Economia da China
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A China é um país de economia planificada, isto é, controlada pelo
estado segundo os princípios socialistas. Com a morte do presidente Mao
Zedong (Mao Tsé-tung), a economia passou por um processo de
modernização e liberalização, visando mais eficiência e melhor
aproveitamento dos recursos.
Organização econômica:
O novo regime instaurado em 1949 procurou transformar a sociedade e a
economia com a socialização dos bens básicos: a terra, a indústria e as
fontes de energia. Eliminada a propriedade privada dos meios de
produção, o objetivo seguinte foi o desenvolvimento produtivo e a
industrialização, contando apenas com os recursos internos. Isso se
realizou com a planificação da economia a médio prazo e com os planos
qüinqüenais.
Contudo, a partir de 1978, pouco depois da morte de Mao Zedong, a
política econômica tomou novo rumo, cujo objetivo prioritário era
modernizar o país. Deixou-se de lado o mito da auto-suficiência
econômica e intensificaram-se as trocas comerciais com o Japão, a
Europa e os Estados Unidos. Além disso, houve mudanças no sistema de
gestão industrial e o sistema de comunas camponesas foi complementado
com a criação de pequenos lotes privados.
Agricultura, pecuária e pesca. Os chineses têm praticado a agricultura
no mínimo há três milênios. Depois da revolução, o governo procurou
aumentar a produção agrícola para atender as necessidades da população
sem recorrer às importações. A exploração do campo foi organizada em
comunas, cujo tamanho e riqueza variavam de acordo com a região. No fim
do século XX, dois terços da população se dedicavam às atividades
primárias da economia.
A necessidade de aumentar a produção exigia maior rendimento das áreas
cultivadas, cujos solos estavam depauperados após séculos de utilização
intensiva. Com essa finalidade, já na década de 1960 a terra passou a
ser adubada com fertilizantes químicos e o curso dos rios foi alterado;
as secas passaram a ter menos impacto e construíram-se canais,
barragens e muros de contenção para atenuar os efeitos das inundações.
A China apresenta grande variedade de regiões agrícolas. As terras mais
férteis estão no sudeste e no centro do país. As regiões do norte e do
oeste têm zonas de cultivo que se estendem pelos sopés dos maciços
montanhosos.
As culturas mais importantes são as de cereais, de que a China é um dos
maiores produtores do mundo. Destacam-se o arroz, no sudeste, e o
trigo, o milho e a soja. Também são importantes as culturas de
hortaliças (batata-doce e batata-inglesa) e de produtos de uso
industrial como o algodão. Cultivam-se ainda plantas tropicais como o
amendoim, o chá e a cana-de-açúcar.
A importância da pecuária é relativa, pois quase toda a terra
disponível é dedicada à agricultura. As criações mais importantes são
as domésticas (patos e porcos), em que a China ocupa um dos primeiros
lugares. O gado bovino (búfalos) e o eqüino é utilizado para tração nas
atividades agrícolas. A criação extensiva ou nômade (ovelhas e cavalos)
ocorre nas regiões que não comportam agricultura: a oeste de Xinjiang,
na Mongólia Interior ou no Tibet.
O peixe tem lugar de destaque na alimentação dos chineses:
A pesca fluvial é muito importante, praticada nos rios, canais,
arrozais, lagos e até nos charcos e zonas pantanosas. A pesca costeira
se faz com embarcações artesanais (barcos a vela e a remo), enquanto as
embarcações motorizadas são reservadas quase exclusivamente à pesca em
alto-mar. A China é um dos primeiros países em volume de pesca.
Mineração e energia: São enormes os recursos do subsolo chinês,
mas as grandes distâncias, o relevo acidentado e as vias de comunicação
insuficientes limitam as possibilidades de seu aproveitamento.
A China possui uma das maiores reservas de carvão do planeta. As
jazidas mais ricas encontram-se no norte, na bacia de Shanxi e no oeste
de Shandong. No sul da China, há pequenas explorações que alimentam a
indústria da região. A partir da década de 1960, a prospecção de
hidrocarbonetos deu excelentes resultados. As principais reservas de
petróleo ocorrem em Daqing (Tashing), no golfo de Bo, na bacia de
Qaidam e em Xinjiang. A produção atende às reduzidas necessidades
internas e o resto é exportado. A eletricidade provém de grande número
de centrais térmicas, hidrelétricas e nucleares.
O subsolo chinês contém grandes reservas de ferro e manganês. Possui
também abundantes jazidas de molibdênio, tungstênio, bauxita, cobre e
estanho.
