Você sabe qual é a diferença entre resumo, resenha e fichamento?
Fichamento, resumo e resenha são gêneros textuais bastante recorrentes na vida universitária, sabia?
Na interação com um texto acadêmico, por exemplo, é comum que o leitor tenha de produzir um novo texto, baseado no conteúdo lido, estabelecendo um diálogo entre eles.
No entanto, sabemos que uma das principais dificuldades, tanto dos vestibulandos, como de quem já está na graduação é saber a diferenciação entre eles.
Um bom desempenho acadêmico passa, necessariamente, pela intimidade com esses gêneros textuais e com a própria escrita científica, que tem características próprias.
Por isso e para te ajudar na distinção desses estilos, preparamos este artigo com os principais detalhes do fichamento, do resumo e da resenha!
Qual a diferença entre fichamento, resumo e resenha?
Embora tenham semelhanças, fichamento, resumo e resenha são gêneros textuais com particularidades próprias.
Enquanto o fichamento é composto por trechos do texto fichados, transcritos ou não literalmente, o resumo é feito com suas explicações, reiterando as ideias do texto principal, mas sem o uso de suas frases.
Outra diferença marcante entre os dois gêneros é com relação a sua estrutura. O fichamento pode ser formado por frases soltas, já um resumo deve ser um texto corrido com coesão e coerência na sua organização.
Diferente dos estilos acima, a resenha é um gênero ainda mais divergente, pois é feito com o objetivo de despertar o interesse do leitor em ler a obra.
Ela é dividida em três partes: pré-textual, textual e pós-textual.
Abaixo você pode conferir o que são essas partes, bem como conhecer as singularidades do fichamento e resumo.
Sendo uma dos pilares da leitura acadêmica, a preparação de fichamentos é fundamental no desenvolvimento de artigos, monografias de conclusão de curso, relatórios de pesquisa, resenhas etc.
Como se faz um fichamento?
Fichar um texto sugere sintetizá-lo, o que pede uma leitura atenta do conteúdo, seu entendimento, o reconhecimento das ideias principais e seu registro escrito de modo conciso, coerente e objetivo.
Em suma, o fichamento é a transcrição das principais partes de uma obra, sua estrutura se divide basicamente em cabeçalho e corpo do texto.
No cabeçalho, deve ser feita a indicação bibliográfica, já no corpo do texto, será recuperada a estrutura informacional do texto, que pode variar em razão do tipo de fichamento realizado.
Tipos de fichamento
Existem três tipos de fichamentos, sendo o principal deles, o fichamento de citação direta. Neste caso:
Toda citação deve vir entre aspas, constando entre parênteses o número da página de onde foi extraída a citação;
A transcrição tem que ser textual e não esquemática;
A supressão de uma ou mais palavras deve ser indicada, utilizando-se no local da omissão, três pontos, entre colchetes […] e no caso de acréscimos ou comentários, também deve ser colocado dentro dos colchetes [ ].
O fichamento não deve conter opiniões ou posicionamentos do leitor e não deve acrescentar novas informações ao que foi exposto pelo texto.
Se houver erros de grafia ou gramaticais, copia-se como está no original e escreve-se entre parênteses (sic).
Exemplo:
VICENTE, E.; KISCHINHEVSKY, M.; DE MARCHI, L. A consolidação dos serviços de streaming e os desafios à diversidade musical no Brasil. Revista Eletrônica Internacional de Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura, v. 20, n. 1, p. 25-42, 2018.
“A relevância dos serviços de streaming é tamanha que 16 países passaram, entre meados de 2014 e os primeiros meses de 2015, a considerar seus números de acesso para contabilizar o desempenho de artistas e formular paradas de sucesso.” (p. 28).
Outros tipos são o fichamento de indicação bibliográfica, onde deve constar o nome do autor, o título da obra e o assunto de que trata a obra em questão e o fichamento de resumo, no qual, o “fichador” expõe as principais ideias do autor, sendo breve e o redigindo com suas próprias palavras, não precisando obedecer a estrutura da obra.
