A Revolução Industrial é um dos mais importantes temas históricos na história da humanidade, devido às mudanças que impactaram países de diferentes continentes e mudaram hábitos, relações e questões estruturais da vivência humana, como o trabalho, por exemplo.
Se você está estudando para o vestibular, é muito importante ficar por dentro deste tema, pois ele costuma ser cobrado nas provas como o Enem. Não se esqueça que também é importante observar a multidisciplinaridade deste assunto, visto que ele não se limita à História, passando também pela Sociologia, Física, Literatura, Matemática, Química, entre outros.
Quando falamos da Revolução Industrial como período histórico passado, nos referimos ao período de transformação social, econômica e tecnológica que começou na Inglaterra por volta da segunda metade do século XVIII e vai até o século XIX.
Após esse período clássico, os pesquisadores identificaram mudanças estruturais que permitiram afirmar a existência de mais três períodos de Revolução Industrial, sendo que atualmente vivemos na quarta fase.
Portanto, fique atento, pois na maioria dos casos quando citamos Revolução Industrial estamos nos referindo ao primeiro período, iniciado na Inglaterra e que depois se espalhou para a Europa Ocidental, Estados Unidos e Japão.
Se quiser escolher uma transformação básica que deu impulso para a revolução industrial, uma das respostas possíveis é discorrer sobre como a invenção e o aperfeiçoamento de máquinas levou a produção a outro nível, saindo do nível manual para uma escala industrial mais eficiente, economizando tempo e aumentando o lucro.
A Revolução Industrial provocou uma forte mudança social no que tange à organização populacional, que passou a se concentrar nas cidades, onde estavam as fábricas e indústrias que proviam os empregos.
Estes e outros fatores trouxeram grandes impactos na economia global e transformou o modo de vida do ser humano, seus impactos na natureza e suas relações de trabalho de forma praticamente inédita se comparado com outros períodos históricos.
Contexto histórico e suas causas
Uma grande combinação de fatores e causas proporcionaram a Revolução Industrial. Iniciada entre as décadas de 1750 e 1760, no período entre a transição da Idade Moderna (1453-1789) para a Idade Contemporânea (1789-atual), a Revolução Industrial é, ao mesmo tempo, resultado e origem dessa transformação social.
A Inglaterra é o berço da Revolução Industrial e grande parte do contexto que permitiu seu surgimento vem das relações internas e externas deste país europeu com o mundo. A rede imperial colonial inglesa, inclusive com sua hegemonia naval e estrutural-comercial, facilitou o acesso e disponibilidade de matérias-primas essenciais para a produção industrial, principalmente com materiais como o algodão, para produção têxtil, o ferro, para criação de maquinários, e o carvão mineral para produção de energia, não podendo deixar de citar o motor à vapor.
As inovações tecnológicas do período permitiram a criação de novas máquinas, melhores, maiores e mais eficientes. A produtividade começou a crescer como nunca antes. O avanço nas técnicas de produção vinham desde o espaço agrícola até ao desenvolvimento mais avançado nas fábricas.
Não pode se deixar de lado o momento político, em que se via o enfraquecimento do sistema monarquista absolutista, eclipsado pelos ideais iluministas, que proporcionaram um poder maior para a classe burguesa, que em uma posição social aprimorada, teve espaço para agir de acordo com os seus interesses e crescer.
Importância da Revolução Industrial
A Revolução Industrial transformou a organização global da economia e os formatos das sociedades, sendo uma das mais complexas transições na história humana. Ao mesmo tempo em que trazia muitas inovações e soluções, também trouxe novos problemas e questões que permeiam nossa vida até os dias atuais.
Podemos citar como principais impactos da Revolução Industrial:
Aumento da produtividade
Desenvolvimento tecnológico
Capitalismo Industrial
Crescimento econômico
Urbanização
Novas classificações sociais
Lutas trabalhistas
Nova expansão imperial
A Primeira Revolução Industrial
Para entender melhor os diferentes impactos e transformações da Revolução Industrial até os dias atuais, é necessário separá-los por períodos. São quatro, até agora.
