As novas regras de ortografia
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A assinatura do decreto que estabelece o
cronograma do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa pelo presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, em 29 de setembro, trouxe muitas dúvidas e
questionamentos por parte dos professores. A partir de janeiro de 2009,
K, W e Y estarão definitivamente incorporados ao nosso alfabeto, mas as
mudanças vão muito além dessas letras.
O acordo prevê 20 bases de mudanças e busca unificar a escrita nos
oito países que falam português: Angola, Moçambique, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Portugal e Brasil.
As alterações devem ser introduzidas nas escolas gradualmente, à
medida que os manuais forem sendo editados pela futura norma
ortográfica. É um processo que vai desenvolver-se de forma harmoniosa
ao longo dos quatro anos de transição, segundo o escritor Godofredo de
Oliveira Neto, presidente do Conselho Diretor do Instituto
Internacional da Língua Portuguesa (IILP) e da Comissão de Definição da
Política de Ensino, Aprendizagem, Pesquisa e Promoção da Língua
Portuguesa (Colip), ligada ao Ministério da Educação (MEC).
Na avaliação do professor as principais mudanças para os brasileiros
serão a extinção do trema e mudanças no uso do hífen e de acentos
diferenciais.
As escolas já devem começar, a partir de 2009, a inserção das novas
normas em todos os níveis. No ensino básico, as crianças já devem
aprender o português com as novas regras, já os estudantes que estão se
preparando para o vestibular e concursos públicos não precisam ficar
preocupados pois o processo vai ser feito gradualmente.
Para Elizabeth Sthnitz, professora de Língua Portuguesa e Literatura
do ensino fundamental e médio, da escola de Aplicação do Centro
Universitário Feevale no Rio Grande do Sul, – as mudanças vão acorrer
gradualmente, a preparação ainda está em um ritmo lento, é difícil
aceitar mudanças em normas que já estão muito entranhadas na nossa
ortografia.
A professora acredita que para os alunos o aprendizado será mais
tranqüilo, – acredito que a principal dificuldade será com os
professores, pois há anos ensinamos as mesmas normas, e agora teremos
que nos readequar, estudar, compreender e reavaliar o trabalho para
poder corresponder às expectativas e ensinarmos as novas normas.
Os professores devem estar atentos e com certeza vão ter que se
reestruturar. – Eu tenho perspectiva de que as coisas vão melhorar, e
também acredito que aos poucos as novas normas já não devem causar mais
tanta resistência e estranhamento, diz a professora.
Ainda para a professora o nível fundamental não terá dificuldades em
aceitar as novas mudanças, – esta é uma idade de mudanças constantes,
as crianças a cada dia apreendem algo novo, e convivem muito bem com as
mudanças, hoje em dia é tudo muito rápido, portanto acredito que as
crianças não devem ter muitas dificuldades com o aprendizado. Já no
ensino médio a professora supõe que vai ter um pouco mais de
resistência.
A professora já está gradualmente levando para a sala de aula as
novas normas – hoje mesmo em uma turma do ensino fundamental escrevi
uma palavra no quadro – que na norma antiga não possui o hífen e na
nova norma passa a usar o hífen – e esperei algum questionamento por
parte dos alunos, o que não aconteceu. Por este motivo acredito que a
aceitação acontecerá de forma natural, pois as crianças estão em pleno
desenvolvimento do conhecimento, afirma.
Segundo Elizabeth é importante conversar com os alunos sobre o
porquê das mudanças, explicar que estas mudanças têm um objetivo, para
que eles possam compreender e assimilar mais facilmente. – As crianças
questionam o porquê das coisas, das mudanças, mas em compensação
aceitam com mais facilidade.
A principal dúvida dos estudantes que estão se preparando para o
vestibular é se devem ou não utilizar as novas normas, os alunos
questionam se as novas normas já serão cobradas para este vestibular.
No entanto as normas ortográficas antigas do Brasil podem ser usadas
nos exames escolares, concursos públicos e em vestibulares até dezembro
de 2012.
– A orientação é de que não pode descontar nem exigir as novas
normas nos exames escolares, vestibulares e concursos públicos, até 31
de dezembro de 2012, explicou o escritor Godofredo de Oliveira Neto.
Veja um exemplo da aplicação das novas normas:
– No Brasil as crianças leem com pouca frequência, a ideia que
temos é que elas não veem os pais lendo em casa. Assim, como as
crianças vão aprender a usar corretamentes as 26 letras do alfabeto?
Pai que não para para ler um livro com seu filho, no futuro vai sentir
as consequências.
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