Medicina – curso exige vocação, disposição e sacrifício
O vestibular está mudando no Brasil. Mas haja
o que houver, a dificuldade para entrar na Medicina não muda. O curso
se mantém entre os mais concorridos em universidades públicas e
privadas.
Mas essa primeira barreira não assusta a quem está
disposto a seguir a carreira. Ela é só a primeira, de uma série de
sacrifícios que vêm pela frente. Todos, segundo os profissionais,
recompensados com o exercício da profissão.
Para se tornar um médico, a faculdade exige seis anos de estudo em
tempo integral. Além de mensalidades caras, estudar e trabalhar ao
mesmo tempo é um dos principais desafios. Para custear a alimentação,
moradia, livros e materiais, muita gente precisa contar com apoio da
família ou da universidade.
– O conceito de trabalho mudou muito. O currículo abriu espaço de um
dia da semana e os alunos conseguem trabalhar sim, fazendo plantões ou
atuando em laboratórios, projetos de pesquisa e de extensão à noite, em
finais de semana – diz o médico Mauro Czepielewski, diretor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
As disciplinas dos primeiros semestres são básicas, como anatomia,
fisiologia e bioquímica. Mas o aluno frequenta serviços e postos de
saúde desde os primeiros meses de faculdade, assistindo ao atendimento
médico. Ao final do segundo ano, o acadêmico inicia o treinamento do
exame do paciente e, nos dois últimos anos, é submetido ao internato,
onde trabalha em tempo integral em serviços de saúde sob supervisão,
passando por todas as áreas da medicina.
– Um aspecto maravilhoso na medicina é descobrir as diversas
especialidades durante o curso, que permitem que façamos opções tão
diferentes, de acordo com as nossas habilidades ou preferências, ou
mesmo com o que sonhamos fazer – diz a dermatologista Dóris Hexsel.
Em qualquer especialidade – o que vai exigir um novo concurso
disputadíssimo e mais três anos de estudo, em média –, a médica garante
que o sacrifício e as restrições impostas ao profissional se estendem
por toda a carreira. Depois de conquistar o diploma, o médico residente
(aprovado para obter a especialização) precisa trabalhar 60 horas
semanais, com uma bolsa-auxílio de cerca de R$ 1,9 mil. Mas as
compensações vêm em seguida.
– Aprendemos que temos de abdicar de muitas festas e outras formas
de lazer para nos dedicar ao estudo e aos pacientes. Mas será muito
mais prazeroso o fato que você vai fazer a diferença para tantas
pessoas e tantas vidas, estabelecendo uma constante parceria pela sua
saúde e bem estar. Isso é extremamente gratificante – diz Dóris.
Preste atenção
Para enfrentar a enorme carga de responsabilidade dos médicos, profissionais que lidam com a vida, é preciso ter uma boa condição psicológica
Dica
Ser um bom médico é saber ouvir os pacientes, além de oferecer o melhor serviço.
Hipócrates, o primeiro médico
– Hipocrates foi um intelectual grego que se dedicou a estudar a biologia e a anatomia. Ele atacava ferozmente as superstições e foi o primeiro estudioso a tratar o estudo das doenças como ciência. Devido aos seus estudos e legado é considerado o pai da medicina, o primeiro médico. É atribuído a ele o juramento (traduzido para todas as línguas) feito pelos médicos no momento da formatura.
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