Entenda e conheça um pouco mais sobre os Blocos Econômicos
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Vira e mexe vemos e ouvimos em alguns noticiários ou em conversas, cuja pauta é economia ou questões políticas, as palavras “Mercosul”, “União Europeia”, “Brics” e outras siglas existentes dos blocos econômicos. Mas você sabe o que isso significa?
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Talvez você não saiba a fundo o que significa a sigla de um bloco econômico, como funcionam e nem de onde surgiram, mas já deve saber que de alguma forma elas também estão relacionadas com a sua vida financeira.
Os blocos econômicos nada mais são que um conjunto de países que, por proximidade local ou situação econômica, política, resolveram se agrupar para terem acordos de comércio.
Essas associações têm pretensão de auxiliar no desenvolvimento social, político e econômico de seus membros.
A ligação entre esses países através dos blocos econômicos traz para eles algumas vantagens entre si, como: baixas tarifas e barreiras alfandegárias, ou até anulações delas, e a garantia de desenvolvimento do comércio interno e externo.
Mas há algumas desvantagens também, como o impeditivo de se relacionar com outros comércios.
Complexo tudo isso, né? Mas vamos entender melhor os tipos de blocos econômicos que temos, como funcionam e conhecer os mais famosos deles.
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Quais são os tipos de blocos econômicos?
Há vários tipos de blocos econômicos e eles se diferenciam pelo nível de integração que há entre seus membros.
De todos os existentes, classificamos-os nos seguintes tipos: zona de livre comércio, união aduaneira, mercado comum, união econômica e monetária, e zona de preferência tarifária.
A seguir, a gente explica um pouquinho melhor cada um desses tipos de bloco.
Zona de Livre Comércio
Neste modelo de bloco econômico, os países se agrupam numa liberação gradual de mercadorias e capitais dentro dos limites territoriais do bloco. Ou seja, há uma facilitação comercial entre eles com a eliminação de tarifas e barreiras alfandegárias
União Aduaneira
A União Aduaneira é uma espécie de zona livre de comércio com uma certa evolução. Além de contar com a liberação do trânsito de mercadorias e produtos entre os territórios dos países membros, há também a imposição de uma Tarifa Externa Comum (TEC).
Essa tarifa é aplicada na ação comercial com países externos ao bloco. Ou seja, quando um dos países do bloco fechar algum negócio com outro, que não pertença ao seu grupo, ele deverá aplicar essa taxa padronizada.
Desta forma, os produtos sairão mais caros para os países que não pertencem a bloco.
Mercado Comum
Seguindo o ritmo, o mercado comum também é um formato de bloco econômico que é uma evolução do que encontramos na união aduaneira.
No mercado comum, a integração dos países membros tem a liberdade do trânsito de produtos sem as taxas e barreiras, há a presença do TEC, mas também conta com uma ampliação das relações entre os envolvidos.
Como assim?
Os países membros do grupo buscam padronizar as leis trabalhistas, legislações econômicas e estabelecem a livre circulação de pessoas. Neste modelo de bloco, as empresas de um único país também podem expandir sua atuação para os outros países do grupo.
Resumindo, no mercado comum os países têm um elevado nível de integração, com livre comércio, circulação de pessoas, informação, capitais e bens. É como se não houvesse fronteiras físicas entre eles.
União Econômica e Monetária
No caso deste modelo de bloco econômico, o fator político também começa a ser tratado com atenção.
Na união económica e monetária, os países se agrupam e fazem um acordo para desenvolvimento econômico, ligado a importação e exportação, e também de assuntos do campo político. Eles adotam uma política comum entre eles, como a adoção de uma moeda única e um banco central do bloco.
Zona de Preferência Tarifária
Este último tipo de bloco econômico consiste num tipo de integração entre os países membros em que são adotadas algumas vantagens tarifárias em apenas e alguns produtos, diferente do caso da Zona Livre de Comércio.
Esse posicionamento faz com que os países externos ao bloco consigam realizar suas negociações por valores mais baixos.
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Vantagens e desvantagens dos blocos econômicos
Estar dentro de um bloco econômico é uma boa opção para acelerar o desenvolvimento da economia de uma nação, mas não quer dizer que a estratégia também não tenha duas desvantagens.
Primeiro de tudo, vamos as vantagens.
