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Biologia

O DNA – Parte 1

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11. Organismos transgênicos

Organismos transgênicos são aqueles que têm o seu genoma modificado, por meio da inserção de genes provenientes de outras espécies. Para obter um organismo transgênico, primeiro o gene de interesse é identificado e, a seguir, multiplicado pela técnica do PCR. Depois, a partir de métodos apropriados, é preciso inseri-lo no animal ou vegetal que se deseja modificar. Os organismos transgênicos permitem a abertura de um leque de aplicações bastante amplo, como, por exemplo:

• Produção de insulina humana e hormônio do crescimento humano, por meio de bactérias transgênicas modificadas com a tecnologia do DNA recombinante. • Produção de fatores de coagulação do sangue humano em vacas e cabras, a partir do leite produzido por esses animais, para utilização por pessoas hemofílicas.

• Possível utilização de órgãos de animais transgênicos (coração de porcos, por exemplo) para transplantes em seres humanos.

• Obtenção de animais de crescimento mais rápido e com menor porcentagem de gordura na carne, no leite e nos ovos.

• Geração de animais resistentes a doenças, reduzindo os custos com drogas e a intoxicação delas decorrente.

• Aumento da produtividade de plantas de interesse alimentar, tais como milho, canola, soja, arroz, etc.

Tabaco vaga-lume

Cientistas conseguiram fazer cópias do gene que orienta a síntese da enzima luciferase, existente em vaga-lumes. Essa enzima atua em uma substância chamada luciferina e, em presença de oxigênio e ATP, provoca a emissão de luz nesses insetos. O gene foi inserido em células embrionárias de plantas de tabaco. Após o crescimento, a pulverização de luciferina promoveu um espetáculo maravilhoso: as plantas de tabaco emitiam luz !

Bactérias transgênicas e produção de hormônios humanos

A partir da tecnologia do DNA recombinante foi possível obter bactérias transgênicas produtoras de substâncias de interesse para o homem. Genes da insulina humana e do hormônio do crescimento humano foram clonados e inseridos em bactérias, que passaram a constituir verdadeiras “fábricas” de produção desses hormônios.

Exemplos de vegetais transgênicos

– Batata resistente a fungos

Foi produzida a batata transgênica (a partir de genes de abelhas e mariposas) resistente ao fungo causador da peste que dizimou as plantações de batata na Irlanda em 1840. Testes preliminares, feitos em ratos, mostraram que as substâncias derivadas desses genes são inofensivas. Mas permanece a preocupação quanto aos seus efeitos ambientais.

A polêmica

Em 10 de agosto de 1998, Arpad Pusztai, bioquímico britânico, relatou em um documentário que ratos alimentados com batatas transgênicas apresentaram imunodeficiência, anomalias no crescimento de órgãos internos e alterações no epitélio intestinal.

As batatas, segundo o pesquisador, tinham sido modificadas com um gene que as fazia produzir a toxina concanavalina. Pusztai foi acusado de falsear os resultados: ele teria utilizado na pesquisa batatas normais pulverizadas com a toxina, e, além disso, ratos desnutridos.

Os seus oponentes alegaram que os efeitos descritos poderiam ter sido provocados por alcalóides normalmente produzidos pelas batatas, ou então, ser devidos ao gene promotor, de origem viral, utilizado junto com o gene que provoca a alteração na batata.

A suspeita gerou insegurança na Inglaterra quanto ao consumo de alimentos geneticamente modificados.

– O arroz dourado

Ingo Potrykus, pesquisador do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça, produziu o arroz transgênico, com betacaroteno (precursor da vitamina A) no endosperma das sementes, a partir de genes da planta narciso e da bactéria Erwinia. Ao contrário do milho Bt e da soja Roundup Ready, que parecem beneficiar somente os produtores, o “arroz dourado” beneficia diretamente o consumidor.

É preciso lembrar que cerca de 1 milhão de crianças morrem todos os anos por deficiência de vitamina A, e cerca de 350 mil ficam cegas. 

– Novidades transgênicas em vegetais

Em 1992, uma praga de vírus ameaçou destruir toda a plantação de mamão papaia no Havaí. Em 1995, no entanto, foram produzidas variedades transgênicas de papaias resistentes aos vírus, recuperando as plantações da fruta.

