Pilotos de avião têm graduação específica
Embora
não seja necessário ter curso superior para trabalhar como piloto civil
de avião, a graduação específica na área tem se mostrado cada vez mais
um importante diferencial no mercado de trabalho.
“Antes, o piloto com
mais horas de voo saía na frente dos concorrentes. Atualmente, as
companhias estão dando oportunidades para quem tem curso superior. Com
o diploma o profissional consegue, inclusive, diminuir as horas de voo
exigidas pela empresa”, afirma Fernando Pupo, copiloto de uma grande
companhia aérea brasileira.
Algumas empresas, inclusive, já exigem
formação superior em seus editais, segundo o coordenador do curso
superior de Tecnologia em Pilotagem ProÂÂÂÂfisÂÂÂÂsional de Aeronaves da
UniverÂÂÂÂsidade Tuiuti do Paraná (UTP), Marcus Galvão.
O
curso tem duração de dois anos e oferece a formação teórica em
pilotagem. A vertente prática, com as horas de voo exigidas para cada
habilitação, deve ser feita em aeroclubes e paga separadamente pelo
estudante.
Galvão explica que o primeiro passo para quem sonha em
conhecer o mundo pelos ares é obter o certificado de piloto privado.
Depois de terminar as aulas teóricas, o candidato realiza uma prova na
Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Também é preciso fazer pelo
menos 35 horas de voo e passar por um teste prático com um instrutor
credenciado pela Anac. A segunda etapa na carreira é fazer as aulas
teóricas e as avaliações teórica e prática para piloto comercial,
modalidade que exige no mínimo 150 horas de voo.
Com a carteira de piloto privado, o aluno pode comprar um monomotor,
por exemplo, mas não pode receber para voar, o que só é permitido com a
habilitação de piloto comercial. “O ensino voltado para a pilotagem
privada e a comercial está embutido dentro do programa da faculdade. O
aluno começa os estudos conosco e pode obter essas carteiras durante o
curso. Para colar grau, o estudante precisa ter recebido a licença de
Piloto Comercial IFR (que o habilita a voar com a ajuda de
instrumentos)”, explica Galvão.
Após concluir as duas fases, o profissional pode atuar em
companhias, na aviação agrícola, em empresas de táxi aéreo, na aviação
aeromédica, como instrutor de voo ou na aviação corporativa, atendendo
empresas como a Petrobras. Como é preciso ter muitas horas de voo para
ingressar como piloto nas grandes companhias, é na aviação executiva
que os recém-formados encontram mais espaço.
Formado em 2001 pela UTP, Fernando Pupo começou a carreira como
instrutor em uma escola de aviação e mais tarde trabalhou em uma
empresa de táxi aéreo. Há cerca de quatro anos ele atua em uma grande
companhia aérea como copiloto e desde 2008 opera em voos
internacionais. “Faço no mínimo um voo por semana e passo três ou
quatro dias fora de casa. Não tenho horário certo. Às vezes voo de dia,
às vezes de noite, às vezes fico de sobreaviso à disposição da
companhia”, conta.
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