Quem foi Vladimir Herzog?
Ainda que seja por um motivo triste, é comum ouvirmos falar da figura de Vladimir Herzog em livros de história, em especial em tópicos e capítulos que retratem o período da ditadura militar no Brasil, sua relação direta com a censura, e em especial os problemas causadas para a imprensa e jornalistas.
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Por isso, a figura de Herzog é constante nessas ocasiões, já que o jornalista foi torturado e acabou morto ao lutar pela democracia no país. Nesse texto, falaremos mais sobre sua trajetória, e como seu nome marcou tanto a história da profissão em nosso país.
Lembrando que em nosso último “Quem foi?”, iniciamos essa editoria do Mundo Vestibular falando sobre Cásper Líbero. Você confere esse material abaixo:
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E agora, venha conhecer outro nome do jornalismo, que inspira mudanças nas tratativas com os profissionais da área, o direito à liberdade de imprensa, e a busca por justiça para agressões feitas contras jornalistas.
Breve Biografia
Vladimir Herzog foi um jornalista nascido em 27 de junho de 1937, na cidade de Osijek, na antiga Iugoslávia (atual Croácia). Seu nome de batismo era Vlado, e ele se mudou com a família para o Brasil em 1942, fugindo do antissemitismo, já que era judeu. Ele se naturalizou brasileiro em 1951.
Vladimir Herzog trabalhou como jornalista e professor universitário. Ele era diretor de jornalismo da TV Cultura, uma emissora de televisão brasileira, quando foi preso pela ditadura militar brasileira em 1975.
Na ocasião, ele foi levado para o DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna), órgão de repressão do regime militar, onde foi interrogado e torturado.
Oficialmente, as autoridades divulgaram que Vladimir Herzog havia cometido suicídio na prisão, versão que foi amplamente contestada e considerada uma forma de encobrir a verdadeira causa de sua morte, que foi resultado de tortura.
A morte de Herzog causou grande comoção no Brasil e teve ampla repercussão internacional.
O caso de Vladimir Herzog tornou-se um símbolo da repressão e violação dos direitos humanos durante o período da ditadura militar no Brasil. Seu nome está associado à luta pela liberdade de imprensa e pelos direitos humanos, e ele é lembrado como um mártir da ditadura militar brasileira.
Vladimir Herzog e a comunicação
Apesar de ter cursado filosofia na Universidade de São Paulo (USP), Vladimir já tinha um amor pela fotografia e em 1958, já estagiava no jornal O Estado de S. Paulo.
Quando se casou com Clarice Chavez em 1964, o casal se mudou para Londres onde Vladimir foi repórter da BBC por três anos. Na época da mudança, faltavam meses para que o golpe militar acontecesse no país.
Quando Herzog retornou ao Brasil em 1968, ele passou a trabalhar na revista Visão e a dar aulas na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP.
Foi em 1975, quando se tornou diretor da TV Cultural que os comentários e a maneira como Vladimir noticiava sobre a política no Brasil, com clareza e veracidade, que fizeram com que ele sofresse inúmeras críticas dos apoiadores da ditadura, e infelizmente, também levantasse a necessidade do Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) de “lidar” com ele.
O motivo utilizado para chamar Vladimir para prestar depoimentos no departamento, seria por relações que o jornalista teria com o Partido Comunista Brasileiro (PCB).
Mas, assim que chegou ao quartel, Vladimir foi preso, encapuzado, torturado e sofreu agressões diversas incluindo tratamentos de choque. Após todas as torturas e a prisão, o jornalista foi morto no dia 25 de outubro de 1975.
A imagem famosa mostrando o corpo falecido de Herzog, se tornou um símbolo de como a ditadura “apagava” sua oposição sem escrúpulos, já que afirmaram que Vladimir teria se suicidado.
No entanto, a imagem divulgada mostra que o corpo do jornalista pendia da grade de uma janela, e que seus membros inferiores tocavam o chão, o que faz com que a versão do suicídio seja totalmente improvável – ainda que, durante a ditadura, tenham sido muito comuns.
Vladimir e outras vítimas dessas torturas e mortes violentas, ficaram conhecidos como os “suicidados da ditadura”. Após sua morte, milhares de pessoas se movimentaram até a Catedral da Sé em São Paulo, pedindo por justiça e indo contra a ditadura.
Segundo historiadores, esse teria sido o primeiro ato de manifestação da sociedade civil contra o regime militar.
A partir disso, diversas homenagens foram feitas para o jornalista, e em 2013, a Comissão Nacional da Verdade, que investigava casos da época da ditadura, emitiu um novo atestado de óbito para Vladimir Herzog, atribuindo sua morte por “lesões e maus-tratos durante o interrogatório”.
Em 2018, o Estado brasileiro foi condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos pela falta de investigação, julgamento e de punição pela morte do jornalista.
Além disso, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo instituiu em 1978, junto de outras instituições, o Prêmio Vladimir Herzog, que destaca anualmente reportagens que promovam a democracia, a cidadania e os direitos humanos.
Hoje, quem quiser conhecer mais sobre a trajetória e o legado de Vladimir Herzog, pode acessar o Acervo Vladimir Herzog, criado em 2020 pelo Instituto que também leva seu nome.
Lá, são contados detalhes sobre sua vida pessoal, família, amigos e conta com o depoimento de todos que foram próximos deste grande nome do jornalismo nacional. Confira o acervo neste link.
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