Indústria:
A partir de 1842, o antigo artesanato chinês (tecidos, cerâmica,
cristal) começou a ser complementado por uma indústria moderna que
esteve em mãos de estrangeiros (ingleses, russos e japoneses) até a
revolução de 1949.
Desde o começo, o regime revolucionário se propôs converter a China num
país industrial. Nos primeiros dez anos, o apoio técnico e financeiro
da União Soviética permitiu um vertiginoso desenvolvimento industrial,
interrompido em princípios da década de 1960, com o fracasso do chamado
“grande salto para a frente” e o fim da ajuda soviética. Mesmo assim,
em 1970 a produção industrial havia triplicado em relação à de 1949: a
China tornara-se o país mais industrializado do Terceiro Mundo. Depois
da morte de Mao, e sobretudo a partir de 1978, observou-se uma clara
evolução da política industrial, que se materializou na multiplicação
das importações de bens de equipamento e de tecnologia e no estímulo à
produtividade (diversificação de salários e atribuição de gratificações
por desempenho).
A indústria siderúrgica, especialmente estimulada a partir de 1949, não
consegue satisfazer as necessidades do país. As instalações mais
importantes são as de Anshan, Baotou (Paotou) – na Mongólia Interior –
e Xangai.
Na indústria mecânica tem destaque a fabricação de caminhões
(fundamentais para o transporte, dada a insuficiência da rede
ferroviária) e de tratores. As principais fábricas estão em Tianjin,
Baotou, Xangai e Cantão. São também importantes as indústrias de
construção naval instaladas em Lüda (Dairen) e Xangai; de material
ferroviário, em Changzhou e Lüda; de material elétrico, em Harbin; e de
equipamentos agrícolas, em Lüda, Pequim, Tianjin, Nanquim e Fushun.
A indústria química cresceu espetacularmente já na década de 1960, com
a produção de fertilizantes e com a petroquímica. Pequim e Xangai são
os núcleos onde se localizam os maiores complexos químicos. A indústria
têxtil apresenta enorme volume de produção, atendendo a mais de um
bilhão de pessoas. Seu grau de evolução tecnológica varia desde a
manufatura artesanal até a tecnologia de ponta. Destaca-se a fabricação
de artigos de lã, seda e algodão e, em menor grau, a de fibras
sintéticas. Muito dispersos, os principais centros têxteis ficam nos
núcleos mais povoados: Xangai e Pequim.
Comunicações e comércio:
A insuficiência da rede viária constitui um dos maiores problemas da
economia chinesa, embora a malha de estradas e ferrovias tenham-se
multiplicado a partir de 1949. A rede de transportes terrestres é
decerto mais densa no leste da China, sobretudo no eixo Pequim-Xangai,
que é a região mais populosa e industrializada. Acham-se também
asseguradas as comunicações com as regiões menos povoadas, porém
estratégicas, do oeste do país, Xinjiang e o Tibet.
As insuficiências são compensadas pelas hidrovias (mais de 150.000km),
sobretudo o rio Amur e seus afluentes, além do curso inferior do
Yangzi. A eles acrescenta-se o grande canal, reformado em 1958, que une
o rio Amarelo ao Yangzi.
O transporte marítimo é assegurado por navios estrangeiros, pois a
marinha mercante chinesa, em que pese o notável incremento de sua
capacidade de carga, não pode absorver todos os fretes. Os principais
portos são Lüda, Tianjin, Xangai e Cantão.
As rotas aéreas domésticas são atendidas por companhias nacionais, mas
a exploração da maior parte das linhas internacionais está em mãos de
empresas estrangeiras. Pequim, Xangai e Cantão possuem aeroportos
internacionais.
Na China, o comércio exterior é monopólio do estado. Durante o regime
maoísta reduziram-se ao mínimo as transações com o estrangeiro, mas
essa situação mudou progressivamente após a morte do presidente Mao.
Até 1969, o maior volume de trocas era com os países socialistas. Desde
1970, porém, os maiores fornecedores são o Japão, Hong Kong, a Europa
ocidental e os Estados Unidos. O comércio com o Terceiro Mundo está
vinculado à ajuda financeira e técnica que a China presta aos países em
desenvolvimento.
Os chineses importam dos países desenvolvidos bens de capital (às vezes
fábricas completas), fertilizantes, trigo e matérias-primas (algodão,
lã e cobre). Em contrapartida, vendem matérias-primas (soja, antimônio,
tungstênio e seda natural), produtos alimentícios (chá, carne de porco)
e manufaturas destinadas a países do Terceiro Mundo (maquinaria,
tecidos e produtos farmacêuticos).
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