Toyotismo: o que é, origem, características e princípios
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O toyotismo é um modelo de produção industrial que revolucionou a forma como as empresas produzem e gerenciam seus processos produtivos. Desenvolvido pela Toyota, esse modelo se diferenciou do antigo modelo de produção em massa, conhecido como fordismo, trazendo mais flexibilidade, eficiência e foco no cliente.
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O que é Toyotismo?
O modelo de produção do Toyotismo se baseia em uma série de princípios e técnicas de gestão desenvolvidos na década de 1950, no Japão, pela Toyota Motor Corporation, uma montadora de automóveis japonesa.
O sistema foi criado pelos engenheiros japoneses Taiichi Ohno, Shingeo Shingo e Eiji Toyoda, que buscavam criar um modelo de produção mais eficiente e flexível, como alternativa ao modelo Fordista, que era dominante na produção industrial do Ocidente.
Contudo, o Toyotismo só começou a ganhar destaque mundial na década de 1970, quando as montadoras japonesas começaram a competir com as montadoras americanas e europeias no mercado global. Desde então, este modelo tem sido estudado e adotado por diversas empresas em todo o mundo.
Origem do Toyotismo
As origens e os motivos da criação do Toyotismo estão diretamente relacionados à história e às necessidades da Toyota. Na década de 1950, a Toyota era uma empresa relativamente pequena e pouco competitiva, que enfrentava diversos problemas de produção, como baixa eficiência, altos custos e qualidade inconsistente.
Dessa forma, uma das principais motivações por trás do desenvolvimento do Toyotismo foi a necessidade de aumentar a competitividade da Toyota no mercado.
Para isso, Ohno, Shingo, Toyoda e sua equipe buscaram implementar um modelo de produção mais eficiente e flexível, que permitisse produzir apenas o necessário, na quantidade necessária e no momento necessário.
Além disso, na década de 1970, as montadoras americanas e europeias que adotavam o modelo de produção em massa, como o Fordismo, enfrentaram uma grande crise em decorrência do aumento dos preços do petróleo e da queda da demanda por automóveis.
Nesse contexto, o Toyotismo se destacou como um modelo de produção mais adaptável às mudanças do mercado.
Em vez de produzir em larga escala e manter grandes estoques, como fazia o Fordismo, o Toyotismo adotava uma produção enxuta. Isso permitia que a empresa se adaptasse mais rapidamente às mudanças do mercado e evitasse os custos de manter grandes estoques.
Por fim, o Toyotismo foi uma tentativa de melhorar a qualidade dos produtos da Toyota. Ohno observou que, ao contrário do que acontecia na produção em massa, em que a qualidade era verificada apenas no final do processo, seria necessário criar um sistema de produção que permitisse detectar e corrigir os defeitos o mais cedo possível.
Foi assim que surgiu o sistema de controle de qualidade total, que se tornou uma das principais características do Toyotismo.
Características do Toyotismo
As principais características do Toyotismo incluem:
- a produção flexível;
- a customização dos produtos;
- a eliminação dos estoques;
- a gestão visual;
- e a melhoria contínua.
Ao contrário do modelo Fordista, que era baseado na produção em massa, o Toyotismo se baseia na produção em pequenos lotes, de acordo com a demanda do mercado. Isso permite uma maior adaptação aos clientes e uma redução dos custos de estoque e de produção.
Por fim, a participação dos trabalhadores é uma outra característica importante do Toyotismo, que valoriza a opinião e o conhecimento dos trabalhadores na melhoria dos processos de produção. Isso é feito por meio do uso de equipes de trabalho multifuncionais e da criação de um ambiente de trabalho participativo e colaborativo.
Princípios do Toyotismo
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Just in Time (JIT)
O Just in Time é um sistema de produção que busca produzir apenas o que é necessário, quando é necessário e na quantidade necessária. Isso permite reduzir os custos de produção, eliminar os estoques excessivos e melhorar a eficiência do processo produtivo.
Kaizen
O Kaizen é um sistema de melhoria contínua que busca identificar e eliminar todos os tipos de desperdício e ineficiência no processo produtivo. Isso permite melhorar a qualidade dos produtos e aumentar a eficiência da produção.
Autonomation
A Autonomation é um processo de automação que busca permitir que as máquinas identifiquem e corrijam automaticamente os problemas no processo produtivo, sem a necessidade de intervenção humana. Isso permite reduzir os erros e melhorar a eficiência do processo.
Trabalho em equipe
O Toyotismo valoriza o trabalho em equipe e a participação dos trabalhadores em todo o processo produtivo. Isso permite que os trabalhadores identifiquem e solucionem problemas, contribuindo para a melhoria contínua do processo.
Flexibilidade
O Toyotismo busca ser flexível e adaptável às mudanças do mercado, permitindo que a empresa se ajuste rapidamente às variações na demanda e nas condições econômicas.
