A lição do Enem
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O vazamento das questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o
consequente cancelamento da prova representaram fatos gravíssimos que,
além de revelarem uma fragilidade no esquema de segurança, prejudicaram
4 milhões de estudantes e suas famílias.
Remarcada a data da prova, 5 e
6 de dezembro, é importante que as lições desse episódio sejam
aprendidas pelos envolvidos, para que fatos semelhantes não tenham
chance de se repetir.
O ministro da Educação, Fernando Haddad,
reuniu-se ontem com o da Justiça, Tarso Genro, para discutir essas
questões e definir o rumo das investigações da Polícia Federal para
esclarecer os fatos e as consequências do vazamento. Até ontem, cinco
pessoas haviam sido indiciadas.
As autoridades do Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão ligado ao Ministério da
Educação (MEC), aguardam a conclusão das investigações administrativas
e policiais para decidir sobre eventual ressarcimento pelos gastos com
a impressão da prova cancelada.
Há outros custos que, infelizmente, não
podem ser contabilizados nem exigidos, mas nem por isso deixam de ter
existido e de ter sido fatores efetivos de prejuízos. Basta citar as
muitas das 60 universidades que aderiram ao Enem como critério de
ingresso que terão que reajustar seus calendários e até retardar o
primeiro semestre de 2010 em decorrência dos transtornos gerados pelas
novas datas.
Aprende-se com o desagradável episódio que, neste e em
qualquer contrato, as autoridades têm que ser cuidadosas na escolha dos
prestadores de serviço e na vigilância dos seus atos.
O fato de o MEC
ter rompido o contrato com o consórcio responsável pela aplicação do
Enem não absolve ninguém. Pelas sequelas já identificadas, o vazamento
do conteúdo da prova provocou arranhões na credibilidade de um sistema
que tenta se afirmar.
Trata-se de uma operação de abrangência nacional,
que envolve interesses das universidades, das escolas e dos milhões de
estudantes que buscam acesso a um curso superior.
De resto, não se pode
deixar de reconhecer que o MEC, pela ação do ministro Haddad,
comportou-se com seriedade, responsabilidade e transparência.
O exame
foi adequadamente cancelado quando surgiram os primeiros indícios de
que houvera vazamento, consumou-se a substituição da empresa
responsável pela impressão e distribuição da prova e, mal ou bem, houve
agilidade na definição da nova data, levando em conta a complexidade
das relações envolvidas.
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