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Percy Jackson e os Olimpianos: livro vs mitologia original

Percy Jackson e os Olimpianos: livro vs mitologia original

Se você já leu a série de livros de Percy Jackson e os Olimpianos, do autor estadunidense Rick Riordan, deve ter se deparado com as grandes aventuras do menino Percy e os seres mitológicos gregos. Com cenas de tirar o fôlego durante a leitura, a saga de livros já vendeu mais de 50 milhões de cópias pelo mundo todo.

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Atualmente, os fãs da saga, conhecidos como semideuses, estão ansiosos aguardando pela estreia da série sobre a saga que será lançada pelo serviço de streaming Disney +.

Ela levará o mesmo nome da primeira série de livros do autor, e conta com a participação do próprio Rick Riordan como co-produtor do seriado, algo muito solicitado pelos fãs que esperam que a adaptação em série seja melhor e mais fidedigna do que a versão criada nos filmes da Fox, protagonizados por Logan Lerman.

Apesar desse pedido por mais proximidade entre os acontecimentos narrados no livro com o que será apresentado na série televisiva, você já parou para observar toda imensidão de seres, termos e personagens da mitologia grega presentes na saga inicial de Rick Riordan?

E já se pegou pensando se, entre os fatos descritos nos livros, alguma coisa mudou em comparação com a mitologia grega original? Pois hoje, vamos te mostrar justamente algumas situações narradas nos livros que são bem diferentes da mitologia grega estudada na história! Vamos fazer esse passeio entre a obra atual e o mito antigo, e identificar algumas diferenças e semelhanças!

Observação: pode haver spoilers sobre a primeira saga de livros de Percy Jackson nesse texto. Leia com cautela!

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+ Pólis Grega: criação, formação e evolução


Já existiu um acampamento como o Acampamento Meio-Sangue?

Percy Jackson e os Olimpianos: livro vs. mitologia original

Vamos começar com um dos maiores símbolos da saga de livros Percy Jackson e os Olimpianos. O local desejado para todo semideus, tal qual Hogwarts é para os fãs de Harry Potter: o Acampamento Meio-Sangue, também conhecido como ‘Camp Half Blood‘.

Vamos lá: dezenas de heróis já treinaram, guerrearam, e lutaram na mitologia. Mas afinal, algum deles participou do acampamento meio-sangue?

A resposta, na verdade, é não. Esse local mágico que se esconde atrás de uma imagem de ser uma fazenda de morangos no meio de Long Island, nos Estados Unidos, é uma exclusividade dos semideuses gregos modernos.

Os gregos tiveram acampamentos de muitos tipos, onde guerreiros como os espartanos existiram e se preparam para guerras. Mas, esse local foi especialmente pensado pelos deuses assim que os Estados Unidos se tornaram a nova potência mundial, e, portanto, a nova localização do Olimpo, o lar dos deuses gregos – que, caso você seja leitor da saga, sabe que fica no 600º andar do Empire State Building.

O nome Percy é baseado em um herói mitológico

Percy Jackson e os Olimpianos: livro vs. mitologia original

Percy Jackson é um protagonista divertido, irônico, bastante marrento, mas principalmente, muito corajoso e carismático. Seu nome original, na verdade, é Perseus, o nome de um herói que está presente na mitologia grega original.

Perseu, como também é chamado, foi um herói grego conhecido por grandes feitos como derrotar e decapitar a górgona Medusa, famoso ser mitológico de cabelos de cobra que transformava as pessoas em pedra. Ele também era um semideus e viveu diversas aventuras com a bênção de deuses como Hades, deus do mundo dos mortos, e Atena, deusa da sabedoria e da guerra.

Quíron originalmente já treinava semideuses

Percy Jackson e os Olimpianos: livro vs. mitologia original

O diretor de atividades do acampamento Meio-Sangue, o lendário centauro Quíron, é um personagem importante e muito reconhecido na mitologia grega original.

Quíron era um centauro sábio e conhecido como o “Curador Ferido”. Ele era filho de Cronos, o titã do tempo, e da ninfa Filira. Ao contrário dos outros centauros, que eram conhecidos por serem selvagens e indisciplinados, Quíron era conhecido por sua sabedoria, bondade e habilidades de cura.

Ele foi um renomado professor e mentor de muitos heróis gregos, incluindo Jasão, Hércules, Aquiles e Asclépio. Ele ensinou-lhes habilidades como música, medicina, caça, arco e flecha, além de orientá-los em questões morais e éticas.

Na história da saga de Percy Jackson e os Olimpianos, Quíron passa a continuar desenvolvendo semideuses no Acampamento Meio-Sangue, guiando-os e ensinando as artes e técnicas de batalhas gregas.

