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46,8% dos alunos de 14 anos não sabem ler e escrever

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O relatório Síntese dos Indicadores Sociais também revela que nos últimos dez anos houve melhora no acesso ao Ensino Médio.

A Síntese dos Indicadores Sociais de 2008, divulgada

hoje pelo IBGE, com base em dados de 2007, aponta que 1,3 milhão das

crianças de 8 a 14 anos de idade não sabem ler e escrever, apesar de 1,1 milhão freqüentar estabelecimento de ensino. Desse número, 65,3%, ou seja, 745,9 mil vivem no nordeste.

Ainda segundo o estudo, entre os alunos de 14 anos, que deveriam estar

em vias de concluir o Ensino Fundamental, 46,8% não sabem ler e

escrever apesar de freqüentarem a escola.

É importante ressaltar que esses números não são

resultados de avaliações educacionais, mas sim reflexo da percepção das

famílias entrevistadas na Pnad de 2007, Pesquisa Nacional por Amostra

de Domicílios, do IBGE. Os números referentes ao Ensino Médio demonstram que a taxa de freqüência líquida, ou seja, o número de alunos de 15 a 17 anos que freqüentam esta etapa do ensino é de apenas 48%.

De acordo com o IBGE, essa mesma taxa alcançava somente 26,6% dos adolescentes em 1997.O atraso escolar também pode ser percebido pelo fato de 34,9% dos estudantes de 18 a 24 anos ainda estar no Ensino Médio. Outro dado apresentado no relatório é a defasagem

idade/série, que no País ainda é alta. O percentual de alunos do Ensino

Fundamental, com idade superior à série recomendada em dois anos ou

mais é de 25,7%. Ou seja, para cada quatro crianças, uma está atrasada.

O Nordeste tem a maior taxa de defasagem idade/série do

Brasil, com 38,8%, seguido pelo Norte com 35,4%, Centro-Oeste com

24,4%, Sudeste com 16,3% e o Sul, com a melhor situação, 16%.Apesar de 97,6% da população de 7 a 14 freqüentar a escola, no Brasil 22,4% das crianças de 4 a 6 ainda não freqüentam a Pré-Escola. Já entre a população de 0 a 3, 17,1% estão na creche

O atendimento no campo e na zona urbana também apresenta

diferenças: a taxa de freqüência bruta na Educação infantil para as

crianças de 0 a 6 anos é de 46,9% na zona urbana, enquanto que na zona rural é de 34%.

No que diz respeito ao acesso ao analfabetismo

funcional, a pesquisa revela que 21,7% da população com 15 anos ou mais

são considerados analfabetos funcionais. A pesquisa considera analfabeto funcional a falta de domínio

de habilidades como leitura, escrita, cálculos, ciências, em

correspondência a uma escolaridade de até três anos do Ensino

Fundamental ou antigo primário.Apesar de nos últimos dez anos ter havido uma queda de 10,3

pontos percentuais, ainda há grande disparidade na comparação entre as

zonas urbanas e rurais.

O percentual de analfabetismo funcional no campo, 42,9%, é maior que o dobro das áreas urbanas, que é de 17,8%.Apesar de mais da metade das crianças de até 3 anos de

idade, 59,5%, que freqüentam escola, estar na rede pública, 40,5% das

crianças estão a rede privada.

Segundo o relatório, a pobreza dificulta o acesso das crianças à Educação Infantil, principalmente entre 0 a 3 anos. Entre aquelas que vivem em famílias consideradas pobres, a taxa de freqüência escolar era de 10,8%.Nas mais ricas, com mais de 3 salários mínimos de rendimento

mensal familiar per capita, a taxa de freqüência era quatro vezes

maior, 43,6%. Essa desigualdade é observada em todas as regiões do

País.

O déficit de vagas oferecidas pela rede pública, a

dificuldade financeira das famílias mais pobres que não podem pagar por

essa etapa do ensino e a questão cultural pode, entre outros motivos,

explicar a baixa taxa de freqüência das crianças de 0 a 3 em creches.

A

questão cultural pode ser exemplificada, sobretudo, pelo percentual de

crianças nessa faixa etária que freqüentam a escola no Nordeste e no

Sul, que é de 45,8% e 35,1%, respectivamente.

O relatório também demonstra que quanto maior a renda, menor é a taxa de analfabetismo funcional.De acordo com os dados, a taxa de analfabetismo funcional

entre a população de 15 anos ou mais que tem renda familiar de até 1

salário mínimo é de 60,9%.

Para aqueles com renda maior que um e até dois salários, o

percentual é de 16,6% e entre os que possuem renda superior a dois

salários esse número cai para 6,5%.Outro dado apontado pelo instituto é que entre os 14,1

milhões de analfabetos, 9 milhões eram pretos e pardos e mais da metade

residia no Nordeste.

Leia a íntegra da Síntese dos Indicadores Sociais do IBGE clicando aqui

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