, a exceção da antiga União
Soviética.
O volume de água do rio Amazonas é extremamente elevado,
descarregando
no Oceano Atlântico aproximadamente 20% do total que chega aos oceanos
em todo o planeta. Sua vazão é superior a soma das vazões
dos seis próximos maiores rios, sendo mais de quatro vezes maior que
o rio Congo, o segundo maior em volume, e dez vezes o rio Mississipi.
Por
exemplo, em Óbidos, distante 960 km da foz do rio Amazonas, tem-se
uma vazão média anual da ordem de 180.000 m3/s. Tal volume d’água
é o resultado do clima tropical úmido característico
da bacia, que alimenta a maior floresta tropical do mundo.
Na Amazônia os canais mais difusos e de maior penetrabilidade são
utilizados tradicionalmente como hidrovias. Navios oceânicos de grande
porte podem navegar até Manaus, capital do estado do Amazonas, enquanto
embarcações menores, de até 6 metros de calado, podem
alcançar a cidade de Iquitos, no Peru, distante 3.700 km da sua foz.
O rio Amazonas se apresenta como um rio de planície, possuindo baixa
declividade. Sua largura média é de 4 a 5 km, chegando em alguns
trechos a mais de 50 km. Por ser atravessado pela linha do Equador, esse
rio
apresenta afluentes nos dois hemisférios do planeta. Entre seus
principais
afluentes, destacam-se os rios Iça, Japurá, Negro e Trombetas,
na margem esquerda, e os rios Juruá, Purus, Madeira, Tapajós
e Xingu, na margem direita.
Bacia do rio Tocantins – Araguaia
A bacia do rio Tocantins – Araguaia com uma área superior a 800.000
km2, se constitui na maior bacia hidrográfica inteiramente situada
em território brasileiro. Seu principal rio formador é o Tocantins,
cuja nascente localiza-se no estado de Goiás, ao norte da cidade de
Brasília. Dentre os principais afluentes da bacia Tocantins – Araguaia,
destacam-se os rios do Sono, Palma e Melo Alves, todos localizados na
margem
direita do rio Araguaia.
O rio Tocantins desemboca no delta amazônico e embora possua, ao
longo
do seu curso, vários rápidos e cascatas, também permite
alguma navegação fluvial no seu trecho desde a cidade de Belém,
capital do estado do Pará, até a localidade de Peine, em Goiás,
por cerca de 1.900 km, em épocas de vazões altas. Todavia,
considerando-se
os perigosos obstáculos oriundos das corredeiras e bancos de areia
durante as secas, só pode ser considerado utilizável, por todo
o ano, de Miracema do Norte (Tocantins) para jusante.
O rio Araguaia nasce na serra das Araras, no estado de Mato Grosso,
possui
cerca de 2.600 km, e desemboca no rio Tocantins na localidade de São
João do Araguaia, logo antes de Marabá. No extremo nordeste
do estado de Mato Grosso, o rio dividi-se em dois braços, rio Araguaia,
pela margem esquerda, e rio Javaés, pela margem direita, por
aproximadamente
320 km, formando assim a ilha de Bananal, a maior ilha fluvial do mundo.
O
rio Araguaia, é navegável cerca de 1.160 km, entre São
João do Araguaia e Beleza, porém não possui neste trecho
qualquer centro urbano de grande destaque.
Bacia do Atlântico Sul – trechos norte e nordeste
Vários rios de grande porte e significado regional podem ser citados
como componentes dessa bacia, a saber: rio Acaraú, Jaguaribe, Piranhas,
Potengi, Capibaribe, Una, Pajeú, Turiaçu, Pindaré, Grajaú,
Itapecuru, Mearim e Parnaíba.
Em especial, o rio Parnaíba é o formador da fronteira dos
estados do Piauí e Maranhão, por seus 970 km de extensão,
desde suas nascentes na serra da Tabatinga até o oceano Atlântico,
além de representar uma importante hidrovia para o transporte dos
produtos
agrícolas da região.