No entanto, na mitologia original, ele possui um fim diferente, ainda que seja sempre uma figura muito bondosa dentro dos contos gregos – o que, como sabemos, não era algo muito comum.

Apesar de ser um ser imortal, Quíron sofreu uma ferida incurável. Durante uma batalha entre os centauros e os lápitas, uma flecha envenenada acidentalmente disparada por Hércules atingiu Quíron.

Por ser imortal, ele não podia morrer, mas a ferida causava dores terríveis e era incurável. Quíron optou por abdicar de sua imortalidade e trocar sua vida com Prometeu, que estava acorrentado a uma rocha por sua rebeldia contra os deuses.

Quíron passou a viver no Monte Pelion, onde continuou a ensinar e curar outros. Apesar de seu sofrimento, ele era conhecido por seu grande caráter e sua compaixão. Após sua morte, Quíron foi colocado entre as estrelas como a constelação de Sagitário, o arqueiro. Ele é lembrado como um símbolo de sabedoria, cura e orientação.

Felizmente, os semideuses de hoje podem contar com ele no Acampamento Meio-Sangue, já que dentro da saga, ele seguirá vivo enquanto treinar heróis.

Sátiros não são criaturas muito amigáveis na mitologia

Percy Jackson e os Olimpianos: livro vs. mitologia original

Para aqueles que sempre pedem que “o seu sátiro vá te buscar para levá-lo até o Acampamento Meio-Sangue”, essa é uma condição e responsabilidade bem moderna dada aos sátiros por Rick Riordan.

Isso porque os seres metade humano metade bodes, eram conhecidos por suas atitudes bastante “profanas”, e brincadeiras geralmente mal intencionadas com os humanos, que levaram ao termo “satírico”, de onde saiu a palavra “sátira”.

Eles tinham esse lado brincalhão, e naturalmente eram inquietos e costumavam ser encontrados dançando, tocando música com suas flautas de cana e perseguindo ninfas em bosques e florestas. No entanto, também possuíam um lado sombrio.

Às vezes, eles eram retratados como criaturas lascivas e luxuriosas, perseguindo e tentando seduzir ninfas ou donzelas desprevenidas.

Apesar disso, eles também podiam ser representados de forma semelhante ao sátiro favorito dos semideuses, Grover Underwood, sendo protetores da natureza e dos bosques, agindo como guardiões das florestas e dos animais selvagens.

Em algumas histórias, os sátiros também tinham habilidades musicais excepcionais e eram conhecidos por sua destreza na flauta e outros instrumentos, assim como o próprio Grover nos livros.

Além disso, é comum vê-los sendo associados com o deus Pã, assim como verificamos no livro “A Batalha do Labirinto’, o quarto título da saga Percy Jackson e os Olimpianos.

O Oráculo, na verdade, eram lugares – não pessoas.

Percy Jackson e os Olimpianos: livro vs. mitologia original
Oráculo de Delfos na Grécia

Existe um pequeno engano ao nos referirmos aos oráculos na saga de Percy Jackson. Geralmente, muitos se referem às pessoas que transmitem as famosas profecias da série como ‘o Oráculo’.

Isso acontece, por exemplo, com o antigo Oráculo do Acampamento Meio-Sangue, ou a própria personagem humana Rachel Elizabeth Dare, que se torna a nova responsável por divulgar as profecias, que são chamados nos livros de “o Oráculo de Delfos”.

Vamos lá: os oráculos, na verdade, eram locais na Grécia Antiga. Templos importantíssimos para a instrução e orientação dos cidadãos. Vamos exemplificar com o famoso Oráculo de Delfos, que já citamos e também está presente na saga de livros.

O Oráculo de Delfos era um antigo santuário e centro de profecia na Grécia Antiga. Localizado na cidade de Delfos, nas encostas do Monte Parnaso, o oráculo era dedicado ao deus Apolo, considerado o deus da profecia.

Acredita-se que o oráculo tenha existido por mais de mil anos, desde o século VIII a.C. até o século IV d.C. Durante esse período, ele era um dos mais importantes locais de consulta para pessoas em busca de orientação, conselhos e previsões sobre uma ampla variedade de assuntos, desde decisões pessoais até questões políticas e militares.

Quanto às pessoas que davam as profecias aos estudiosos e fieis que buscavam um caminho pelos deuses, essas eram sacerdotisas do templo, ou como eram chamadas, sibilas. Uma sibila era uma virgem escolhida para ter o dom da profecia. Elas ficavam dentro do santuário dos oráculos e apresentavam as profecias dos deuses aos mortais. Bem interessante, não?

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