Os principais pontos de benefício já foram bem ressaltados até aqui. Estar dentro de um bloco econômico faz com que o país tenha custos mais baixos para produtos e serviços dos seus parceiros por conta da anulação ou descontos nas taxas de importação e da tarifa alfandegária.
Além dos serviços e produtos, dependendo do modelo de bloco adotado, também há a questão do trânsito de pessoas e informação que pode fomentar ainda mais o crescimento econômico do país.
Outra vantagem também é para as empresas com matriz dentro dos países que compõem o bloco econômico. Como empresas de fora não participam do tratado de redução ou anulação de taxas, as empresas nacionais conseguem entregar produtos e serviços mais baratos, tendo vantagem com relação às de fora.
Mas, como nem tudo são flores, vamos às desvantagens de pertencer a um bloco econômico.
Como no bloco toda a ação é pensando no bem mútuo dos integrantes, qualquer avanço e destaque será dado ao grupo, ou seja, não haverá uma soberania nacional. Então, além de abrir mão de ser soberano economicamente na sua região, haverá também um enfraquecimento de multinacionalismo frente ao fortalecimento da economia regional.
Além dessas questões, tem também o fato de que com os blocos econômicos as economias globais irão se polarizar, haverá uma falta de liberdade para os países negociarem com outros que não sejam do bloco, limitando o mercado.
Por fim, uma última desvantagem é que nem todos os países do bloco podem estar no mesmo nível econômico. Ou seja, há a possibilidade de um país com economia fraca prejudicar o seu parceiro que já tem uma economia mais consolidada.
Os principais blocos econômicos
Já vimos alguns tipos de blocos econômicos, agora veremos os principais deles que estão em atividade mundial. São esses sistemas que colocam os países em concorrência global.
NAFTA
O NAFTA (North American Free Trade Agreement (Acordo de Livre Comércio da América do Norte)) é um bloco econômico que serve de instrumento para a integração entre a economia dos EUA, do Canadá e do México. O primeiro passo para sua criação é o tratado de livre comércio assinado por norte-americanos e canadenses em 1988, ao qual os mexicanos aderiram em 1992.
A ratificação do NAFTA, em 1993, vem para consolidar o intenso comércio regional já existente na América do Norte e para enfrentar a concorrência representada pela União Européia. Entra em vigor em 1994, estabelecendo o prazo de 15 anos para a total eliminação das barreiras alfandegárias entre os três países.
Seu mais importante resultado até hoje é a ajuda financeira prestada pelos EUA ao México durante a crise cambial de 1994, que teve grande repercussão na economia global.
Mercosul
Criado em 1991, o Mercosul (Mercado Comum do Sul) é um bloco econômico composto por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, países sul-americanos que adotam políticas de integração econômica e aduaneira. Este é o maior bloco econômico do Hemisfério Sul.
A origem do Mercosul está nos acordos comerciais entre Brasil e Argentina elaborados em meados dos anos 80.A partir do início da década de 90, o ingresso do Paraguai e do Uruguai torna a proposta de integração mais abrangente. Em 1995 instalou-se uma zona de livre comércio.
Cerca de 90% das mercadorias fabricadas nos países-membros podem ser comercializadas internamente sem tarifa de importação. Alguns setores, porém, mantêm barreiras tarifárias temporárias, que deverão ser reduzidas gradualmente.
Além da extinção de tarifas internas, o Mercosul estipula a união aduaneira, com a padronização das tarifas externas para diversos itens. Ou seja: os países-membros comprometem-se a manter a mesma alíquota de importação para determinados produtos.
Os países-membros totalizam uma população de 206 milhões de habitantes e um PIB de 1,1 trilhão de dólares. A sede do Mercosul se alterna entre as capitais desses países.
Segundo cláusula de 1996 só integram o Mercosul nações com instituições políticas democráticas. Chile e Bolívia são membros associados, assinando tratado para a formação de zona de livre comércio, mas não entram na união aduaneira.
União Européia
Conhecido inicialmente como Comunidade Econômica Européia (CEE), o bloco econômico formado por 15 países da Europa Ocidental passa formalmente a ser chamada de União Européia (UE) em 1993, quando o Tratado de Maastricht entra em vigor.
