Lucíola – Resumo do livro de José de Alencar
A obra “Lucíola”, de José de Alencar, foi o quinto romance do autor, publicado em 1863. O romance é ambientado no Rio de Janeiro do século XIX e narra a história de Paulo, um jovem advogado que se envolve romanticamente com uma cortesã chamada Lúcia, conhecida como Lucíola.
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A trama aborda temas como amor, paixão, moralidade e hipocrisia social, explorando os conflitos internos de Paulo enquanto ele enfrenta o dilema entre seus sentimentos por Lucíola e as convenções sociais da época.
Resumo da obra
Conta a história romântica de Lucíola e Paulo. Lucíola, como é conhecida Lúcia na sociedade, é uma cortesã de luxo do RJ em 1855. E Paulo um rapaz do interior que veio para o Rio para conhecer a corte.
Na primeira vez que Paulo viu Lúcia, julgou ela como meiga e angélica, mesmo seu amigo Sá contando barbaridades sobre ela e revelando a sua verdadeira profissão, Paulo manteve essa imagem em seu coração.
Descobrindo sua casa, Paulo foi visitá-la, e sendo as circunstâncias favoráveis, ela entregou-se a ele como no mais belo ato. Depois disto, Lúcia passou a ser vulgar e mesquinha, desprezando o amor de Paulo, bem como havia dito Sá a respeito dos modos da moça.
Paulo então viu Lúcia com outros homens, como Jacinto, e sentiu ciúmes, mas Lúcia justificou alegando ser ele apenas um negociante.
Em uma festa a que tanto Paulo quanto Lúcia estavam presentes, todos os convidados beberam e jogaram a vontade, tanto os homens quanto as mulheres. Nas paredes havia quadros de mulheres nuas, e como Lúcia era uma prostituta, a pedido e pagamento dos cavalheiros, ela ficou nua diante dos presentes.
Para Paulo aquela não era a imagem que ele havia visto na casa e na cama de Lúcia. Esta era repugnante e vulgar, aquela bela e fantástica. Para ele, não era Lúcia que ali estava, aquela jovem meiga que conhecera, e sim Lucíola, a prostituta mais cobiçada do Rio de Janeiro. Então, Paulo retirou-se, alegando que já havia visto paisagens melhores.
Lúcia arrependeu-se do que fez e eles se reconciliaram. Paulo a amava desesperadamente de forma bela e pura, e Lúcia, em seus conturbados sentimentos, decidiu então dedicar-se inteiramente a esse amor para que sua alma fosse purificada por ele.
Então vendeu sua luxuosa casa e foi morar em uma menor e mais modesta. E contou a Paulo sua história:
Seu nome verdadeiro era Maria da Glória e, quando em 1850 houve um surto de febre-amarela, toda sua família caiu doente, do pai à irmãzinha.
Para poder pagar os medicamentos necessários para salvá-los, Lúcia se entregou para Couto, a quem, a partir disso, ela passou a desprezar profundamente. Nessa época ela tinha 14 anos, e seu pai, ao descobrir, a expulsou de casa.
Ela então, fingiu sua própria morte quando sua amiga Lúcia morreu, e assumiu o seu nome.
Agora, com o dinheiro que conseguia, pagava os estudos de Ana, sua irmã mais nova. Paulo ficou muito comovido com a história de Lúcia. Ele sempre a visitava e numa noite de amor ela engravidou, mas adoeceu. Lúcia acreditava que a doença era pelo seu corpo “não ser puro”, como a sociedade a julgava.
Por fim, Lúcia confessou seu amor a Paulo e disse pertencer a ele. Ela o informou que gostaria que ele se casasse com sua irmã, Ana, que tinha vindo morar com eles. Paulo recusou-se, assim como Lúcia também recusou o aborto. E por isso, ela acabou morrendo grávida.
Após cinco anos desde a morte de Lúcia, Ana passou a ser vista como uma filha para Paulo, que a amparava. E seis anos depois da partida de Lúcia, Ana casou-se com um homem de bem e Paulo continuou triste com a morte do único amor da sua vida.
Análise da obra
Lucíola é um romance urbano, em que Alencar transforma a cortesã em heroína, quando esta tem sua alma “purificada” com o amor de Paulo. Ela não se permite amar, por acreditar que seu corpo é sujo e vergonhoso, e ao fim da vida, quando admite seu amor, declara-se pertencente a Paulo.
É a submissão do amor romântico, onde a castidade é valorizada na sociedade da época.
Inclusive, percebe-se justamente uma crítica social e moral ao preconceito. O romance do casal causou comentários na sociedade. Paulo se viu dividido entre o amor e o preconceito.
A atração física superou essa barreira, mas até o final, Lúcia se sentia indigna do amor de Paulo e do sentimento de igualdade que deveria existir entre os amantes.
A publicação de “Lucíola” foi um evento significativo na literatura brasileira do século XIX.
José de Alencar, um dos principais escritores do movimento literário conhecido como romantismo no Brasil, utilizou a obra para trazer reflexões sobre a sociedade e suas contradições, abordando questões como a hipocrisia moral e a posição das mulheres na época.
Ao retratar a personagem de Lucíola, Alencar desafia os estereótipos femininos da época, apresentando-a como uma mulher complexa e multifacetada, capaz de despertar paixões e questionar as normas sociais.
Através do romance entre Paulo e Lucíola, o autor também aborda as diferenças de classes sociais e as consequências das escolhas individuais em uma sociedade hierarquizada.
Personagens de Lucíola
- Paulo Silva: O protagonista do romance, um jovem advogado que se envolve emocionalmente com Lúcia, conhecida como Lucíola. Ele é retratado como um homem dividido entre seus sentimentos por Lucíola e as convenções sociais da época.
- Lúcia (Lucíola): Também conhecida como Maria da Glória, seu verdadeiro nome, é uma cortesã, uma prostituta de luxo. Ela é uma mulher complexa e sedutora, capaz de despertar paixões intensas em Paulo. Lucíola é retratada como uma personagem com camadas e nuances, desafiando os estereótipos femininos da época.
- Sá: Amigo de infância de Paulo e figura influente na sociedade carioca. Ele representa a hipocrisia social e é um exemplo de homem que segue as convenções sociais em vez de seguir seus próprios desejos e emoções.
- Couto: o homem que se aproveitou da inocência de Lúcia quando ela tinha somente 14 anos, a quem ela acabou se entregando para conseguir o dinheiro do tratamento da família.
- Ana: A irmã mais nova de Lúcia.
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