USP decide não participar da próxima edição do Enade
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A Universidade de São Paulo (USP) decidiu nesta segunda-feira (24)
que não participará da próxima edição do Exame Nacional de Desempenho
de Estudantes (Enade), avaliação do ensino superior feita pelo
Ministério da Educação. A instituição nunca participou do exame, criado
em 2004 para substituir o Provão, por discordar de sua metodologia. Por
ter autonomia, as universidades estaduais paulistas não são obrigadas a
aderir à avaliação.
De acordo com documento elaborado pelo Conselho de Graduação da USP,
que será enviado ao MEC, “no modelo atual, a avaliação da qualidade dos
cursos é prejudicada pela impossibilidade de distinguir entre um
eventual desempenho insatisfatório no exame e um possível boicote
intencional por parte do aluno”. Além disso, na avaliação da
instituição, os principais indicadores usados pelo governo são
insuficientes. “Os resultados do Enade e informações coletadas junto
aos alunos, referentes a infraestrutura e recursos pedagógicos, compõem
majoritariamente os indicadores adotados (…). Entretanto, outros
fatores devem ser considerados importantes dentro de um contexto mais
amplo de avaliação da qualidade”, afirma o documento.
Os argumentos são semelhantes aos usados pela Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp) para justificar sua recusa em participar. Apenas a
Universidade Estadual Paulista (Unesp) decidiu entrar no Enade em anos
anteriores – sua continuidade na avaliação, no entanto, ainda está
sendo discutida. A participação no Enade divide opiniões na USP até
mesmo entre os candidatos à sucessão da atual reitora, Suely Vilela. Os
candidatos Armando Corbani, pró-reitor de pós-graduação, Glaucius
Oliva, diretor do Instituto de Física de São Carlos, e João Grandino
Rodas, diretor da Faculdade de Direito, afirmaram à reportagem serem
favoráveis ao ingresso da universidade na avaliação. Já para Wanderley
Messias, coordenador da Comunicação Social e também candidato, o exame
não é um mecanismo eficiente de avaliação.
Em sua última edição, o Enade avaliou cerca de 330 mil alunos
ingressantes e 235 mil concluintes dos cursos de graduação. Os
resultados, além da nota dos alunos, são apresentados em conceitos.
Essa maior complexidade, para especialistas, tornou a avaliação mais
consistente, porém, mais difícil de ser compreendida.
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