Enem Já vi essa questão em algum lugar
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CARA DE UMA…
A
questão do Enem deste ano – número 30 da prova azul – tem trechos
praticamente idênticos aos da pergunta 58 da prova V da Fuvest de 2002
. “Alguns dados são técnicos e não há como não repeti-los, como a
quantidade de energia liberada pela queima de 1 litro de gasolina. Mas
os dados a respeito do gerador poderiam ser outros”, afirma o
supervisor de Física do Anglo, Ronaldo Moura de Sá.
…RESPOSTA DE OUTRA
“Por
melhor que a questão seja – e esta é – os organizadores devem tomar
mais cuidado com as fontes de inspiração”, afirma o coordenador do
cursinho COC, Fábio Rendelucci. “É a mesma questão, mas não chega a
prejudicar a imagem do exame”, diz Eduardo Figueiredo, do Objetivo. A
alternativa correta aparece na letra D no Enem, escrita por extenso. Na
Fuvest, a resposta certa estava na letra E.
Uma das questões da
prova de Ciências da Natureza do Enem, realizada no dia 5, é
praticamente idêntica a um exercício de física que caiu no vestibular
da Fuvest de 2002. Tema, enunciados e alternativas se repetem nas duas
provas, colocando em dúvida a qualidade da elaboração do exame federal
que pretende substituir os vestibulares.
A semelhança entre as
questões foi apontada por um leitor do blog do Estadão.edu. “Gastamos
R$ 140 milhões para fazer o Enem. Os caras só fazem meleca e ainda
copiam questão de vestibular antigo”, diz o comentário, assinado por um
estudante que se identificou apenas como Pedro.
Apesar de
algumas frases aparecerem em ordem inversa, há trechos idênticos, como
“todo o calor liberado pelo resistor é transferido à água”. Até a
diferença de temperatura é a mesma (veja ao lado).
O coordenador
do cursinho COC, Fabio Rendelucci, não tem dúvida de que se trata de
cópia. “A questão é igual. Mudar uma ou outra coisa no enunciado,
alterar temperaturas e escrever por extenso as alternativas não
disfarça isso.” O supervisor de Física do Anglo, Ronaldo Moura de Sá,
concorda: “Parece que a questão da Fuvest foi, no mínimo, fonte
inspiradora.”
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais (Inep), responsável pelo Enem, informou apenas que as
questões são compradas de empresas especializadas. Depois de testadas,
elas vão para um banco de perguntas, que abastece o Enem e outras
avaliações do instituto.
Os professores, porém, não acreditam que
o episódio desabone o exame. “A questão é boa e acho que não há
prejuízo para a prova”, diz Eduardo Figueiredo, do Objetivo. Em um caso
semelhante, o vestibular da Universidade Federal do Acre foi cancelado
em 2008, porque questões e o tema de redação foram copiados da
internet.
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