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Notícias

Em 2030, brasileiro vai estudar e ganhar mais

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Estudo

da Ernst & Young e da FGV Projetos traça perspectivas bastante

otimistas para o mercado de trabalho nos próximos 20 anos.

Em

20 anos, o brasileiro estará mais qualificado e ganhando mais. Além

disso, até 2030, a força de trabalho no país vai crescer a uma taxa de

0,95% ao ano – índice equivalente ao padrão mundial mas superior ao

índice de países desenvolvidos, que é de 0,1%. Tais fundamentos vão

colaborar para levar o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas

produzidas por um país) do Brasil a US$ 2,4 trilhões em 2030 e fazer

dele a oitava maior economia do mundo.

Levantamento traça mapa de oportunidades no país

Embora

o estudo da Ernst & Young e da FGV Projetos não tenha abordado

diretamente o tema do mercado de trabalho e negócios, mostra um cenário

de grandes oportunidades ao mapear o crescimento do consumo no Brasil.

De acordo com o levantamento, em valores absolutos, o mercado

consumidor brasileiro passará de R$ 1,41 trilhão em 2007 para R$ 3,30

trilhões em 2030 – um incremento de R$ 1,89 trilhão em 23 anos.

“As

empresas que atuam ou pretendem atuar no mercado brasileiro têm de se

almoldar a um horizonte de negócios em transformação. Esse dinamismo se

expressa em uma taxa de crescimento médio do mercado consumidor de 3,8%

até 2030”, afirma o trabalho. Com base na expansão do consumo, a FGV

traçou um “mapa de oportunidades” no país, com a participação que

diversas atividades terão no mercado nos próximos 20 anos (veja quadro

ao lado). “Este quadro dá o que a gente chama de novo mercado. É um

mercado que vai ser disputado pelas empresas já instaladas e por

aquelas que vão surgir. São oportunidades que não existem ainda, mas

que vão surgir”, diz o professor da FGV Projetos, Fernando Garcia.

Estas

oportunidades, explica ele, servem para balizar tanto as estratégias de

empresas (grandes, médias e pequenas) como da própria população, que

pode se preparar para atuar em diversos segmentos da economia. O estudo

mostra, por exemplo, que o aumento de renda da população será decisivo

para redefinir o mercado de alimentos. O consumo de alimentos in natura

deve, vai representar apenas 1,2% deste incremento de R$ 1,89 trilhão

nos próximos anos. Já a comida industrializada e a alimentação fora de

casa vão responder por uma parcela muito maior: 7,2%, ou R$ 135,5

bilhões nos próximos anos.

Os

segmentos de automóveis e combustíveis, por sua vez, perderão

participação, respondendo, juntos, por 6,1% do consumo em 2030. Nos

últimos dez anos, essa participação foi de 8,5%. (FL)

As

previsões são otimistas, e foram traçadas no estudo Brasil Sustentável

– Crescimento econômico e oportunidades de consumo, divulgado esta

semana pela auditoria Ernst&Young e pela FGV Projetos. E, mesmo com

uma força de trabalho mais numerosa e mais produtiva, as oportunidades

também devem crescer.

“Nessa

trajetória de crescimento sustentável, as empresas vão abrir muitas

oportunidades de trabalho. É algo que já vem ocorrendo nos últimos três

anos. Há uma significativa abertura de postos de trabalho mesmo com

ganhos de produtividade”, explica o professor Fernando Garcia,

consultor da FGV Projetos e um dos responsáveis pelo estudo. Como o

levantamento prevê maiores taxas de investimento no país, a expectativa

é de que setores como a construção civil registrem maior crescimento e

abram mais postos de trabalho.

Garcia

lembra que, ao mesmo tempo em que a mão-de-obra vai crescer, também

estará mais qualificada. Segundo o levantamento, a escolaridade da

população economicamente ativa vai passar dos 7,8 anos de instrução

média observados em 2007 para 11,3 anos em 2030. Em relação à população

total do país, os anos de instrução formal passarão de 4,6 em 2007 para

7,5 ao final dos próximos 22 anos.

O

estudo destaca que “é relevante o aumento da escolaridade da

mão-de-obra brasileira, que, em 2030, chegará ao patamar de instrução

atual dos trabalhadores de países desenvolvidos, superando os 11 anos

completos de estudo”. O levantamento mostra que este indicador, em

2030, será semelhante ao registrado atualmente pela Coréia do Sul, mas

ainda assim inferior aos 12,5 anos de estudo nos Estados Unidos. “Os

níveis educacionais tendem a convergir mundialmente, mas, mesmo

considerando esse aspecto, a evolução do Brasil denota um grande

progresso”, afirma o texto da Ernst&Young.

Ao

mesmo tempo, a renda per capita do brasileiro, segundo os pesquisadores

da FGV e da Ernst&Young, crescerá a uma taxa de 3,1% ao ano. O

índice é bem superior ao observado nos últimos 17 anos (1,3% ao ano). A

massa salarial terá expansão de 3,5% ao ano, “levando o Brasil, em

2030, à oitava posição entre as economias que mais pagam salários”, diz

o texto do estudo. Hoje, o país está na 11ª posição neste quesito.

“O

volume da massa de salários chegará a US$ 880,3 bilhões em 2030, em

razão de seu crescimento à taxa de 3,5% ao ano, tornando-se o oitavo

maior do mundo. Crescimento semelhante ao da massa de salários

brasileira será verificado no México – tal ritmo deve ser superado

somente pelo ímpeto sem compromisso com a sustentabilidade da economia

chinesa”, constata o trabalho.

Com

isso, o estudo também prevê uma ascenção social de famílias com poder

aquisitivo menor. “O crescimento e a distribuição de renda no período

possibilitarão uma gradativa ascensão social das famílias com nível de

renda mais baixo. É importante notar que a mobilidade é uma

conseqüência da universalização da educação, das novas oportunidades de

emprego, do aumento da produtividade da mão-de-obra e da maturação da

estrutura etária e familiar”, informa o texto.

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