A striga, a nova dor de cabeça dos produtores asiáticos e africanos de milho, é uma erva daninha cujas raízes se entrelaçam fortemente com as do milho, prejudicando sobremaneira a colheita. Isso ocorre porque as raízes da gramínea liberam substâncias que atraem a striga.

Caminha-se para o reconhecimento dos genes que levam à produção das tais substâncias com a finalidade de bloqueá-los.

– A soja transgênica

É produzida a soja transgênica Roundup-Ready, resistente ao herbicida Roundup, produzido pela multinacional Monsanto.

Para os seus criadores, a vantagem é que o herbicida passaria a afetar apenas as ervas daninhas que prejudicam as plantações de soja, implicando redução nos gastos com herbicidas e aumento da produtividade.

A polêmica

Ambientalistas e cientistas preocupam-se com os eventuais efeitos danosos ao ambiente e à saúde humana.

Os genes alterados da soja poderiam atingir outras plantas, também alterando o seu genoma, com efeitos deletérios sobre a diversidade biológica.

Os riscos à saúde humana estariam relacionados a efeitos alergizantes gerados pela variedade transgênica.

– O milho Bt

É produzido o milho transgênico Bt, assim chamado por ter sido modificado a partir da inserção de genes da bactéria Bacillus thuringiensis, produtores de uma substância inseticida.

A polêmica

Em 1999, o cientista John Losey, da Universidade Cornell, efetuando experimentos em estufas, espalhou pólen de milho Bt em plantas que serviam de alimento a lagartas da borboleta monarca. A maioria das lagartas morreu.

Cresceu, então, o temor de que o mesmo poderia ocorrer na natureza, a partir do espalhamento do pólen do milho modificado, colocando em risco a sobrevivência de insetos úteis para o ambiente. No entanto, experimentos efetuados por Bruce Tabashnik, da Universidade do Arizona, e por May Berenbaum, da Universidade de Illinois, em milharais americanos, revelaram que os riscos para essa e outras espécies de borboletas são mínimos.

No entanto, permanece a recomendação de que haja cuidados na liberação de variedades transgênicas de outras espécies vegetais.

– Animais transgênicos

O rato da esquerda recebeu, quando era zigoto, o gene do hormônio do crescimento humano e atingiu o dobro do tamanho dos ratos normais.

Fatos relacionados à polêmica sobre os transgênicos

 

• Em março de 2000, representantes de 138 países assinaram em Montreal o Protocolo de Biossegurança, que prevê regras internacionais para o comércio de produtos agrícolas geneticamente modificados. O acordo agradou a ambientalistas e empresas de biotecnologia.

• Em julho de 2000, relatório elaborado em conjunto por academias de ciências de diversos países – Brasil, EUA, China, Índia, México – e pela Royal Society de Londres e a Academia de Ciências do Terceiro Mundo aponta a produção maciça de alimentos transgênicos como a arma contra a fome no mundo.

• Segundo o Worldwatch Institute, da ONU, a área cultivada com lavouras transgênicas em todo o mundo aumentou 44% entre 1998 e 1999, passando de 27,8 milhões de hectares para 39,9 milhões. Desde 1996, o primeiro ano em que os transgênicos foram vendidos em larga escala, a área de plantio cresceu 26 vezes.

• 99% da área transgênica global concentram-se em apenas três países: EUA (72%), Argentina (17%) e Canadá (10%)

A polêmica dos transgênicos no Brasil

• Nota assinada por seis ministros brasileiros defende o uso de produtos transgênicos no Brasil.

• Foi anunciada pelo ministro da Agricultura brasileiro uma safra recorde, em 2000, da ordem de 85 milhões de grãos, sem contar com produtos transgênicos na sua composição. Provavelmente, a próxima safra contará com derivados de plantas geneticamente modificadas.

• O IDEC (Instituto de Defesa do Consumidor) e o Greenpeace concluíram que os transgênicos já fazem parte da alimentação do brasileiro. Testes realizados por laboratórios europeus com a técnica do PCR mostraram que 11 alimentos à venda têm ingredientes geneticamente modificados.

• No início de 2000, em Recife, foi liberada carga de 38 toneladas de milho transgênico importada da Argentina e destinada a consumo animal.

• Em 8 de agosto de 2000, o Tribunal Regional Federal de Brasília decidiu, por unanimidade, manter a proibição à Monsanto de produzir e comercializar soja modificada no país, até que sejam elaboradas normas relativas a segurança alimentar, comercialização e consumo dos alimentos transgênicos.

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