Conheça 10 poetas brasileiros e suas obras
A poesia vive, em nós e na vida. É assim, pensando em crônicas, acontecimentos diários e outras tantas vivências que diversos poetas e poetisas contaram histórias cotidianas e até fantásticas em verso e prosa.
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Seja você um grande consumidor da poesia ou não, a verdade é que ela é grande parte da literatura de diversos países, incluindo a do Brasil, com autores condecorados e reconhecidos por seus lindos poemas. Inclusive, muitos desses textos já estiveram presentes em provas como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e outros vestibulares. Portanto, é essencial entender um pouco sobre eles.
Venha conferir alguns dos principais poetas do país, seus estilos, principais obras, e outros detalhes que você deve saber sobre as técnicas que envolvem a poesia, no caso desse assunto das as caras em suas provas.
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Grandes nomes da poesia brasileira
A poesia brasileira é uma tapeçaria de vozes, cada uma contribuindo com sua singularidade para o rico panorama literário do país. Neste artigo, exploraremos 10 poetas brasileiros, homens e mulheres, e suas obras marcantes, oferecendo aos estudantes uma visão abrangente da diversidade poética do Brasil.
1. Machado de Assis (1839-1908):
- Estilo: Machado é conhecido por sua prosa, mas também escreveu poesia com um toque irônico e crítico.
- Principais Obras: “Crisálidas,” “Falenas,” e “Americanas.”
2. Cecília Meireles (1901-1964):
- Estilo: Cecília é reconhecida por sua poesia lírica e delicada, explorando temas como infância e espiritualidade.
- Principais Obras: “Mar Absoluto,” “Romanceiro da Inconfidência,” e “Viagem.”
3. Carlos Drummond de Andrade (1902-1987):
- Estilo: Drummond é um dos maiores poetas do modernismo brasileiro, com poesia introspectiva e universal.
- Principais Obras: “Sentimento do Mundo,” “Claro Enigma,” e “A Rosa do Povo.”
4. Adélia Prado (1935- ):
- Estilo: Adélia combina o cotidiano e o espiritual em sua poesia, criando versos intensos e emotivos.
- Principais Obras: “Bagagem,” “A Bagagem e Outros Poemas,” e “Miserere.”
5. Ferreira Gullar (1930-2016):
- Estilo: Gullar é um expoente da poesia concreta, com versos marcados por inovações formais.
- Principais Obras: “A Luta Corporal,” “Poema Sujo,” e “Muitas Vozes.”
6. Cora Coralina (1889-1985):
- Estilo: Cora Coralina celebra a simplicidade e a vida no interior do Brasil em sua poesia.
- Principais Obras: “Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais,” e “Meu Livro de Cordel.”
7. Manuel Bandeira (1886-1968):
- Estilo: Bandeira é conhecido por sua poesia intimista e emocional, frequentemente abordando temas pessoais.
- Principais Obras: “Libertinagem,” “Estrela da Manhã,” e “Lira dos Cinquent’ Anos.”
8. Hilda Hilst (1930-2004):
- Estilo: Hilda é conhecida por sua poesia experimental e provocativa, explorando a sexualidade e a busca espiritual.
- Principais Obras: “Poemas Malditos, Gozosos e Devotos,” “Cantares de Perda e Predileção,” e “O Rato no Muro.”
9. Vinicius de Moraes (1913-1980):
- Estilo: Vinicius é um dos principais representantes da poesia lírica, com uma ênfase na temática do amor.
- Principais Obras: “Antologia Poética,” “O Operário em Construção,” e “Para Viver um Grande Amor.”
10. Ferreira Gullar (1930-2016):
- Estilo: Gullar é conhecido por sua versatilidade, transitando entre a poesia concreta e a poesia social.
- Principais Obras: “A Luta Corporal,” “Poema Sujo,” e “Muitas Vozes.”
O que é preciso saber sobre poesia no Enem?
O Enem frequentemente aborda poesia em suas edições, exigindo dos estudantes a capacidade de compreender o significado dos poemas, identificar figuras de linguagem e relacionar o texto à sua época.
Para se preparar para provas e vestibulares que incluem poesia, os estudantes devem ter um bom entendimento da teoria poética, incluindo:
- Métrica: Compreender a medida dos versos e as diferentes formas métricas (decassílabo, alexandrino, etc.).
- Rima: Reconhecer e classificar as rimas (consoante, toante, etc.) utilizadas nos poemas.
- Figuras de Linguagem: Identificar metáforas, metonímias, aliterações e outras figuras de linguagem.
- Contexto Histórico e Cultural: Relacionar o poema ao contexto em que foi escrito, entendendo as influências e o impacto na sociedade.
Veja exemplos onde a poesia caiu no Enem:
Veja cinco questões com poesias que já caíram no Enem e confira alguns modelos que podem aparecer em provas futuras:
(Enem 2012)
Verbo ser
QUE VAI SER quando crescer? Vivem perguntando em redor. Que é ser? É ter um corpo, um jeito, um nome? Tenho os três. E sou? Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito? Ou a gente só principia a ser quando cresce? É terrível, ser? Dói? É bom? É triste? Ser: pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas? Repito: ser, ser, ser. Er. R. Que vou ser quando crescer? Sou obrigado a? Posso escolher? Não dá para entender. Não vou ser. Não quero ser. Vou crescer assim mesmo. Sem ser. Esquecer.
ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992.
A inquietação existencial do autor com a autoimagem corporal e a sua corporeidade se desdobra em questões existenciais que têm origem
A) No conflito do padrão corporal imposto contra as convicções de ser autêntico e singular.
B) Na aceitação das imposições da sociedade seguindo a influência de outros.
C) Na confiança no futuro, ofuscada pelas tradições e culturas familiares.
D) No anseio de divulgar hábitos enraizados, negligenciados por seus antepassados.
E) Na certeza da exclusão, revelada pela indiferença de seus pares.
(Enem 2012)
O sedutor médio
Vamos juntar
Nossas rendas e
Expectativas de vida
Querida,
O que me dizes?
Ter 2, 3 filhos
E ser meio felizes?
VERISSIMO, L. F. Poesia numa hora dessas?! Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.
No poema O sedutor médio, é possível reconhecer a presença de posições críticas
A) Nos três primeiros versos, em que “juntar expectativa de vida” significa que, juntos, os cônjuges poderiam viver mais, o que faz do casamento uma convenção benéfica.
B) Na mensagem veiculada pelo poema, em que os valores da sociedade são ironizados, o que é acentuado pelo uso do adjetivo “médio” no título e do advérbio “meio” no verso final.
C) No verso “e ser meio felizes?”, em que “meio” é sinônimo de metade, ou seja, no casamento, apenas um dos cônjuges se sentiria realizado.
D) Nos dois primeiros versos, em que “juntar rendas” indica que o sujeito poético passa por dificuldades financeiras e almeja os rendimentos da mulher.
E) No título, em que o adjetivo “médio” qualifica o sujeito poético como desinteressante ao sexo oposto e inábil em termos de conquistas amorosas.
(Enem 2018)
O rio que fazia uma volta atrás de nossa casa era a imagem de um vidro mole que fazia uma volta atrás de casa.
Passou um homem e disse: Essa volta que o rio faz por trás de sua casa se chama enseada. Não era mais a imagem de uma cobra de vidro que fazia uma volta atrás de casa.
Era uma enseada.
Acho que o nome empobreceu a imagem.
BARROS, M. O livro das ignorãças. Rio de Janeiro: Best Seller, 2008.
O sujeito poético questiona o uso do vocábulo “enseada” porque a
A) Terminologia mencionada é incorreta.
B) Nomeação minimiza a percepção subjetiva.
C) Designação atribuída ao termo é desconhecida.
D) Designação atribuída ao termo é desconhecida.
E) Definição modifica o significado do termo dicionário.
(Enem 2018)
Dia 20/10
É preciso não beber mais. Não é preciso sentir vontade de beber e não beber: é preciso não sentir vontade de beber. É preciso não dar de comer aos urubus. É preciso fechar para balanço e reabrir. É preciso não dar de comer aos urubus. Nem esperanças aos urubus. É preciso sacudir a poeira. É preciso poder beber sem se oferecer em holocausto. É preciso. É preciso não morrer por enquanto. É preciso sobreviver para verificar. Não pensar mais na solidão de Rogério, e deixa-lo. É preciso dar de comer aos urubus. É preciso enquanto é tempo não morrer na via pública.
TORQUATO NETO. In: MENDONÇA, J. (Org.) Poesia (im)popular brasileira. São Bernardo do Campo: Lamparina Luminosa, 2012.
O processo de construção do texto formata uma mensagem por ele dimensionada, uma vez que
A) Configura o estreitamento da linguagem poética.
B) Reflete as lacunas da lucidez em desconstrução.
C) Projeta a persistência das emoções reprimidas.
D) Repercute a consciência da agonia antecipada.
E) Revela a fragmentação das relações humanas.
(Enem)
Texto I
XLI
Ouvia:
Que não podia odiar
E nem temer
Porque tu eras eu.
E como seria
Odiar a mim mesma
E a mim mesma temer.
HILST, H. Cantares. São Paulo: Globo, 2004 (fragmento).
Texto II
Transforma-se o amador na cousa amada
Transforma-se o amador na causa amada,
por virtude do muito imaginar;
não tenho, logo, mais que desejar,
pois em mim tenho a parte desejada.
Camões. Sonetos. Disponível em: http://www.jornaldepoesia.jor.br. (fragmento).
Nesses fragmentos de poemas de Hilda Hilst e de Camões, a temática comum é
A) o “outro” transformado no próprio eu lírico, o que se realiza por meio de uma espécie de fusão de dois seres em um só.
B) a fusão do “outro” com o eu lírico, havendo, nos versos de Hilda Hilst, a afirmação do eu lírico de que odeia a si mesmo.
C) o “outro” que se confunde com o eu lírico, verificando-se, porém, nos versos de Camões, certa resistência do ser amado.
D) a dissociação entre o “outro” e o eu lírico, porque o ódio ou o amor se produzem no imaginário, sem a realização concreta.
E) o “outro” que se associa ao eu lírico, sendo tratados, nos Textos I e II, respectivamente, o ódio e o amor.
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