Como é organizado o vestibular da UEL
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Todo o trabalho é orientado pela equipe pedagógica da Cops? A
Universidade Estadual de Londrina (UEL) divulgou na semana passada a
concorrência do vestibular 2010.
São 22.300 candidatos, que disputam
3,1 mil vagas, em 43 cursos de graduação. Mais uma vez o curso mais
concorrido é medicina, com 54,06 postulantes para cada vaga. Para
organizar um processo seletivo desse porte, é necessário investimento
em estrutura e muito cuidado com o sigilo.
Por isso, os processos de
elaboração e aplicação das provas, que podem definir o destino
profissional de milhares de estudantes, envolvem cerca de 70 pessoas. O
vestibular 2010 da UEL será realizado em duas fases: a primeira no dia
15 de novembro e a segunda, nos dias 6, 7 e 8 de dezembro.
A
coordenadora da Coordenadoria de Processos Seletivos (Cops) da UEL
Elaine Fernandes Mateus, responsável pela organização, fala nesta
entrevista sobre o método de trabalho e os cuidados no preparo e
aplicação das provas de um dos principais vestibulares do País.
Quais
são os processos de produção do vestibular?
Fazemos um estudo da prova
aplicada no último processo seletivo, analisamos e, com os dados em
mãos, reconstituímos a equipe de estruturação da primeira fase.
Iniciamos esse trabalho em março. Com essa equipe começamos o trabalho
de definição dos temas, realinhamento da proposta com base sempre nos
estudos do vestibular anterior.
Quando é preparada a segunda fase?
Em
abril constituímos a equipe de estruturação da segunda fase. Essas
equipes de estruturação da primeira e da segunda fases, a partir deste
ano, foram constituídas de forma distinta.
Como é administrada a
montagem das provas?
Os estruturadores se reúnem para fazer essa prova
juntos. Todo esse trabalho é orientado pela equipe pedagógica da Cops.
Esse processo vai ao longo de todo o ano. A primeira prova entra em
fase final em setembro e a segunda, em outubro. E a cada dois anos nos
reunimos para mudar as referências das obras literárias.
Como são os
cuidados com segurança?
A diretoria pedagógica não tem acesso à
internet. Os computadores têm acesso restrito por senha e também todo o
trabalho da prova é feito aqui. As questões não saem daqui. O dia do
trabalho da equipe é restrito, não se agenda outra atividade. Fazemos
uma programação para que as provas não sejam impressas com muita
antecedência. Após a impressão as provas ficam guardadas em malotes
dentro de um cofre.
As equipes de estruturação mudam todo ano?
A equipe
não muda sempre. Experiências mostram que estar participando há
bastante tempo vai produzindo um conhecimento, um know-how do qual não
queremos abrir mão. Trocamos de colaboradores quando eles têm algum
parentesco de até terceiro grau envolvido no processo. Todos os
envolvidos na elaboração e impressão assinam um documento afirmando não
ter ninguém com algum grau de parentesco de até terceiro grau fazendo a
prova.
Como vocês controlam isso?
Quando terminamos o processo de
inscrição, fazemos um cruzamento de dados que faz uma verificação e
indica. Temos consciência e as pessoas que se envolvem conhecem a
responsabilidade do trabalho e o que significa o vestibular feito aqui
na UEL.
No caso da redação, como é feita a escolha do tema?
É um
trabalho também ao longo do ano. Fazemos estudos de temas, não diria
presentes na mídia, mas que podem contribuir para que o candidato
articule suas idéias e consiga argumentar. São pensadas e elaboradas
várias propostas. A partir daí, vamos afunilando até chegar ao tema
final. Isso é feito por outra equipe, diferente daquela que faz as
demais questões do vestibular. Três pessoas participam da escolha do
tema da redação. Essas três pessoas com mais dez fazem a correção.
Total que pode variar de 12 a 15 pessoas.
Como funciona o processo de
correção da redação?
No caso da redação é uma equipe composta pelas
pessoas que propuseram os temas. A correção da redação é feita por duas
pessoas, mas as leituras das notas são todas digitais. Quando há uma
discrepância grande um terceiro corretor corrige a prova. Eles dão a
nota do mesmo jeito que o aluno pinta o gabarito, preenchem, e depois
passa na leitora. Essa prova passa uma vez na leitora, é guilhotinada e
um corretor não vê a nota do outro. Depois passa novamente na leitora e
o sistema dá a média e acusa se a diferença de nota for grande. Aquele
que tiver essa discrepância volta para uma terceira pessoa que lê, sem
que ela também saiba quais foram as duas notas anteriores
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