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Português

Classe Gramatical e Função Sintática: aprenda as diferenças!

Você sabia que a classe gramatical e a função sintática não tem ligação direta? Isso porque os termos fazem parte de áreas diferentes do estudo da Gramática Normativa – aquela que prescreve normas para a língua portuguesa. 

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No entanto, de forma indireta elas se interligam: para analisar a função sintática (função das palavras em uma oração) é preciso compreender de fato a sua morfologia (estrutura, formação e classificação). 

Anota aí: o conhecimento das classes gramaticais é o primeiro e grande passo para compreender outras normas dentro da Língua Portuguesa e garantir uma boa nota no vestibular. 

Quer saber as diferenças entre classe gramatical e função sintática? Continue lendo.

Leia mais: 10 dicas para fazer uma boa redação

O que é classe gramatical?

Classe gramatical é o conjunto que classifica as palavras de acordo com as características e funções que exercem em uma frase. Toda palavra da Língua Portuguesa pertence a uma classe gramatical, sem exceção.

Quais são os tipos de classe gramatical?

Segundo o estudo morfológico da Língua Portuguesa, as palavras podem ser classificadas em dez classes gramaticais distintas. São elas: 

  • Substantivo
  • Verbo
  • Adjetivo
  • Pronome
  • Artigo
  • Numeral
  • Preposição
  • Conjunção
  • Interjeição 
  • Advérbio

Além disso, as classes são divididas em variáveis e invariáveis, no que se refere às modificações que sofrem ou não para se adequar ao contexto e a outras palavras.

As variáveis sofrem modificações em gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau (aumentativo, diminutivo, comparativo e superlativo). Substantivos, verbos, adjetivos, pronomes, artigos e numerais são exemplos de classes de palavras variáveis. 

Já as palavras invariáveis permanecem sempre iguais, independente do gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau (aumentativo, diminutivo, comparativo e superlativo). 

Preposições, conjunções, interjeições e advérbios são exemplos de classes de palavras invariáveis.

Atenção: no caso dos verbos, as palavras também podem variar em tempo (presente, pretérito e futuro), modo (indicativo, subjuntivo e imperativo) e voz (ativa, passiva, reflexiva). 

Exemplos de classe gramatical

Na frase “Adriana comprou um sorvete e disse ‘Hmm! Delicioso!’”, é possível encontrar exemplos de palavras das seguintes classes gramaticais: substantivo, verbo, artigo, conjunção, interjeição e adjetivo.

Adriana – substantivo 

Comprou – verbo

Um – artigo

Sorvete – substantivo

E – conjunção

Disse – verbo

Hmm – interjeição

Delicioso – adjetivo

Parece fácil, mas para identificar corretamente é preciso entender cada uma das classes, suas divisões e aplicações. 

Como descobrir a classe gramatical de uma palavra?

Substantivo

  • Dá nome aos seres em geral (pessoas, animais, lugares, objetos, seres, qualidades, sentimentos);
  • Pode ser comum, quando nomeia algo geral, ou próprio, quando nomeia algo específico. Por exemplo: menina (substantivo comum) e Maria Eduarda (substantivo próprio);
  • Pode ser simples, quando formado por um radical, ou composto, quando formado por dois ou mais radicais. Por exemplo: roupa (simples) e guarda-roupa (composto);
  • Pode ser primitivo, quando não formado por outras palavras, ou derivado, quando formado a partir de outra palavra. Por exemplo: amigo (primitivo) e amizade (derivado);
  • Pode ser concreto, quando nomeia seres reais ou imaginários, ou abstrato, quando nomeia qualidades, sentimentos ou estados. Por exemplo: cachorro (concreto) e felicidade (abstrato);
  • Pode ser coletivo, quando dá nome aos seres que pertencem ao mesmo conjunto. Por exemplo: constelação, flora, fauna. 

Veja também:
+ O que é gênero do substantivo?