Exemplos:
Fichamento de indicação bibliográfica
VICENTE, E.; KISCHINHEVSKY, M.; DE MARCHI, L. A consolidação dos serviços de streaming e os desafios à diversidade musical no Brasil. Revista Eletrônica Internacional de Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura, v. 20, n. 1, p. 25-42, 2018.
A importância do streaming fez com que alguns países, entre 2014 e 2015, passassem a considerar seus números de acesso para contabilizar o desempenho de artistas e formular paradas de sucesso. (p. 28).
Fichamento de resumo
VICENTE, E.; KISCHINHEVSKY, M.; DE MARCHI, L. A consolidação dos serviços de streaming e os desafios à diversidade musical no Brasil. Revista Eletrônica Internacional de Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura, v. 20, n. 1, p. 25-42, 2018.
O artigo que trata da questão da consolidação dos serviços de streaming em meio aos desafios da diversidade musical no Brasil, revela que desde a metade da última década, os países passaram a levar em conta os acessos aos streaming para medir a performance dos artistas e fazer o levantamento das paradas de sucesso.
Resumo
O resumo, assim como o fichamento, é uma das maneiras de registrar as informações assimiladas por meio da leitura de uma obra antes que elas se dissipam da memória.
Como se faz um resumo?
O resumo é feito enumerando as ideias principais do texto-base e, a partir delas, elaborando um segundo texto apresentando somente os conceitos-chave do primeiro.
Tipos de resumo
Existem três tipos de resumos. Confira abaixo quais são eles:
Resumo Indicativo: É a descrição dos principais tópicos do texto e indicação sucinta de seus conteúdos.
Resumo Informativo: É o resumo onde se reduz o texto a 1/3 ou 1/4 do original, abolindo-se gráficos, citações, exemplificações abundantes, mantendo-se, porém, as ideias principais.
Resumo crítico: é o mesmo que o informativo, mas permitindo ao resumista tecer opiniões e comentários quanto à forma e apresentação do conteúdo do texto.
Resenha
A resenha resulta em um trabalho mais minucioso do que o resumo, porque, para mais de sintetizar as principais ideias de uma obra, o resenhista deve expor sua visão crítica a respeito dela, defendendo ou não o que está sendo abordado pela produção.
Como se faz uma resenha?
Como falado acima, a resenha é dividida em três partes: pré-textual, textual e pós-textual.
Na primeira parte, o resenhista deve apresentar os dados da autoria e da obra. Na fração textual, ele deve destacar as conclusões que o autor da obra chegou, ou que o mesmo localizou, além de forma sucinta descrever os capítulos ou partes em que se divide a obra.
Por fim, o resenhista deve avaliar o mérito da obra, sua originalidade e contribuição. Na porção pós-textual, constam-se as referências bibliográficas consultadas por quem escreveu a resenha.
Tipos de resenha
Há dois tipos de resenha: a resenha descritiva e a resenha crítica.
A primeira é mais próxima ao resumo crítico por não apresentar julgamento de valor ou pensamentos críticos sobre o texto lido, devendo o resenhista se ater mais a examinar a estrutura da obra, além de seus pontos de destaque, indicando por último seu público-alvo.
Na resenha crítica, além do resenhista resumir e elucidar o texto ao leitor, ele deverá apresentar seu juízo de valor através do uso de argumentos consistentes, sobre os pontos positivos e negativos da obra.
Diferente do resumo crítico, que se assemelha muito a resenha descritiva, a última se caracteriza por ser mais abrangente.
Além disso, no geral, a resenha permite que o resenhista expresse suas opiniões e comentários com juízo de valor – evidenciando as contribuições ou não do autor da obra resenhada – e faça comparações com outras produções da mesma área de conhecimento, além de recomendações para os leitores, ressaltando portanto a relevância do seu conteúdo.
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