UEL admite novo horário de prova
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A Universidade Estadual de Londrina (UEL) admitiu ontem que pode
mudar o horário da prova do vestibular marcada para o dia 6 de
dezembro, para não coincidir com o Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem).
A prova do Enem, que deveria ter sido aplicada no final de
semana, vazou e foi cancelada. O Ministério da Educação (MEC) marcou
nova data para os dias 5 e 6 de dezembro, a partir das 13 horas. Já a
primeira prova da segunda fase do vestibular de Londrina está marcada
também para o dia 6, a partir das 14 horas. Por isso, a UEL avalia
transferir a prova para o período da manhã, podendo ser das 8 às 12
horas ou das 9 às 13 horas.
A instituição sugeriu ainda ao MEC que o horário do Enem seja
alterado para as 15 horas – para que o aluno tenha tempo suficiente de
realizar as duas provas. A UEL aguarda resposta do Ministério da
Educação. Por meio da assessoria de imprensa, o reitor da UEL, Wilmar
Marçal, informou que repassou para o MEC um e-mail e um fax sugerindo
as alterações.
A UEL argumenta que na data da realização das provas o Brasil estará
em horário de verão. Isso significa que, se o Enem for realizado a
partir das 15 horas, quando a prova estiver no fim o dia ainda estará
claro. A universidade ressaltou ainda que o Exame Nacional do Ensino
Médio pode aproveitar parte do ensalamento do vestibular. Ao todo,
serão 9 mil candidatos selecionados para a segunda fase da UEL, e pouco
mais de 13 mil farão o Enem em Londrina.
A UEL acrescentou que se a sugestão enviada ao Ministério for
aceita, os alunos que forem aprovados para a segunda fase receberão um
comunicado da alteração do horário. A decisão final será tomada assim
que a universidade receber a resposta oficial do MEC. Já a assessoria
de imprensa do Ministério da Educação informou ontem que o horário do
Enem deve ser mantido. Ou seja, restará ao aluno torcer para que a UEL
fixe o novo horário do vestibular do dia 6 de dezembro das 8 às 12
horas – para que ele possa fazer o Enem a partir das 13 horas.
Abaixo-assinado
Por causa da polêmica, estudantes de um colégio particular de
Londrina iniciaram um abaixo-assinado para pedir a mudança da data do
vestibular da UEL. Eles alegam que foram prejudicados com o anúncio da
nova data da prova do Enem. “A UEL recusou mudar a data da segunda
fase, que coincidiu com o último dia do Enem. Por causa disso, várias
pessoas acabaram sendo prejudicadas por não poderem prestar os dois
exames ao mesmo tempo”, afirmou o estudante Artur Soares Scalassara, de
16 anos.
Ele estuda no Colégio Marista e se inscreveu para o Enem e para os
vestibulares de Direito da UEL e da Universidade Federal do Paraná
(UFPR). A ideia dos estudantes é coletar assinaturas nas principais
escolas da cidade.
Para Procon, nova data é justificada
O coordenador do Procon em Londrina, Marco Cito, ressaltou ontem que
nem o Enem nem a UEL erraram ao mudar a data da prova ou ao manter os
dias já marcados, respectivamente. “Existe algo no direito que se chama
caso fortuito, que pode ser considerado o caso do Enem. Ele não teve
culpa porque tinha contrato com uma empresa, que vazou a prova. Se a
prova está vazada, evidentemente teria que ter uma nova data. O Enem
tem como justificar a mudança.”
Ele admitiu, entretanto, que durante o processo da mudança de data
do Enem, haverá muitas pessoas prejudicadas. “Infelizmente haverá
pessoas prejudicadas. O País é prejudicado quando uma prova dessa
magnitude é vazada”, afirmou. Segundo ele, até a tarde de ontem não
havia nenhuma reclamação formal nem contra o Enem nem contra a UEL. “Se
tivermos alguma reclamação, vamos analisar o direito desse consumidor”,
avaliou. Cito explicou que é preciso identificar se na inscrição do
Enem houve relação de consumo. “Temos que investigar a relação de cada
consumidor e as próprias regras do Enem.”
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