Verbo

  • Indica ações e fenômenos naturais;
  • Pode ser regular, quando é conjugado sem alteração no seu radical. Por exemplo: cantar (canto, cantei, cantarei, cantava);
  • Pode ser irregular, quando não segue o paradigma da conjugação. Por exemplo: ser (sou, és, fora, seria);
  • Podem ser defectivos, quando não têm conjugação completa. Por exemplo: colorir (“eu coloro” não existe);
  • Pode ser abundante, quando apresenta mais uma forma para a mesma conjugação. Por exemplo: imprimir (imprimido e impresso).

Adjetivo 

  • Atribui características aos substantivos;
  • Pode ser primitivo, quando não formado por derivação de outra palavra, ou derivados, quando formado por derivação. Por exemplo: belo e belíssimo;
  • Pode ser simples, quando formado por apenas um radical, ou composto, quando formado por dois ou mais radicais. Por exemplo: azul e azul-marinho;
  • Pode ser pátrio, quando caracteriza algo de acordo com a sua origem. Por exemplo: paulistano.

Leia mais: O que é locução adjetiva?

Artigo

  • Especifica ou generaliza o substantivo, definindo seu gênero e número;
  • Pode ser definido, quando particulariza algo, ou indefinido, quando generaliza. Por exemplo: o e um.

Pronome

  • Indica as pessoas do discurso, posse e posições, substituindo ou representando os substantivos;
  • Pode ser pessoal, quando indica as pessoas do discurso. Por exemplo: nós, te, mim, Vossa Majestade;
  • Pode ser possessivo, quando indica posse. Por exemplo: meu, minha, teu, seu;
  • Pode ser demonstrativo, quando indica posição. Por exemplo: este, isso, essa, aquilo;
  • Pode ser relativo, quando se refere a um termo anterior. Por exemplo: o qual, cujo, quem, quando;
  • Pode ser indefinido, quando se refere de forma imprecisa à terceira pessoa. Por exemplo: algum, nenhum, ninguém, cada;
  • Pode ser interrogativo, quando é utilizado em perguntas. Por exemplo: quem, quais, quanto.

Numeral

  • Indica quantidade e ordem;
  • Pode ser cardinal (um, cinco, três mil), ordinal (primeiro, nono, quinquagésimo segundo), multiplicativo (duplo, triplo, quádruplo), fracionário (meio, quarto, décimo) ou coletivo (dúzia, cento, quarentena).

Preposição

  • Faz a ligação entre palavras ou orações, estabelecendo uma relação de dependência e de sentido entre as palavras;
  • Pode ser essencial, quando só atua como preposição, ou acidental, quando pertence a outras classes, mas assume o papel de preposição. Por exemplo: desde e exceto.

Conjunção 

  • Une orações ou termos das orações;
  • Podem ser coordenativas (aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas), quando unem termos semelhantes ou orações independentes, ou subordinativas (integrantes, causais, concessivas, condicionais, conformativas, comparativas, consecutivas, finais, proporcionais e temporais), quando unem orações dependentes de outras. Por exemplo: portanto, se, mas, e.

Interjeição

  • Exprime sentimentos ou interage com o interlocutor;
  • Pode ser de advertência, de alegria, de alívio, de ânimo, de apelo, de desejo, de dor, de chamamento, de espanto, de satisfação, de saudação e de silêncio. Por exemplo: oba, ah, viva, eca, socorro.

Advérbio 

  • Palavra que acompanha o verbo, indicando modo, tempo, lugar, intensidade;
  • Pode ser de lugar, tempo, modo, afirmação, negação, intensidade, dúvida. Por exemplo: bem, muito, aqui, tarde, cedo.

O que é função sintática?

Função sintática é o papel que cada palavra desempenha dentro de uma oração e em relação a outras palavras. Oração é um conjunto de palavras estruturadas ao redor de um verbo.

Tipos de função sintática

Segundo o estudo da Sintaxe na Língua Portuguesa, as palavras podem ter onze funções em uma oração. São elas: 

  • Sujeito
  • Predicado 
  • Complemento verbal (objeto direto e indireto)
  • Complemento nominal 
  • Agente da passiva
  • Predicativo do sujeito
  • Predicativo do objeto
  • Adjunto adverbial
  • Adjunto adnominal
  • Aposto
  • Vocativo

Exemplos de função sintática

Sujeito 

  • Termo que faz a ação expressa pelo verbo;
  • Por exemplo: “Fábio chutou o balde”. Nesse exemplo, “Fábio” é o sujeito da oração, porque ele fez a ação expressa no verbo, ou seja, chutou o balde.

