A partir do século XVIII, a América Colonial passa a conhecer movimentos que reivindicam a separação política em relação à metrópole. Vários foram os fatores que conduziram a esta situação, entre eles houve o chamado desenvolvimento interno da colônia.
A Crise do Sistema Colonial marca o término do modelo convencional de exploração das colônias pela metrópole, representando um período histórico crucial. Esse modelo perdurou por longos anos e foi aplicado em diversos continentes, exercendo controle sobre todas as esferas da sociedade e atividades humanas.
O desenvolvimento interno do Brasil colônia pode ser constatado pela expansão territorial e pelo desenvolvimento do sentimento nativista, que passou a expressar a repulsa dos colonos com o absolutismo metropolitano.
Veja nesse material como o sistema colonial começou a se dissolver
Crise do Sistema Colonial no Brasil: Panorama Detalhado
Contexto Histórico
Período Colonial (1500-1822): O Brasil, descoberto por Portugal, serviu como uma fonte de recursos naturais e riquezas. A colonização caracterizou-se pela exploração agrícola (como a cana-de-açúcar) e a mineração.
Século XVIII: O século foi marcado pela exploração intensiva de ouro e diamantes, mas no final do século, as minas começaram a se esgotar, levando a uma crise econômica.
Fatores da Crise
Econômicos:
Exaustão do ouro: A diminuição na extração do ouro resultou em menor receita para a coroa portuguesa e agravou as condições econômicas no Brasil.
Monopólio comercial: O pacto colonial forçava o Brasil a comercializar apenas com Portugal, limitando oportunidades econômicas e gerando insatisfação entre comerciantes locais.
Políticos:
Influências externas: As ideias iluministas, juntamente com as revoluções Americana e Francesa, inspiraram os brasileiros a questionar o domínio colonial e buscar maior autonomia.
Reformas Pombalinas: Implementadas por Marquês de Pombal, estas reformas buscavam modernizar e fortalecer o controle sobre a colônia, mas causaram ressentimento entre os colonos.
Sociais:
Desigualdades sociais: A sociedade colonial era altamente estratificada, e a maioria da população vivia em condições precárias, enquanto uma pequena elite se beneficiava do sistema.
Movimentos nativistas: Surgiram movimentos que expressavam descontentamento com a administração portuguesa e defendiam interesses locais.
Eventos-Chave
Inconfidência Mineira (1789): Inspirada pela independência dos EUA, foi uma conspiração que visava estabelecer uma república no Brasil. Foi rapidamente suprimida, mas se tornou um símbolo de resistência.
Revolução Pernambucana (1817): Um movimento de caráter republicano e separatista, motivado pela opressão econômica e inspirado por ideais liberais. Foi reprimido, mas demonstrou a insatisfação crescente nas colônias.
Virada do Século XIX
Chegada da Família Real Portuguesa (1808): A transferência da corte portuguesa para o Brasil foi um evento sem precedentes, transformando o Rio de Janeiro em capital do Império Português e introduzindo mudanças significativas na estrutura administrativa e econômica.
Abertura dos Portos (1808): Essa medida encerrou o monopólio comercial e permitiu que o Brasil comercializasse diretamente com outras nações, um passo importante rumo à independência.
Caminho para a Independência
Revolução Liberal do Porto (1820): Um movimento em Portugal que exigiu a volta do rei Dom João VI e a implementação de uma constituição. Isso criou um vácuo de poder no Brasil.
Dia do Fico (1822): Dom Pedro, filho de Dom João VI, optou por permanecer no Brasil, apoiado por setores da elite brasileira, desafiando as ordens de retornar a Portugal.
Independência do Brasil (1822): Em 7 de setembro de 1822, Dom Pedro proclamou a independência do Brasil às margens do rio Ipiranga, marcando o fim do sistema colonial e o início de uma nação soberana.
O que podemos refletir sobre o processo?
A crise do sistema colonial no Brasil foi um processo multifacetado, impulsionado por desafios econômicos, anseios políticos e sociais. A independência em 1822 não foi um evento isolado, mas o resultado de décadas de desenvolvimentos que refletiram o crescente desejo brasileiro por autogoverno e reconhecimento
Exercícios
Agora que já entendemos o que levou a crise no sistema colonial brasileiro, vamos testar um pouco nossos novos conhecimentos:
1) (FUVEST)- No século XVII, contribuíram para a penetração do interior brasileiro:
a) o desenvolvimento da cultura de cana-de-açúcar e a cultura
de algodão
b) o apresamento indígena e a procura de metais preciosos
c) a necessidade de defesa e o combate aos franceses
d) o fim do domínio espanhol e a restauração da monarquia
portuguesa
e) a Guerra dos Emboabas e a transferência da capital da colônia para o Rio de Janeiro.
2) (GV) – As invasões holandesas no Brasil relacionam-se:
a) aos conflitos entre os holandeses (protestantes) e os portugueses (católicos) no quadro das “guerras de religião” européias
b) à aliança entre Holanda e Inglaterra, as duas maiores potências navais européias, contra Portugal
c) aos conflitos entre Holanda (ex-possessão espanhola) e a Espanha, à passagem do trono português para o domínio dos Habsburgos espanhóis e aos interesses comerciais holandeses no açúcar brasileiro
d) à política francesa de expansão colonial, que, agindo contra a Holanda como intermediária, pretendia estabelecer no Brasil a chamada “França Antártica”
e) à pretensão holandesa de transformar o Brasil num importante entreposto para o comércio de escravos.
3) (UNIFENAS) – O ideário político de conteúdo liberal da Inconfidência Mineira apresentava algumas contradições, dentre elas:
a) manutenção do regime de trabalho escravo;
b) adoção de um regime político republicano;
c) estabelecimento de uma universidade em Vila Rica;
d) separação e independência dos poderes executivo, legislativo e judiciário
e) manutenção dos antigos privilégios concedidos às companhias de comércio.
4) (MACK) – Podem ser consideradas características do governo joanino no Brasil:
a) a total independência econômica de Portugal com relação à Inglaterra em virtude de seu acelerado desenvolvimento industrial
b) o não envolvimento em questões externas sobretudo de caráter expansionista
c) a redução dos impostos e o controle do déficit em função da austera política econômica praticada pelo governo
d) o desenvolvimento da indústria brasileira graças às altas taxas sobre os produtos importados
e) a assinatura de tratados que beneficiavam a Inglaterra e o crescimento do comércio externo brasileiro devido a extinção do monopólio.
5) (MACK) – O processo de independência do Brasil caracterizou-se por:
a) ser conduzido pela classe dominante que manteve o governo monárquico como garantia de seus privilégios
b) ter uma ideologia democrática e reformista, alterando o quadro social imediatamente após a independência
c) evitar a dependência dos mercados internacionais, criando uma economia autônoma
d) grande participação popular, fundamental na prolongada guerra contra as tropas metropolitanas
e) promover um governo liberal e descentralizado através da Constituição de 1824.