Este é o segundo maior bloco econômico do mundo em termos de PIB, com uma população de 374 milhões de pessoas.
- Veja abaixo o histórico da UE:
- 1951 – Criada a Comunidade Européia do Carvão e do Aço
- 1957 – Tratado de Roma (Comunidade Econômica Européia – Europa dos 6)
- 1992 – Consolidação do Mercado Comum Europeu (eliminação das barreiras alfandegárias)
- 1993 – Entra em vigor o Tratado de Maastricht (Holanda), assinado em 1991
Os 27 países membros deste bloco são: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Polônia, Portugal, República Checa, Romênia e Suécia.
Antes, o grupo continha 28 países-membros, mas, em janeiro de 2020, o Reino Unido saiu oficialmente do grupo, após praticamente quatro anos trabalhando nesta saída.
O motivo da saída do Reino Unido do bloco, apelidado pelo termo Brexit (“British + exit”, que em português significa “saída Britânica”, é devido ao contexto da crise migratória que assola a Europa, sendo resultado de disputas políticas de longa data entre os britânicos.
Outra questão que impulsionou o Brexit é a soberania política do Reino Unido. O governo acreditava que a submissão ao bloco econômico tornava o país menos poderoso.
Apec
A APEC (Ásia-Pacific Economic Cooperation (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico)) foi criada no ano de 1989 na Austrália, como um fórum de conversação entre os países membros da ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático) e seis parceiros econômicos da região do Pacífico, como EUA e Japão.
Porém, apenas no ano de 1994 adquiriu características de um bloco econômico na Conferência de Seattle, quando os membros se comprometeram a transformar o Pacífico em uma área de livre comércio.
A criação da APEC surgiu em decorrência de um intenso desenvolvimento econômico ocorrido na região da Ásia e do Pacífico, propiciando um abertura de mercado entre 20 países mais Hong Kong (China), além da transformação da área do sudeste asiático em uma área de livre comércio nos anos que antecederam a criação da APEC, causando um grande impacto na economia mundial.
Um aspecto estratégico da aliança, é aproximar a economia norte-americana dos países do Pacífico para contrabalançar com as economias do Japão e de Hong Kong.
Entre os aspectos positivos da criação da APEC estão o desenvolvimento das economias dos países membros que expandiram seus mercados, sendo que hoje em dia, além de produzirem sua mercadoria, correspondem a 46% das exportações mundiais, além da aproximação entre a economia norte americana e os países do Pacífico e o crescimento da Austrália como exportadora de matérias primas para outros países membros do bloco.
Como aspectos negativos, pode-se salientar que um dos maiores problemas da APEC, senão o maior, é a grande dificuldade em coincidir os diferentes interesses dos países membros e daqueles que estão ligados ao bloco, como Peru, Nova Zelândia, Filipinas e Canadá.
Além disso, o bloco tem pouco valor em relação a Organização Mundial do Comércio, mesmo sendo responsável por grande movimentação no comércio mundial.
Os países membros da APEC são: Austrália, Brunei, Canadá, Indonésia, Japão, Malásia, Nova Zelândia, Filipinas, Cingapura, Coréia do Sul, Tailândia, Estados Unidos, China, Hong Kong, Taiwan, México, Papua-Nova Guiné, Chile, Peru, Rússia e Vietnã. Este é considerado o maior bloco econômico da Ásia.
O bloco está dividido quanto a questão do petróleo, pois vários de seus membros são produtores e estão satisfeitos com a alta nos preços, enquanto aqueles que precisam comprar o petróleo brigam para que o preço diminua.
Comunidade dos Estados Independentes (CEI)
A Comunidade dos Estados Independentes (CEI) é um bloco econômico criado em 1991 que integra 12 das 15 repúblicas que formavam a URSS. Ficam de fora apenas os três Estados bálticos: Estônia, Letônia e Lituânia.
A intenção deles com esta união era de integrar esses países às lógicas econômicas mundiais após o fim da URSS.
Sediada em Minsk, capital da Belarus, organiza-se em uma confederação de Estados, preservando a soberania de cada um.
Sua estrutura abriga dois conselhos: um formado pelos chefes de Estados, e outro pelos chefes de Governo, que se encontram de três em três meses.
No ato de criação, a comunidade prevê a centralização das Forças Armadas e o uso de uma moeda comum: o Rublo.