Predicado 

  • Tudo o que se refere ao sujeito;
  • Por exemplo: “Fábio chutou o balde. “Fábio” é o sujeito e “chutou o balde” é o predicado.

Veja também:
+ Exercícios de Sujeito e Predicado: Veja a lista com gabarito

Complemento verbal 

  • Completa o sentido de um verbo, podendo ser direto (não precisa de preposição) ou indireto (por meio de uma preposição);
  • Em “Fábio chutou o balde”, o complemento verbal é “o balde” e o objeto é direto, pois o verbo é transitivo direto e não necessita do uso de preposição;
  • Se o objeto fosse indireto, a frase poderia ser assim: “Fábio assistiu ao programa”. O trecho “ao programa” é classificado como objeto indireto. 

Predicativo do sujeito 

  • Característica do sujeito;
  • Por exemplo: “Fábio é irritado”. Nessa frase, “Fábio” é o sujeito, “é irritado” é o predicado e “irritado” é o predicativo do sujeito. 

Predicativo do objeto 

  • Característica do objeto;
  • Por exemplo: “Fábio chutou o balde amarelo”. Nessa frase, “Fábio” é o sujeito, “chutou o balde amarelo” é o predicado, “o balde” é o objeto direto e “amarelo” é o predicativo do objeto.

Complemento nominal 

  • Termo que completa o sentido de um substantivo, adjetivo e advérbio por meio de uma preposição;
  • Por exemplo: “Ana ficou descontente com a sua atitude”. Nessa frase, “Ana” é o sujeito, “ficou descontente com a sua atitude” é o predicado, “descontente” é o predicativo do sujeito e “com a sua atitude” é o complemento nominal.

Agente da passiva 

  • Quem pratica a ação expressa pelo verbo principal da oração;
  • Por exemplo: “Fábio foi intimidado por João”. Nessa frase, “João” é o agente da passiva porque foi ele quem praticou a intimidação contra Fábio.

Adjunto adverbial 

  • Termo da oração que indica uma circunstância (lugar, finalidade, tempo, intensidade, causa ou modo), podendo mudar o sentido de um verbo, de um adjetivo, de um advérbio ou da oração inteira;
  • Por exemplo: “Fábio estava irritado antes de chutar o balde”. Nessa frase, “Fábio” é o sujeito, “estava irritado antes de chutar o balde” é o predicado, “irritado” é o predicativo do sujeito e “antes de chutar o balde” é o adjunto adverbial de tempo.

Adjunto adnominal 

  • Termo que caracteriza, qualifica, especifica ou quantifica um substantivo;
  • Por exemplo: “Ana ficou descontente com a sua atitude malcriada”. Nessa frase, “Ana” é o sujeito, “ficou descontente com a sua atitude malcriada” é o predicado, “descontente” é o predicativo do sujeito e “com a sua atitude” é o complemento nominal e “malcriada” é o adjunto adnominal.

Aposto 

  • Termo capaz de explicar ou resumir o significado de outro termo, geralmente aparecendo entre vírgulas ou antecedido por dois pontos na oração;
  • Por exemplo: “Fábio, meu primo, chutou o balde”. Nessa frase, “meu primo” é o aposto.

Vocativo 

  • Termo que expressa chamamento ou convocação;
  • Por exemplo: “Fábio, venha aqui pegar o balde”. Nessa frase, “Fábio” é o vocativo.

Afinal, qual é a diferença entre classe e função?

Conforme exposto acima, a classe gramatical é definida através da análise morfológica da palavra, independentemente de sua posição na oração. 

Já a função sintática é definida pela análise da relação que cada palavra estabelece com outras dentro de uma oração.

Onde estudar classe e função?

A gramática é uma disciplina comum no curso de Letras, seja a licenciatura ou bacharelado.

Caso você queira aprofundar os estudos e ingressar em uma formação de nível superior, é fundamental optar por uma instituição de ensino reconhecida pelo MEC. A seguir, você pode conferir alguns exemplos:

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