Saiba o que é uma preposição e como usar da forma correta
Preposição é a palavra que estabelece uma relação entre dois ou mais termos da oração. Essa relação é do tipo subordinativa, ou seja, entre os elementos ligados pela preposição não há sentido dissociado, separado, individualizado; ao contrário, o sentido da expressão é dependente da união de todos os elementos que a preposição vincula.
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Exemplos:
- Os amigos de João estranharam o seu modo de vestir.
…[amigos de João / modo de vestir: elementos ligados por preposição]
…[de: preposição]
- Ela esperou com entusiasmo aquele breve passeio.
…[esperou com entusiasmo: elementos ligados por preposição]
…[com: preposição]
Esse tipo de relação é considerada uma conexão, em que os conectivos cumprem a função de ligar elementos. A preposição é um desses conectivos e se presta a ligar palavras entre si num processo de subordinação denominado regência.
Diz-se regência devido ao fato de que, na relação estabelecida pelas preposições, o primeiro elemento – chamado antecedente – é o termo que rege, que impõe um regime; o segundo elemento, por sua vez – chamado consequente – é o temo regido, aquele que cumpre o regime estabelecido pelo antecedente.
Exemplos:
- A hora das refeições é sagrada.
…[hora das refeições: elementos ligados por preposição]
…[de + as = das: preposição]
…[hora: termo antecedente = rege a construção “das refeições”]
…[refeições: termo consequente = é regido pela construção “hora da”]
- Alguém passou por aqui.
…[passou por aqui: elementos ligados por preposição]
…[por: preposição]
…[passou: termo antecedente = rege a construção “por aqui”]
…[aqui: termo consequente = é regido pela construção “passou por”]
As preposições são palavras invariáveis, pois não sofrem flexão de gênero, número ou variação em grau como os nomes, nem de pessoa, número, tempo, modo, aspecto e voz como os verbos.
No entanto em diversas situações as preposições se combinam a outras palavras da língua (fenômeno da contração) e, assim, estabelecem uma relação de concordância em gênero e número com essas palavras às quais se liga.
Mesmo assim, não se trata de uma variação própria da preposição, mas sim da palavra com a qual ela se funde.
Exemplos:
- de + o = do
- por + a = pela
- em + um = num
Veja também:
+ O que é gênero do substantivo?
Uso da Preposição
Algumas particularidades no uso das preposições:
1. O sujeito das orações reduzidas de infinitivo não deve vir contraído com uma preposição.
Exemplo:
- A maneira dele estudar não é correta. [Inadequado]
- A maneira de ele estudar não é correta. [Adequado]
- A maneira de nós estudarmos não é correta. [Adequado]
2. A preposição “a” não deve ser utilizada após a preposição “perante”.
Exemplo:
- Quando o resultado das provas foi divulgado, ela chorou perante a todos. [Inadequado]
- Quando o resultado das provas foi divulgado, ela chorou perante todos. [Adequado]
3. Do mesmo modo, não podemos utilizar a preposição “a” depois da preposição “após”.
1º Exemplo
- Todos nos reunimos após à reunião. [Inadequado]
- Todos nos reunimos após a reunião. [Adequado]
2 º Exemplo
- O retorno dos alunos após ao intervalo é sempre tumultuado. [Inadequado]
- O retorno dos alunos após o intervalo é sempre tumultuado. [Adequado]
4. A preposição “desde” não admite em sua sequência a preposição “de”.
Exemplo:
- Estamos esperando aqui desde das 12 h. [Inadequado]
- Estamos esperando aqui desde as 12 h. [Adequado]
5. Em vez de utilizar a preposição “após” antes de verbos no particípio, prefira a locução “depois de”.
Exemplo:
- O aluno partiu após difundida a notícia. [Inadequado]
- O aluno partiu depois de difundida a notícia. [Adequado]
Saiba mais sobre o uso das preposições:
Omissão das preposições
Antes de alguns advérbios de tempo, modo e lugar, a preposição pode ou não ser omitida.
1º Exemplo
- Chegarão domingo. [Adequado]
- Chegarão no domingo. [Adequado]
2º Exemplo
- O filho, cabeça baixa, ouvia a reprimenda. [Adequado]
- O filho, de cabeça baixa, ouvia a reprimenda. [Adequado]
A crase e as preposições
A crase não deve ser empregada junto a algumas preposições.
Dois casos, no entanto, devem ser observados quanto ao emprego da crase. Trata-se das preposições “a” e “até” empregadas antes de palavra feminina.
Essas únicas exceções se devem ao fato de ambas indicarem, além de outras, a noção de movimento.
Por isso, com relação à preposição “a” torna-se obrigatório o emprego da crase, já que haverá a fusão entre a preposição “a” e o artigo “a” (ou a simples possibilidade de emprego desse artigo).
Já a preposição “até” admitirá a crase somente se a ideia expressa apontar para movimento.
1º Exemplo
- A entrada será permitida mediante à entrega da passagem. [Inadequado]
- A entrada será permitida mediante a entrega da passagem. [Adequado]
2º Exemplo
- Desde à assembleia os operários clamavam por greve. [Inadequado]
- Desde a assembleia os operários clamavam por greve. [Adequado]
3º Exemplo
- Os médicos eram chamados a sala de cirurgia. [Inadequado]
- Os médicos eram chamados à sala de cirurgia. [Adequado]
…[termo regente: chamar a / “a” = preposição indicativa de movimento]
…[termo regido: (a) sala / “a” = artigo]
…[sala: palavra feminina]
4 º Exemplo
- Os escravos eram levados vagarosamente até a senzala.
