Graduação em 2 anos
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Cursar uma graduação para ter um diploma de nível
superior parecia um sonho distante para muita gente até pouco tempo
atrás. Afinal, passar no vestibular e dedicar cinco anos à universidade
para conseguir o canudo não era uma possibilidade viável para muitas
pessoas.
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Esse cenário começou a mudar em 1996, quando a Lei de Diretrizes e
Bases do Ministério da Educação (MEC) regulamentou os Cursos Superiores
de Tecnologia.
– Eles já existiam desde a década de 1960,
mas perderam força dentro das universidades, que preferiram valorizar
as licenciaturas e os bacharelados – explica o coordenador do curso
Tecnológico de Gestão de Recursos Humanos da Faculdade Estácio de Sá,
Anderson Antônio Mattos Martins.
A retomada dos cursos tecnológicos pelas instituições de Ensino
Superior na década de 1990 foi uma resposta à necessidade do mercado de
trabalho, que buscava profissionais com formação mais prática do que
teórica. Mas os alunos não apareceram de uma hora para outra.
– Houve um certo preconceito e confusão com os cursos seqüenciais, que
não são de nível superior e não dão direito a seguir por uma
pós-graduação – relata Anderson Martins.
Por isso, o maior crescimento do setor ocorreu depois do ano 2000, com
o estabelecimento dos cursos de graduação tecnológica e a procura cada
vez maior desses profissionais por parte das empresas.
– Nessa década, eles cresceram muito e hoje viraram uma febre – comenta
o diretor regional do Senac-SC (Serviço Nacional de Aprendizagem
Comercial), Rudney Raulino.
O sucesso veio com uma grade curricular enxuta e a possibilidade de completar o conhecimento em uma pós-graduação.
No Rio Grande do Sul, em 2003, uma pesquisa do caderno Vestibular,
mostrou o crescimento de 200% na oferta desses cursos na rede privada
de Ensino Superior. Este ano, os currículos tecnológicos começam a
ganhar a adesão das universidades federais. A modalidade estreou no
concurso de inverno da Universidade Federal de Pelotas que ofereceu
vagas de tecnologia em Conservação e Restauro, Gestão de Cooperativas e
Viticultura e Enologia.
A vantagem apontada por professores e estudantes é a curta duração
dessas graduações. Os alunos dedicam de dois a dois anos e meio ao
curso e saem, na maioria das vezes, com emprego garantido.
– O curso tecnológico é voltado para o o mercado. Diferentemente do
bacharelado, que tem uma visão generalista com matérias de sociologia e
introdução a várias teorias, o tecnológico foca no que as empresas
precisam. Em quatro semestres, o estudante se forma em um nível
superior e segue sua carreira – sintetiza Raulino.
Hoje, segundo ele, 90% dos estudantes saem da faculdade com emprego
garantido. E aqueles que já estavam atuando profissionalmente quando
começaram a graduação conseguem melhores cargos nas empresas.
AS DÚVIDAS MAIS FREQÃœENTES |
O que é um curso superior de tecnologia? |
– É um curso de graduação que abrange métodos e teorias orientadas a investigações, avaliações e aperfeiçoamentos tecnológicos com foco nas aplicações dos conhecimentos a processos, produtos e serviços. Como todo curso de nível superior, ele é aberto a candidatos que tenham concluído o Ensino Médio, ou equivalente, e que tenham sido classificados em processo seletivo. Os graduados nos cursos superiores de tecnologia denominam-se tecnólogos e são profissionais de nível superior com formação para a produção e a inovação científico-tecnológica e para a gestão de processos de produção de bens e serviços. |
O que é o Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia? |
– É um documento direcionado a alunos, instituições de Ensino Superior, sistemas de ensino e público em geral, que reúne denominações de cursos superiores de tecnologia consolidadas, descrições sintéticas do perfil do egresso, carga horária mínima estabelecida e infra-estrutura recomendada para o funcionamento desses cursos. |
Cursos superiores de tecnologia que não constam no catálogo são irregulares? |
– Não necessariamente. Um curso superior de tecnologia pode ter sua denominação ausente do catálogo e, mesmo assim, ser regular. Afinal, o que define sua regularidade não é a presença de sua denominação no catálogo, mas a validade dos atos legais (de autorização, reconhecimento ou renovação de reconhecimento) que o regulam. Tratando-se de cursos autorizados em caráter experimental ou no caso de alguns cursos criados por universidades, as denominações não estarão contempladas pelo catálogo. |
Os tecnólogos podem cursar pós-graduação? |
– Os cursos superiores de tecnologia são cursos de graduação e, portanto, conferem a condição primeira para cursar uma pós-graduação. No entanto, usualmente, os cursos de pós-graduação estabelecem critérios adicionais, geralmente relacionados às suas linhas de pesquisa. Tais critérios deverão ser atendidos por todos os candidatos, sejam eles egressos de um curso superior de tecnologia ou de qualquer outro curso de graduação. |
Fonte: Ministério da Educação |
MEC começa a avaliar tecnológicos
A
modalidade do Ensino Superior que mais cresce nos últimos anos começou
a ser avaliada de perto em 2007 pelo Ministério da Educação (MEC).
Depois de catalogar os nomes dos cursos e anunciar a criação de
currículos em universidades federais, o ministério incluiu a graduação
no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade).
Os primeiros foram os das áreas de Radiologia e Agroindústria,
escolhidos por ter o maior número de alunos no país. No Estado, 11
cursos privados e um federal passaram pelo exame nas duas áreas. Todos
os que receberam notas (com alunos em início e final de curso) ficaram
acima da média.
Como eles foram no Enade |
|
Instituição |
Nota |
Radiologia |
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Faculdade de Tecnologia IPUC |
3 |
Faculdade de Tecnologia Saint Pastous |
3 |
Universidade Luterana do Brasil |
4 |
Agroindústria |
|
Universidade Estadual do Rio Grande do Sul |
4 |
* A nota (de 1 a 5) |
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Resume seis variáveis importantes: média da prova do Enade, índice de desempenho medido e o esperado (IDD), titulação e carga horária de professores (informado pela instituição) e avaliação da infra-estrutura e ensino (feita pelos alunos no questionário do MEC na hora do Enade). |
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Quem são os próximos |
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Marcado para 9 de novembro, o Enade 2008 vai avaliar os tecnológicos em Construção de Edifícios, Alimentos, Automação Industrial, Gestão da Produção Industrial, Manutenção Industrial, Processos Químicos, Fabricação Mecânica, Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Redes de Computadores e Saneamento Ambiental. |
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