Unila Uma universidade internacional
Vem aí uma universidade federal diferente daquilo que os brasileiros estão acostumados. Já imaginou ter colegas de diversos países da América Latina, com disciplinas ministradas em português e espanhol? Então, prepare as malas para o ano que vem.
É isso que reserva a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), na tríplice fronteira da cidade de Foz do Iguaçu (PR). O passo mais importante para que se tornasse realidade foi dado no dia 16 de dezembro.
O projeto de lei 2878/08, que cria a Unila, tramitava havia dois anos. No dia 16, completou o processo de ser aprovado na Câmara de Deputados e no Senado. Agora, precisa apenas da assinatura do presidente Lula. Trata-se de uma aposta na política internacional de integração entre as nações da América Latina.
– Acabo de ter a grande emoção de assistir, ao vivo e em cores, da tribuna do Senado, a aprovação da Unila por unanimidade. O apoio foi total de todos os partidos e senadores, sem exceção – comemorou o presidente da Comissão de Implantação da Unila e provável reitor da instituição, professor Hélgio Trindade, também ex-reitor da UFRGS.
O futuro campus tem projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer e será construído em uma área de 38,9 hectares doada pela Itaipu Binacional. A instituição atenderá cerca de 10 mil alunos, entre brasileiros e dos demais países. Com um corpo docente de especialistas brasileiros e estrangeiros, terá 250 professores efetivos e 250 visitantes. São parceiros da iniciativa a Universidade Federal do Paraná (UFPR), tutora da Unila, a Itaipu Binacional, que tem acolhido atividades acadêmicas iniciais, e o Parque Tecnológico de Itaipu (PTI), onde está a sede temporária.
Serão 50% de estudantes brasileiros e 50% de fora. O início da graduação está previsto para o segundo semestre de 2010. Para os brasileiros, a seleção será pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os estrangeiros farão um teste distinto elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Os cursos não são os mesmos das instituições tradicionais. A ideia é oferecer opções para fomentar o desenvolvimento regional.
Cursos da primeira etapa
– Sociedade, Estado e Política na América Latina
– Relações Internacionais e Integração Regional
– História e Direitos Humanos na América Latina
– Desenvolvimento Rural e Segurança Alimentar
– Economia, Integração e Desenvolvimento
– Comunicação, Poder e Mídias Digitais
– Ecologia e Biodiversidade
– Tecnologia e Engenharia das Energias Renováveis
– Engenharia Civil – ênfase em infraestruturas
– Gestão Integrada de Recursos Hídricos
– Direito Internacional Comparado
– Saúde Coletiva
– Geografia
– Território e Paisagem na Produção do Espaço
– Tecnologia e Engenharia das Energias Renováveis
– Educação, Tecnologia e Integração
– Licenciaturas: Ciências da Natureza
– Interculturalidade e Integração
– Esporte, Meio Ambiente e Políticas Sociais
– Políticas Linguísticas Latino-Americanas
Mais informações: www.unila.ufpr.br
Entrevista | Hélgio Trindade, presidente da Comissão de Implantação da Unila
Universidade não oferecerá cursos tradicionais, como Medicina e
Direito, pois as graduações serão voltadas para obras de infraestrutura
do continente americano.
Zero Hora – Por que decidiu-se criar a Unila?
Hélgio
Trindade – A nossa ideia está bem descrita no próprio nome da
instituição. A Unila veio para priorizar a integração com a América
Latina, oferecendo cursos que tratem da problemática de todos esses
países. Por isso, não teremos opções como Direito, Medicina e
Engenharia, tradicionais profissões brasileiras que foram dominantes
por um bom período da nossa história. Teremos graduações voltadas para
as obras de infraestrutura da América Latina, como a usina de Itaipu, e
saúde pública, por exemplo.
ZH – Haverá estrutura para receber 10 mil alunos?
Trindade
– Primeiro, teremos mil alunos. Depois, aos poucos, vamos aumentando
até chegar à meta dos 10 mil. Foz do Iguaçu está empolgada com a
perspectiva de receber tantos estudantes estrangeiros e de se tornar um
polo universitário. Já temos famílias interessadas em oferecer
hospedagem, além de hotéis se planejando para acolher esse público.
Também teremos uma estrutura de residências universitárias, claro. O
campus tem uma área de quase 40 hectares.
ZH – Não poderia ser a mesma seleção para brasileiros e estrangeiros?
Trindade
– Tivemos de fazer uma adaptação para incluirmos estudantes da América
Latina. No Brasil, temos a tradição dos vestibulares para ingresso no
Ensino Superior. Internamente, usaremos o Enem, que esperamos que
ocorra entre abril e maio. Em outros países, como Argentina, existe a
tradição de passar direto do Ensino Médio para o Ensino Superior. Por
isso, para os estrangeiros, devemos elaborar um teste de capacidade
para ingressar na instituição.
ZH – Já podemos chamá-lo de reitor da Unila?
Trindade
– Olha, essa decisão virá do ministério. Antes disso, não posso me
considerar reitor. É uma possibilidade que tem se falado muito. Na
minha carreira, sempre valorizei e tomei iniciativas rumo à integração
internacional da universidade, foi assim quando fui reitor da UFRGS. De
qualquer forma, a Unila precisa seguir com esse perfil.
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