Na prática, porém, as ex-repúblicas não chegam a um consenso sobre integração político-econômica. Somente em 1997 todos os membros, exceto a Geórgia, assinaram um acordo para estabelecer uma união alfandegária e dobrar o comércio interno até o ano de 2000.
Comunidade Andina (CAN)
A Comunidade Andina é um bloco criado em 1969 e formado por quatro países da América Andina: Bolívia, Colômbia, Equador e Peru. Antes de assumirem o nome pelo qual são conhecidos, o grupo era chamado de Pacto Andino.
Venezuela e Chile chegaram a fazer parte do grupo, mas se desligaram. O Chile permaneceu até 1976, quando Augusto Pinochet apontou algumas incompatibilidades econômicas e diferenças de interesses com os outros países membros.
Já a Venezuela saiu em 2006 da comunidade. O então presidente, Hugo Chávez, acabou aderindo mais tarde ao Mercosul.
O objetivo deste bloco se assemelha muito com os outros. A Comunidade Andina tem como objetivo geral desenvolver a economia, a política, os campos social e cultural através da integração dos países envolvidos.
União Africana (UA)
A União Africana (UA) é um bloco econômico composto por 55 países do continente africano. São eles: Argélia, Angola, Benim, Botswana, Burquina Fasso, Burundi, Cabo Verde, Camarões, República Centro-Africana, Chade, Comoros, República Democrática do Congo, República do Congo, Djibouti, Egito, Guiné Equatorial, Eritreia, Essuatíni, Etiópia, Gabão, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Costa do Marfim, Quênia, Lesoto, Libéria, Líbia, Madagáscar, Malawi, Mali, Mauritânia, Ilhas Maurícias, Marrocos, Moçambique, Namíbia, Níger, Nigéria, Ruanda, São Tomé e Príncipe, Senegal, Seicheles, Serra Leoa, Somália, África do Sul, Sudão, Tanzânia, Togo, Tunísia, Uganda, Saara Ocidental, Zâmbia, Zimbabwe e União Africana.
Esse bloco foi criado oficialmente em 2022 e é guiado pelo seguinte desejo, ter “uma África integrada, próspera e pacífica, impulsionada por seus próprios cidadãos e representando uma força dinâmica na arena global”.
Os objetivos do grupo são estabelecer a unidade e a solidariedade africana. A União Africana também defende a eliminação do colonialismo, a soberania dos Estados africanos e a integração econômica, além da cooperação política e cultural dentro do continente.
Southern Africa Development Coommunity (Sadc)
O Southern Africa Development Coommunity (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral) é um bloco econômico, criado em outubro de 1992, por meio da união de alguns países localizados mais ao sul do continente africano. Sua sede fica na cidade de Botswana, Gaborone.
Os objetivos do grupo eram: desenvolver a região, estabelecer a paz entre os países membros e criar um mercado comum incentivando as relações comerciais. Para além dos acordos econômicos, a formação do bloco também visa as questões políticas e sociais.
Pertencem ao bloco os seguintes países: África do Sul, Angola, Botsuana, Lesoto, Madagascar, Malawi, Maurício, Moçambique, Namíbia, República Democrática do Congo, Seicheles, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue.
Uma das discussões do bloco é a transição para o modelo de união aduaneira com a implementação de uma moeda única entre os membros. Outra pauta, é a questão do desenvolvimento sustentável considerando a exploração de recursos naturais, a afirmação da identidade sociocultural e a área da saúde.
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Blocos econômicos que o Brasil participa
Dentre os blocos econômicos por aqui citados e explicados, o Brasil faz parte, de modo interino e como membro com voz, do Mercosul. Mas, o governo brasileiro também está inserido em outros dois grupos importantes: o BRICS e o G15.
A participação do Brasil nesses blocos tem contribuído muito para o desenvolvimento do país e aumentado a sua relevância internacional nos principais debates mundiais, viabilizando o comércio comum e o fortalecimento da indústria nacional por meio de negociações favoráveis.
Além destes três blocos dos quais o Brasil já faz parte, há estudos e negociações para também integrar os seguintes bloco econômicos: a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e o Progresso e Desenvolvimento da América do Sul (Prosul)
Leia mais: A democracia no Brasil
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