Músicas ajudam a fixar conteúdos
Há quem goste de estudar com uma melodia ao fundo e diga que ela
ajuda a relaxar. Mas a música também pode facilitar a aprendizagem de
outras maneiras. Para tornar os conteúdos cobrados no vestibular mais
acessíveis aos estudantes, professores de cursinhos preparatórios criam
versões de canções conhecidas (ou mesmo composições próprias) e as
levam para a sala de aula. Pode ser Pink Floyd, Caetano Veloso ou
“Atirei o pau do gato” – não existem restrições ou preconceitos quando
o assunto é a disputa por uma vaga na universidade.
Luiz Borges
Neto, ou simplesmente professor Borges, já foi chamado por um aluno de
“Roberto Carlos da Biologia”. Após explicar os conteúdos de Zoologia e
Botânica, ele normalmente termina as aulas com uma canção. “Pego os
tópicos-chave e tento fazer uma paródia. Tenho uma música, por exemplo,
que fala do ciclo de reprodução dos musgos. Quanto mais estímulos
sensoriais o aluno tem, melhor ele fixa a matéria. Além disso, a música
serve para descontrair os estudantes, principalmente nas revisões de
véspera”, explica ele, que dá aulas desde 1992 no Curso Expoente.
Cantigas populares
Borges ensina Biologia ao ritmo de cantigas populares, como “Atirei
o pau no gato” e “Se essa rua fosse minha”. Segundo o professor, quando
o aluno já tem uma melodia na cabeça, consegue se lembrar da letra com
mais facilidade. O professor Vagner dos Santos, que dá aulas de Química
no Colégio Marista e no Curso Dynâmico de Ponta Grossa, também
considera as músicas “grudentas” as mais eficazes. “Mesmo que você não
goste de uma música, às vezes ela fica na sua cabeça. Uma que os alunos
geralmente pedem é a paródia de ‘Cachorrinho’, da Kelly Key. Fiz uma
letra que fala de reações de adição”, diz.
Canções não fazem milagre, avisam alunos
Candidata ao curso de Medicina e aluna do professor Borges, Daniela
Sanches Bregolin, 24 anos, afirma que as paródias ajudam a relembrar
detalhes dos conteúdos estudados, mas ressalta que decorar as letras
não é suficiente para conseguir um bom desempenho no vestibular. “A
prova da UFPR mistura conceitos com situações do cotidiano e cobra
interdisciplinaridade. Por isso, é preciso compreender a matéria”,
pondera. Lorene Bastos Belo, 19 anos, concorda com a colega. “A música
auxilia, mas não é o mais importante”, diz.
O professor de Literatura João Amálio Ribas, dos Cursos Acesso e
Apogeu, afirma que se o aluno não souber o conteúdo de nada adianta
memorizar nomes de autores e livros. “As letras que criei falam sobre
os nomes dos autores, suas mais importantes obras e características,
além de detalhes de enredos e personagens. A ideia é que a partir
dessas informações o estudante possa partir para a reflexão sobre as
diferenças e semelhanças entre escolas literárias e obras”, explica.
Joãozinho, como é mais conhecido, criou uma canção para cada período
literário e em 2003 gravou um CD. Entre as músicas parodiadas estão
“Another brick in the wall”, da banda inglesa Pink Floyd; “Quero que vá
tudo pro inferno”, de Roberto Carlos; e “Banho de Lua”, interpretada
por Cely Campelo.
Confira algumas letras
Bomba, atômica é fissão,
Bomba, de hidrogênio é fusão,
Bomba, reator é fissão,
Bomba, e o processo do sol é fusão.
A fissão lembra a quebra, a quebra, a quebra.
O nêutron vem e arrebenta, arrebenta, arrebenta.
A reação é em cadeia, em cadeia, em cadeia.
Reator ou Bomba Atômica, Bomba Atômica, Bomba Atômica.
Bomba….
A fusão lembra junção, junção, junção
Núcleos pequenos vão se unir, se unir, se unir
Núcleo maior se formará, se formará, se formará
Sol ou bomba de hidrogênio, de hidrogênio, de hidrogênio
Bomba…
Letra do professor Vagner para a melodia de “Bomba”, dos Bragaboys.
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O Barroco é dualidade e oposição
Luta entre o corpo e a alma, a fé e a razão
Na Idade Média era Teocentrismo,
E no Renascimento era Antropocentrismo
O Barroco é o céu e o inferno
Crise entre o efêmero e o eterno (2x)
Linguagem complexa como forma de expressão
Já que a vida é curta: “carpe diem, meu irmão!”
Mas a consciência clama por perdão
A alma quer o céu, e o corpo, a perdição
Gregório de Matos é o Boca do Inferno
E o Padre Vieira é bom de verbo (2x)
“Dormir e acordar” é uma antítese, eu sei
“Dormir acordado” é paradoxo, captei
Jogo de palavras chamamos de cultismo
E jogo de ideias é o conceptismo
Letra do professor Joãozinho para o “Melô do Barroco”, com a melodia
de “Quero que vá tudo pro inferno”, de Roberto e Erasmo Carlos
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