Início e desenvolvimento
Com início datado por volta de 1750, a Revolução Industrial se desenvolveu na Inglaterra a partir das demandas e oportunidades comerciais que foram impulsionadas por novos equipamentos e do novo sistema de fornecimento de energia para a produção e transporte.
A indústria têxtil é vista como a mais representativa para explicar este período. A roca, uma máquina clássica para fiar, deu seu lugar para o tear mecânico, uma máquina que substituiu grande parte do trabalho manual de forma ágil.
Tecnologias e inovações
Foi com James Watt que foi colocado em funcionamento um dos principais motores da Revolução Industrial: a máquina a vapor. A energia térmica trouxe enormes avanços para as fábricas, dando mais potência para as máquinas e proporcionando o transporte via trens ou barcos.
A fabricação do ferro também foi impulsionada neste período, devido a criação de novos processos produtivos. Havia, a partir de então, mais eficiência, quantidade e qualidade no resultado final de tratamento do mineral.
Impactos na indústria, economia e sociedade
Com os avanços da Revolução Industrial, as indústrias aumentaram rapidamente e viram seu papel na economia britânica crescer como nunca antes. Tanto crescimento demandou uma mobilidade social e econômica rápida, não necessariamente positiva em alguns casos.
A urbanização e o crescimento populacional descontrolado em um curto espaço de tempo e para os mesmos locais dificultava a organização de espaços adequados para a grande maioria. O trabalho infantil era normalizado, enquanto a fome e as doenças eram preocupações constantes para os trabalhadores.
Por outro lado, houve grande impulso para a comercialização e popularização de diversos bens de consumo, com um novo público consumidor existente e a criação de novas necessidades.
Países que lideraram a Revolução Industrial
A Inglaterra é a principal pioneira da primeira Revolução Industrial e liderou o processo de industrialização que depois foi adotado (ou copiado) por países na Europa Ocidental (Bélgica, França e estados alemães), pelos Estados Unidos da América e pelo Japão, em um período mais próximo da segunda Revolução Industrial.
Novos progressos tecnológicos e processos dinamizados colocaram a produção industrial em um novo nível a partir da segunda metade do século XIX, vigente até a Segunda Guerra Mundial. O avanço da indústria não se restringe mais apenas ao domínio inglês, se expandindo mais fortemente para a Europa e Estados Unidos.
O carvão tem seu protagonismo diminuído com as novas máquinas a combustão, que utilizam petróleo como fonte de energia. A eletricidade é desenvolvida a níveis que permitam o surgimento de novos métodos de transporte, de se organizar as cidades, de proporcionar uma nova vida.
Novas tecnologias e inovações
meios de comunicação (telefone e telégrafo)
avanços na indústria química
processos de produção em série
novos meios de transporte (carro, avião)
energia elétrica
aprimoramento no uso do aço
Impactos na indústria, economia e sociedade
Na segunda Revolução, distâncias puderam ser percorridas mais rapidamente e a forma de se comunicar mudou. Novos bens, como os eletrodomésticos, passaram a ser objetos de desejo das famílias. A fotografia surgiu como nova forma de guardar lembranças e catalogar a história.
Foi também durante esse período que fortes crises impactaram o sistema de produção e a economia global.
Países que lideraram a Segunda Revolução Industrial
Podemos citar como países protagonistas da Segunda Revolução Industrial: Alemanha, França, Bélgica, Itália, Holanda, Japão e Estados Unidos.
Após a Segunda Guerra Mundial, iniciou-se um novo processo em que o avanço científico ganha força com a globalização. A convergência de informações, o fluxo de produtos, a circulação de pessoas, entre outros fatores resultaram em um novo momento para a indústria e para a sociedade em geral.
Tecnologias e inovações
Forte desenvolvimento da eletrônica e da robótica
Novas fontes de energia menos poluentes
integração na ciência e tecnologia para avanços na Medicina
expansão das multinacionais
corrida espacial
Impactos na indústria, economia e sociedade
É possível considerar que ainda vivemos neste período entre a terceira revolução industrial e a quarta, visto que os impactos e transformações da terceira revolução são vigentes e efetivos nas sociedades globais atuais.
