Profissão estagiário
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Segundo dados da Associação Brasileira de Estágios (Abres), o Brasil tem, atualmente, 1,1 milhão de jovens estagiando. Desses, 715 mil estão no ensino superior e 385 mil nos ensinos médio e técnico.
A fim de conhecer o planejamento financeiro desses futuros profissionais, o Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube) divulgou uma pesquisa que revela os valores médios de bolsa-auxílio oferecidos por pequenas, médias e grandes empresas brasileiras.
De acordo com a pesquisa, foram avaliados cerca de 15 mil estagiários de diferentes níveis em todo o país. Os resultados mostram que a média das remunerações é de R$ 429,94 para nível médio, R$ 498,37 para médio técnico e R$ 760,78 para o superior.
Os valores recebidos muitas vezes são acrescidos de vale-transporte, refeição, seguro de vida e, algumas vezes, cesta básica. Mas esses valores nem sempre são suficientes para que o estudante, principalmente os do ensino superior, dê continuidade à sua formação.
Anualmente, cerca de 1,4 milhão de estudantes ingressam no terceiro grau, mas somente 736 mil se formam, pois muitos têm de pagar a faculdade e as despesas com livros, alimentação e transporte. Para conquistar cargos superiores e, conseqüentemente, as melhores remunerações, os estudantes precisam enfrentar a competitividade e se destacar entre os muitos concorrentes.
Outro fator desgastante presente na vida de quem estagia é o de muitas empresas não direcionarem as atividades dos futuros profissionais aos objetivos específicos de sua área de atuação. Fatores que, somados, podem comprometer o aproveitamento da prática.
Demanda no DF é crescente
Criado há quatro anos, com o subsídio da Federação do Comércio do Distrito Federal, o IF Estágio possui 950 empresas conveniadas e já colocou cinco mil alunos no mercado de trabalho. De acordo com o presidente do Sistema Fecomércio, senador Adelmir Santana, a oferta de vagas de estágio no DF é crescente, principalmente no setor de prestação de serviços e para estudantes de nível superior. O curso mais demandado é o de administração de empresas, que corresponde a 70% das vagas abertas pelas empresas.
Ele informa que, mensalmente, cerca de 2.500 alunos de diversos cursos e níveis acadêmicos são atendidos na central de atendimento do IF Estágio, o que forma um banco de 20 mil estudantes. A média das bolsas oferecidas para nível médio é de R$ 400,00 para seis horas diárias de expediente (em atividades administrativas) e R$ 650,00 para alunos de ensino superior que exercem atividades por oito horas diárias de trabalho (os valores variam de semestre e cursos mais requisitados).
Quanto às reclamações de estudantes e empresas, o presidente do Fecomércio aponta que as mais freqüentes por parte dos primeiros se referem aos valores das bolsas, à carga horária e à falta de desafios profissionais dentro das atividades exercidas. Já por parte das empresas a reclamação diz respeito ao perfil dos estudantes. Em geral, faltam conhecimentos básicos e fundamentais como informática, fluência e redação, iniciativa para aprender e comprometimento com o estágio assumido.
“Orientamos os candidatos no momento da realização da triagem, processo necessário para adequar a necessidade das empresas ao perfil dos estudantes recrutados”, finaliza.
Depois da contratação, ainda são realizados acompanhamento e atualização constante dos estudantes para que atendam às exigências da empresa. Para Adelmir Santana, capacitar futuros empreendedores e inseri-los no mercado de trabalho é bastante recompensador, sobretudo para a sociedade. “Sempre me alegro ao ver o brilho nos olhos daqueles estudantes, ávidos para serem úteis, para contribuírem com o desenvolvimento do país. Essa troca é enriquecedora tanto para eles quanto para a empresa”, diz.
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