Enem é requisito para o ProUni
Quem precisa de bolsa para cursar uma faculdade particular, é bom
prestar atenção especial atenção no Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem). Embora a data de inscrições para o Programa Universidade para
Todos (ProUni), ano 2009, ainda não esteja definido pelo Ministério da
Educação (MEC), a realização do exame é requisito para quem tem
dificuldades financeiras, mas não perde a esperança de lutar por um
diploma.
No primeiro semestre de 2008, o Programa Universidade par Todos
(ProUni) foi concedido a mais de 6 mil estudantes na Bahia, sendo 3.864
integrais e 2.551 parciais. A bolsa integral é dirigida aos que possuam
renda familiar por pessoa de até um salário mínimo e meio (R$ 622,50).
Há também bolsa parcial de 50% e complementar, 25%, para renda até três
salários.
Para quem já está matriculado em uma faculdade particular, uma opção
para fugir às altas mensalidades é o Financiamento do Estudante do
Ensino Superior (Fies). Para este, as inscrições encerram na próxima
quarta-feira (3). A disputa do Fies não exige a participação no Enem.
Aluna de Fisioterapia da Faculdade Jorge Amado, Aída Paranhos, 20, vai
se candidatar ao Fies para o próximo semestre. “Foi uma luta entrar,
agora é outra para se manter”, desabafa. Como tem uma irmã matriculada
em instituição particular, é preciso economizar para evitar a
inadimplência. “A gente segura nas compras e minha mãe paga um mês a
escola de uma e o seguinte, da outra”, conta Aída. Com o FIES, a aluna
poderá requerer financiamanto de até 100% o valor da mensalidade.
Enquanto cursa a faculdade, o beneficiado se compromete a pagar, a cada
três meses, o valor de no máximo R$ 50,00 (cinqüenta reais), que vai
sendo abatido de seu saldo devedor. Logo após a formatura, há um
período de carência de seis meses antes do início do pagamento das
prestações.
Objetivo
Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (Inep), com base nas respostas do questionário sócio-econômico
preenchidos pelos alunos no ano passado, mostram que 71,37% dos
estudantes fizeram o Enem para entrar na faculdade e conseguir pontos
para o vestibular. Do total, 17.94% dos alunos pretendem apenas testar
seus conhecimentos. Outros 10,25% consideram o Enem interessante para
ter um bom emprego e saber se está preparado para o futuro
profissional; 0,44%, não responderam.
Coordenador Nacional do Enem, do Ministério da Educação (MEC), Dorivan
Gomes, diz que o Ministério trabalha com o ideal de adoção do exame por
todas as universidades, pelo menos como primeira fase do processo
seletivo. A segunda etapa seria uma prova específica afinada com o
conteúdo do curso. “Mas as instituições tem autonomia para decidir.
Uma prerrogativa dada pela própria Constituição Federal”, explica o
gestor.
Limitação
O número de vagas no Ensino Superior na Bahia, teve aumento de 600% em
dez anos. É o que mostra o levantamento mais recente do Ministério da
Educação (MEC). Enquanto em 1996 eram apenas 15.585 vagas, em 2006 este
número saltou para 112.576. No Brasil, as vagas quadruplicaram. De
634.236 subiu 2.629.598 de cadeiras na universidade.
Apesar do aumento, o número limitado de vagas no ensino público é
apontado por gestores como fator principal que limita a utilização do
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como substituto do vestibular e
potencial balizador do ingresso de estudantes no ensino superior.
Enquanto o número de vagas aumentou 142,92% na rede pública na Bahia,
subindo de 8.035 vagas para 19.519; na rede particular o crescimento
chega a incrível soma de 1.132,54%. As 7.550 vagas, que em 1996 não
ultrapassavam o montante disponibilizado pela rede pública, subiu para
93.057 vagas, no período de dez anos. O vice-reitor de Graduação da
Ufba, aerbal Marinho, diz que o exame não se adapta a realidade
nacional de grande demanda e poucas vagas. “O Enem pôde ser adotado
pelas particulares porque a concorrência é menor. É um sistema
avaliativo e não classificatório”, afirma Marinho, pontuando que o tema
chegou a ser discutido por ocasião da implementação do Reuni na UFBa,
mas não avançou.
Empate
Ele explica que o método é interessante por privilegiar o
conhecimento e não a memória, mas dificultaria a criação de um ranking
entre os alunos. “O sistema favorece um número alto de empate entre os
candidatos”, justifica. A presidente da Comissão Permanente do
Vestibular da Uneb, Romilda Almeida, diz que é preciso investir em
professores e infra-estrtura, de modo a aumentar o número de vagas e
permitir a adoção do exame nas universidades públicas. “Hoje, é
inoperável. A demanda é enorme”, avalia a professora.
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