BIOGRAFIA DE BOHR

Físico dinamarquês que elaborou um modelo de
estrutura do átomo que permitiu interpretar a forma planetária sugerida
por Ernest Rutherford (1871-1937), segundo os postulados da teoria
quântica.
As órbitas difusas dos elétrons em torno do núcleo explicavam
melhor tanto a incerteza, quanto à localização e velocidade simultâneas
dessas partículas em movimento, bem como a emissão de luz, sem
abandonar de todo as contribuições de teorias físicas clássicas.
Através de seus princípios de correspondência e complementariedade
estabeleceu a interpretação da natureza conhecida como Escola de
Copenhague pela qual, embora os objetos quânticos não pudessem ser ao
mesmo tempo ondas e partículas, as descrições dos fenômenos físicos
seriam complementares apesar das aparentes incompatibilidades que
linguagens diferentes exibem a partir de seus respectivos pontos de
vista.
Conquistou o Nobel de Física de 1922. Em 1943, teve de pedir
asilo nos Estados Unidos depois da invasão alemã à Dinamarca. Lá
participou do projeto Mahattan que construiu a primeira bomba atômica,
convencido que os nazistas faziam a mesma coisa sob a direção do amigo
Heisenberg. Depois da Segunda Guerra Mundial, em 1955, promoveu a I
Conferência Átomos para a Paz, que pedia restrições para fabricação de
armas nucleares.
Além de vários artigos de cunho científico, Bohr
escreveu a coletânea de ensaios Física Atômica e Conhecimento Humano
(1957), na qual aliou a divulgação da física contemporânea à
epistemologia e ciências humanas, em geral.
“Usando
a palavra tal como é usada, na física atômica, para caracterizar a
relação entre experiências obtidas por diferentes arranjos
experimentais, e visualizáveis apenas por idéias mutuamente
excludentes, podemos dizer que as diferentes culturas humanas são
complementares entre si.
Com efeito, cada uma dessas culturas
representa um equilíbrio harmonioso de convenções tradicionais por cujo
meio as potencialidades da vida humana podem manifestar-se, de um modo
que nos revela novos aspectos de sua ilimitada riqueza e variedade.
Naturalmente, não há possibilidade, nesse campo, de nenhuma relação
absolutamente excludente, como as que se constatam entre experimentos
complementares sobre o comportamento de objetos atômicos bem definidos,
já que dificilmente haveria uma cultura que se pudesse dizer plenamente
autônoma.
Ao contrário, todos sabemos, por numerosos exemplos, como o
contato mais ou menos íntimo entre diferentes sociedades humanas pode
levar a uma fusão gradativa das tradições, dando origem a uma cultura
inteiramente nova. Nesse aspecto, nem é preciso lembrar a importância
da miscigenação das populações, através da emigração ou da conquista,
para o avanço da civilização humana.
Na verdade, a grande perspectiva
dos estudos humanistas talvez consista em que eles contribuem, através
de um crescente conhecimento da história e do desenvolvimento
culturais, para a eliminação gradativa de preconceitos, que é a meta
comum de todas as ciências.”
(BOHR, N. Filosofia Natural e Culturas Humanas, in Física Atômica e Conhecimento Humano, p. 39).
Estude nas melhores sem sair de casa
As melhores faculdades com ofertas super especiais para você começar a estudar sem sair de casa.