Diferença entre Fordismo e Toyotismo
O Fordismo e o Toyotismo são dois modelos de produção que apresentam diferenças significativas em suas abordagens e práticas. Algumas das principais diferenças entre esses modelos são:
Tópicos | Fordismo | Toyotismo |
Origem | O Fordismo teve origem nos EUA, no início do século XX, na fábrica da Ford Motor Company. | O Toyotismo teve origem no Japão, na fábrica da Toyota, nos anos 30. |
Sistema de Produção | O Fordismo é baseado na produção em massa, com alto volume de produção, padronização e especialização do trabalho. | O Toyotismo é baseado na produção enxuta, com foco na qualidade, flexibilidade, redução de desperdício e envolvimento dos trabalhadores. |
Estrutura | O Fordismo é caracterizado por uma estrutura verticalizada, com hierarquia clara e centralização das decisões. | O Toyotismo tem uma estrutura descentralizada, com equipes multifuncionais e participação ativa dos trabalhadores na tomada de decisões. |
Flexibilidade | O Fordismo é caracterizado por uma baixa flexibilidade, com pouca capacidade de adaptação às mudanças de demanda ou às necessidades dos clientes. | O Toyotismo é caracterizado por uma alta flexibilidade, com capacidade de resposta rápida às mudanças de demanda ou às necessidades dos clientes. |
Divisão do Trabalho | O Fordismo é caracterizado por uma divisão do trabalho rígida e especializada, com cada trabalhador realizando uma tarefa específica e repetitiva. | O Toyotismo é caracterizado por uma divisão do trabalho flexível e multifuncional, com os trabalhadores realizando várias tarefas e sendo incentivados a contribuir com ideias para melhorias do processo. |
Produtos | O Fordismo produz produtos padronizados em grande quantidade, com pouca variação e personalização. | O Toyotismo produz produtos diversificados e personalizados, com maior flexibilidade para atender às demandas dos clientes. |
Salários | No Fordismo, os salários eram fixos e baseados na produção, ou seja, quanto mais se produz, mais se ganha. | No Toyotismo, os salários são variáveis e baseados na qualificação do trabalhador, incentivando o desenvolvimento de novas habilidades e o aprendizado contínuo. |
Estoques | No Fordismo, os estoques são altos, pois são produzidos em grande quantidade para atender à demanda prevista. | No Toyotismo, os estoques são baixos, com produção sob demanda e redução do desperdício. |
Enfoque no Cliente | No Fordismo, o enfoque no cliente é baixo, com pouco espaço para personalização e adaptação às necessidades individuais. | No Toyotismo, o enfoque no cliente é alto, com maior flexibilidade para atender às necessidades e demandas dos clientes. |
Hierarquia Organizacional | O Fordismo tem uma hierarquia organizacional rígida e centralizada, com tomadas de decisão feitas por poucas pessoas. | O Toyotismo tem uma hierarquia organizacional flexível e horizontal, com equipes multifuncionais e participação ativa dos trabalhadores na tomada de decisões. |
Exemplos de empresas que adotaram o Toyotismo
Diversas empresas ao redor do mundo adotaram os princípios do Toyotismo em suas operações. Algumas das empresas mais conhecidas que utilizam essa filosofia de produção são:
- Toyota: como criadora do Toyotismo, a Toyota é a empresa que mais utiliza esses princípios em sua produção, sendo referência em termos de eficiência e qualidade.
- Dell: a Dell adotou o modelo de produção enxuta inspirado no Toyotismo em sua fábrica em Austin, Texas, nos Estados Unidos. Essa mudança permitiu reduzir o tempo de produção, eliminar estoques desnecessários e melhorar a qualidade dos produtos.
- Harley-Davidson: a fabricante de motocicletas adotou o sistema de produção enxuta baseado no Toyotismo em suas operações, o que permitiu reduzir o tempo de produção em 36% e aumentar a eficiência da fábrica.
- Intel: a Intel adotou os princípios do Toyotismo em sua fábrica de semicondutores em Dalian, na China. Essa mudança permitiu reduzir os custos de produção e melhorar a qualidade dos produtos.
Críticas ao Toyotismo
Apesar de ser considerado um modelo de produção eficiente e bem-sucedido, o Toyotismo também recebeu críticas ao longo dos anos. Algumas das principais críticas são:
- Ritmo de trabalho excessivo: um dos principais desafios do Toyotismo é manter um ritmo de trabalho intenso para garantir a eficiência da produção, o que pode levar a sobrecarga e exaustão dos trabalhadores.
- Pressão por redução de custos: o sistema de produção enxuta baseado no Toyotismo coloca uma grande pressão sobre os custos de produção, o que pode levar a cortes excessivos de gastos e redução de investimentos em áreas importantes, como segurança e treinamento de funcionários.
- Falta de inovação: a ênfase na eficiência e na produção em massa pode levar a uma falta de inovação e criatividade, já que o foco está em produzir produtos padronizados e em grande volume.
- Trabalho precarizado: em algumas empresas, a adoção do Toyotismo pode levar à precarização do trabalho, com a contratação de trabalhadores temporários ou terceirizados, que recebem salários mais baixos e têm menos benefícios.
- Desumanização do trabalho: o Toyotismo pode levar à desumanização do trabalho, com a redução da interação humana na produção e o foco exclusivo na eficiência e no lucro, o que pode afetar negativamente a motivação e a satisfação dos trabalhadores.
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