Bacia do rio São Francisco
A bacia do rio São Francisco, nasce em Minas Gerais, na serra da
Canastra, e atravessa os estados da 88Bahia, Pernambuco, Alagoas e
Sergipe.
O rio São Francisco possui uma área de drenagem superior a 630.000
km2 e uma extensão de 3.160 km, tendo como principais afluentes os
rios Paracatu, Carinhanha e Grande, pela margem esquerda, e os rios
Salitre,
das Velhas e Verde Grande, pela margem direita.
De grande importância política, econômica e social, principalmente
para a região nordeste do país, é navegável por
cerca de 1.800 km, desde Pirapora, em Minas Gerais, até a cachoeira
de Paulo Afonso, em função da construção de hidrelétricas
com grandes lagos e eclusas, como é o caso de Sobradinho e Itaparica.
Bacia do Atlântico Sul – trecho leste
Da mesma forma que no seu trecho norte e nordeste, a bacia do
Atlântico
Sul no seu trecho leste possui diversos cursos d’água de grande porte
e importância regional. Podem ser citados, entre outros, os rios Pardo,
Jequitinhonha, Paraíba do Sul, Vaza-Barris, Itapicuru, das Contas e
Paraguaçu.
Por exemplo, o rio Paraíba do Sul está localizado entre os
estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, os de maior
significado
econômico no país, possui ao longo do seu curso diversos aproveitamentos
hidrelétricos, cidades ribeirinhas de porte, como Campos, Volta Redonda
e São José dos Campos, bem com industrias importantes como a
Companhia Siderúrgica Nacional.
Bacia Platina, ou dos rios Paraná e Uruguai
A bacia platina, ou do rio da Prata, é constituída pelas sub-bacias
dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai, drenando áreas do Brasil,
Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai.
O rio Paraná possui cerca de 4.900 km de extensão, sendo o
segundo em comprimento da América do Sul. É formado pela junção
dos rios Grande e Paranaíba. Possui como principais tributários
os rios Paraguai, Tietê, Paranapanema e Iguaçu. Representa trecho
da fronteira entre Brasil e Paraguai, onde foi implantado o
aproveitamento
hidrelétrico binacional de Itaipu, com 12.700 MW, maior usina
hidrelétrica
em operação do mundo. Posteriormente, faz fronteira entre o
Paraguai e a Argentina. Em função das suas diversas quedas,
o rio Paraná somente possui navegação de porte até
a cidade argentina de Rosário.
O rio Paraguai, por sua vez, possui um comprimento total de 2.550
km, ao
longo dos territórios brasileiro e paraguaio e tem como principais
afluentes os rios Miranda, Taquari, Apa e São Lourenço. Nasce
próximo à cidade de Diamantino, no estado de Mato Grosso, e
drena áreas de importância como o Pantanal mato-grossense. No
seu trecho de jusante banha a cidade de Assunción, capital do Paraguai,
e forma a fronteira entre este país e a Argentina, até desembocar
no rio Paraná, ao norte da cidade de Corrientes.
O rio Uruguai, por fim, possui uma extensão da ordem de 1.600 km,
drenando uma área em torno de 307.000 km2. Possui dois principais
formadores,
os rios Pelotas e Canoas, nascendo a cerca de 65 km a oeste da costa do
Atlântico.
Fazem parte da sua bacia os rios Peixe, Chapecó, Peperiguaçu,
Ibicuí, Turvo, Ijuí e Piratini.
O rio Uruguai forma a fronteira entre a Argentina e Brasil e, mais
ao sul,
a fronteira entre Argentina e Uruguai, sendo navegável desde sua foz
até a cidade de Salto, cerca de 305 km a montante.
Bacia do Atlântico Sul – trechos sudeste e sul
A bacia do Atlântico Sul, nos seus trechos sudeste e sul, é
composta por rios da importância do Jacuí, Itajaí e Ribeira
do Iguape, entre outros. Os mesmos possuem importância regional, pela
participação em atividades como transporte hidroviário,
abastecimento d’água e geração de energia elétrica.
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