As novas tecnologias pós-segunda guerra trouxeram a consolidação ao modo capitalista de produção. A expectativa de vida do ser humano aumentou. A mudança da zona rural para zona urbana foi acentuada em todo o mundo.
Países que lideraram a Terceira Revolução Industrial
Estados Unidos, Japão e Alemanha são grandes exemplos de países que cresceram muito e se destacaram durante a Terceira Revolução Industrial, se recuperando de um difícil momento pós-guerra.
Há um novo processo de transformação industrial em vigência, intensificado a partir de 2010, que deve modificar novamente a estrutura e métodos industriais globais. A quarta revolução está diretamente ligada aos avanços das novas tecnologias da internet.
Tecnologias e inovações
Inteligência Artificial
5G
nanotecnologia
realidade aumentada
big data
Impactos na indústria, economia e sociedade
Apesar dos avanços que as novas tecnologias proporcionam, também há a preocupação de que ela aprofunde ainda mais as desigualdades dos países que ficaram para trás. A educação precisa acompanhar este desenvolvimento tecnológico. Há dúvidas sobre como lidar com o estoque de pessoas desempregadas.
As novas tecnologias devem pressupor ainda serem menos poluentes e proporcionar um tratamento de dados com segurança avançada, evitando a exposição e vazamento de informações sensíveis.
Países que lideram a Quarta Revolução Industrial
Cinco países são comumente citados como os líderes da quarta Revolução Industrial:
Japão
Coréia do Sul
Alemanha
China
Estados Unidos
Esta é uma lista bem conservadora e que destaca países com um grande grau de avanço tecnológico e social. Entretanto, existem outros países com avanços consideráveis e que não podem ser desconsiderados como atores importantes neste jogo global. Em um cenário em que tudo se transforma em um espaço de tempo muito curto, vale a pena ficar de olho em outras nações que desejam um posto de destaque na corrida pela liderança global.
De acordo com o Banco Mundial, a pandemia acabou acelerando o processo de revolução tecnológica na América Latina, ao mesmo tempo em que a desigualdade social também foi aprofundada. Cabe às lideranças destes países desenvolverem políticas que corrijam seus problemas e saibam aproveitar as oportunidades que estão surgindo, com articulações entre si que promovam novos polos de comércio e intercâmbio de informações.
Os efeitos da Revolução Industrial na sociedade
A Revolução Industrial mudou drasticamente as estruturas sociais vigentes, foi diretamente responsável por um acelerado processo de urbanização e demandou matéria-prima para produção em larga escala, o que acarretou degradação ambiental descontrolada, que permitisse e sustentasse sua expansão, mas nem sempre com a responsabilidade necessária que mostrasse a preocupação com os impactos trazidos.
É preciso refletir profundamente sobre as mudanças que o desenvolvimento acelerado trouxe, sendo alguns deles positivos e outros negativos. Os países sofreram de diferentes formas com essa transformação, de acordo com a sua posição no jogo político-econômico global.
Como efeitos diretos da Revolução Industrial temos:
Mudanças no estilo de vida: novos hábitos de consumo, alimentação modificada, novas formas de se entreter e locomover.
Aumento da urbanização: as cidades cresceram como nunca, nem sempre de forma organizada e com sistemas de saneamento e direitos básicos garantidos. As favelas são exemplos práticos da urbanização desenfreada.
Desigualdade social e exploração do trabalho: a partir da percepção de injustiça social, houve a criação de sindicatos e a batalhas por direitos trabalhistas e melhores condições para viver.
Consequências ambientais: a poluição do ar e das águas e a destruição de áreas inteiras em busca de matéria-prima trouxe consequências, algumas vezes imediatas, outras apenas constatadas mais tarde, que fizeram a sociedade passar a exigir técnicas mais limpas e eficientes que permitam uma qualidade de vida melhor em todo o planeta.
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