- Os escravos eram levados vagarosamente até à senzala.
…[termo regente: levar a / “a” = preposição indicativa de movimento]
…[termo regido: (a) senzala / “a” = artigo]
…[senzala: palavra feminina]
Observe que não foi apontado no 4º exemplo o uso inadequado e adequado das ocorrências de crase. Isso se dá porque atualmente no Brasil o emprego da crase diante da preposição “até” é facultativo.
Uso das locuções prepositivas
Certas construções da língua portuguesa constituem casos em que determinados termos se combinam de tal forma que não é permitida a variação seja qual for o contexto em que estão inseridas. Normalmente, trata-se de locuções (conjunto de palavras que formam uma unidade expressiva).
As locuções prepositivas são elementos que não variam em gênero (feminino ou masculino) e número (singular ou plural). São, por isso, expressões fixas na língua portuguesa. A forma fixa dessas locuções, porém, não se resume à variação de gênero e número.
No decorrer da história da língua portuguesa, determinadas formas se consagraram. Muitos gramáticos postulam a adequação de uma forma e não outra para a língua escrita. Por isso, o emprego inadequado dessas construções configura-se um problema de linguagem.
Vejamos alguns exemplos frequentes de uso inadequado de locuções prepositivas:
1º Exemplo
- A nível de experiência, tudo é válido. [Inadequado]
- Em nível de experiência, tudo é válido. [Adequado]
2º Exemplo
- Eles estavam em vias de cometer uma loucura. [Inadequado]
- Eles estavam em via de cometer uma loucura. [Adequado]
A seguir, alguns exemplos de locuções em uso inadequado:
EMPREGO INADEQUADO EMPREGO ADEQUADO
a nível de em nível de
à medida em que na medida em que
ao mesmo tempo que ao mesmo tempo em que
apesar que apesar de que
de modo a de modo que
a longo prazo em longo prazo
em vias de em via de
ao ponto de a ponto de
de vez que uma vez que / portanto
Note que o uso corrente das inadequações promove substituição ou supressão das preposições que compõem a expressão.
Além disso, é importante ressaltar que, embora estejamos nos referindo apenas às locuções prepositivas, o mesmo princípio pode ser aplicado às locuções conjuncionais ou locuções adverbiais. Vejamos, por exemplo, um caso em que a inadequação recai sobre uma locução adverbial:
- Os amigos, na surdina, combinavam sobre tua festa. [Inadequado]
- Os amigos, à surdina, combinavam sobre tua festa. [Adequado]
A regência e o uso de preposições
Na construção de uma unidade significativa, algumas palavras exigem o acompanhamento de outros elementos da língua. Essa relação de dependência com vistas à formação de um significado é chamada regência.
A regência pode ser direta, quando a relação de dependência é imediata, ou indireta, quando ela é intermediada por outros elementos da língua, como as preposições.
A regência do substantivo sobre o adjetivo (como em “a menina bonita”), ou do verbo transitivo direto sobre seu complemento (ex.: “Maria ama Pedro”) se dá de forma direta, enquanto a regência do substantivo sobre outro substantivo (como em “a filha de Maria”) ou de um verbo transitivo indireto sobre seu complemento (ex.: “Maria gosta de Pedro”) se faz necessariamente por meio de uma preposição.
Nos casos de regência indireta, é preciso observar que nem todas as preposições podem desempenhar o papel de ligar o regente ao regido.
Além disso, o uso de uma ou outra preposição pode provocar alterações de significado bastante consideráveis (ex.: “ir para casa”, “ir de casa”, “ir na casa”, etc.).
Por isso, é preciso estar atento para o conjunto de preposições exigidas pelo regente, e para as implicações do seu uso.
A seguir alguns verbos da língua portuguesa que envolvem problemas frequentes quanto à regência:
Construção Inadequada X Construção Adequada
1 º Exemplo: namorar com; namorar
- Suzana continuava a dizer que namorava com Mário. [Inadequado]
- Suzana continuava a dizer que namorava Mário. [Adequado]
2º Exemplos: repetir de (ano); repetir o (ano)
- Meus pais não suportariam se eu repetisse de ano! [Inadequado]
- Meus pais não suportariam se eu repetisse o ano! [Adequado]
As preposições e o ensino superior
Para quem pretender ingressar em um curso de graduação, a compreensão das regras e uso das preposições é fundamental, seja para a resolução de questões de vestibulares ou até mesmo para o desenvolvimento de uma boa redação.
Quem gosta deste tema também pode se aprofundar em cursos relacionados à área, como o bacharelado ou licenciatura em Letras, por exemplo.
Existem diversas formas de ingressar em um curso de nível superior e as mais comuns incluem os vestibulares de universidades federais, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), por meio dos programas do governo.
Nas instituições privadas, o ingresso normalmente acontece de forma direta ou intermediada por um terceiro, com possibilidade de descontos e bolsas de estudo, a depender do caso.
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- Estácio – Universidade Estácio de Sá
- USJT – Universidade São Judas Tadeu
- FMU – Centro Universitário
- Unicsul – Cruzeiro do Sul
- Belas Artes
- UNISA
- UNIP
O reconhecimento do MEC também é importante nos cursos a distância. Este é o caso da UFBRA, parceira da Quero reconhecida pelo órgão com nota máxima, que oferece mais de 70 tipos de cursos superiores com mensalidades acessíveis e ingresso simplificado. Caso queira saber mais detalhes, basta clicar no link abaixo:
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