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Variantes Linguísticas: tipos, exemplos e exercícios

Variantes Linguísticas: veja tipos, exemplos e exercícios

Uma língua nunca é falada de maneira uniforme pelos seus usuários: ela está sujeita a muitas variações e se movimenta todos os dias. A linguagem sempre se transforma, e com isso, novas variantes surgem.

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Por isso, as variantes (ou variações) linguísticas são sempre estudadas. Elas podem variar em muitos aspectos como o local, a época, a regionalidade, a cultura, entre outros.

Para que você possa compreender melhor como funcionam as variantes linguísticas e como essa matéria aparece nos vestibulares, confira nosso material:

Quais os 4 tipos de variantes linguísticas

Histórica ou Diacrônica

Essa variação é de época para época: sabemos por exemplo, que o português de nossos antepassados é diferente do que falamos hoje.

A variante linguística histórica ou diacrônica, é um aspecto da língua que se refere às mudanças que ocorrem na linguagem ao longo do tempo. É uma abordagem que estuda a evolução da língua ao longo de sua história, analisando as transformações nas formas de pronúncia, vocabulário, gramática e sintaxe.

Exemplo: a palavra “você” que antigamente era “vosmecê”, e antes ainda “Vossa Mercê”. Hoje, você já pode vê-la contraída em “cê” ou, na linguagem da internet, “vc”.

Geográfica ou Diatópica

Já está variação, é de região para região: no Brasil, por exemplo, o carioca, o baiano, o paulista e o gaúcho falam de maneiras nitidamente distintas.

A variante linguística geográfica ou diatópica é uma forma de variação da língua que ocorre de acordo com a região geográfica onde é falada. Isso significa que a língua pode apresentar diferenças de pronúncia, vocabulário, gramática e sintaxe entre as diferentes regiões em que é utilizada.

Essa variação linguística pode ser identificada em diferentes níveis, como no uso de expressões regionais, gírias locais, sotaques e dialetos. Por exemplo, o português falado no Brasil, além das diferenças regionais, também apresenta diferenças em relação ao português de Portugal e outros países onde a língua é falada.

Um exemplo é a palavra “mandioca”. Esse mesmo alimento pode ser chamado de: aipim, macaxeira, castelinha, maniva, entre outros.

Social ou Diastrática

Já essa variação se trata das diferenças linguísticas de grupo social para grupo social: pessoas que moram em bairros ditos ‘nobres’, falam diferente dos que moram na periferia.

Costuma-se distinguir o português das pessoas mais prestigiadas socialmente (impropriamente chamada de fala culta ou norma culta) e o das pessoas de grupos sociais menos prestigiados (a fala popular ou norma popular).

Geralmente há uma diferença fonológica ou morfossintática. Confira alguns exemplos:

Fonológica: “pobrema” no lugar de “problema”. “Bicicreta” em vez de “bicicleta”.

Morfossintática: “cinco real” em vez de “cinco reais”. “Eu vi ela” no lugar de “eu a vi”.

Situacional ou diafásica

Por último, temos a variação de situação para situação: cada uma das variantes pode ser falada com mais cuidado e vigilância (a fala formal) e de modo mais espontâneo e menos controlado (a fala informal).

Um professor universitário ou um juiz falam de um modo na faculdade ou no tribunal e de outro numa reunião de amigos, em casa e em outras situações informais.

Exemplo: você pode se despedir de um amigo dizendo “Falou, mano, té mais!”.

E comumente, você deve se dirigir a uma vizinha mais velha com: “Bom dia, senhora! Como vai?”

Além dessas, há outras variações, como, por exemplo, o modo de falar de grupos profissionais, a gíria própria de faixas etárias diferentes, a língua escrita e oral. Esses último tipos, podem ser chamados de variações estilísticas.

Exemplos de variantes linguísticas

Variantes Linguísticas: veja tipos, exemplos e exercícios

Vamos conferir alguns tipos de variações regionais da língua no Brasil. Antes, confira alguns tipos de dialetos regionais existentes no país:

• Baiano

• Brasiliense 

• Caipira 

• Carioca 

• Florianopolitano ou manezinho da ilha 

• Fluminense 

• Gaúcho 

• Mineiro 

• Nordestino central 

• Nortista 

• Paulistano 

• Recifense 

• Serra amazônica 

• Sulista 

Importante lembrar que além de variantes escritas ou faladas, há o sotaque, as expressões e outros aspectos que influenciam nas variantes linguísticas.

Veja algumas palavras que variam regionalmente:

  • abóbora, jerimum, moranga;
  • sacolé, dindim, geladinho;
  • tapioca, beiju;
  • totó, pebolim, matraquilhos;
  • fruta-do-conde, pinha, ata, anona.
  • pipa, papagaio, arraia;
  • menino, guri, piá.


Qual a variante linguística correta?

Diante de tantas variantes linguísticas, é inevitável se perguntar: “qual delas é a correta.” E a resposta na verdade é simples: não existe a mais correta.

Claro que, falando em termos absolutos. Isso por não há uma variante mais ou menos correta, mas sim, a mais adequada a cada contexto. Dessa maneira, fala bem aquele que se mostra capaz de escolher a variante adequada a cada situação e consegue o máximo de eficiência dentro da variante escolhida.

Usar o português rígido, próprio da língua escrita formal, numa situação descontraída da comunicação oral é falar de modo inadequado. Soa como pretensioso, pedante, artificial.

Por outro lado, é inadequado em situação formal usar gírias, termos chulos, desrespeitosos, fugir das normas típicas dessa situação.

Quando se fala das variantes, é preciso não perder de vista que a língua é um código de comunicação e também um fato com repercussões sociais. Há muitas formas de dizer que não perturbam em nada a comunicação, mas afetam a imagem social do falante.

O principal cuidado que se deve ter, é tornar a linguagem o mais acessível possível, principalmente considerando os níveis educacionais de cada lugar e o acesso a determinadas informações que podem rebuscar a fala.

No Brasil, sabemos que esse ensino ainda é fraco, então é essencial cuidar para se fazer entender para todos os públicos. E, ainda mais importante: cuidar para não cometer preconceito linguístico.

O que é preconceito linguístico?

De forma resumida, o preconceito linguístico é uma forma de discriminação baseada no modo como as pessoas falam ou escrevem, seja por conta de sotaques regionais, gírias, dialetos, erros gramaticais, entre outros aspectos linguísticos.

Infelizmente, o preconceito linguístico está diretamente ligado com as variações linguísticas. Isso porque muitas vezes, essas variações são confundidas com a norma formal ou informal da língua, e colocadas como superiores ou inferiores.

Assim, as pessoas que falam com sotaques ou dialetos diferentes do padrão considerado “correto” muitas vezes são estigmatizadas e podem sofrer discriminação ou exclusão social.

É preciso lembrar que mesmo com a existência de uma norma-padrão, a língua sempre se transforma e passa por variações dependendo dos vários aspectos que já vimos anteriormente. Portanto, não há língua mais ou menos bonita, nem melhor ou pior.

Todas deve ser respeitadas em todos os espaços, e observadas como diversidade.

Exercícios de variantes linguísticas

Variantes Linguísticas: veja tipos, exemplos e exercícios

Separamos alguns exercícios que caíram em vestibulares importantes do país para você observar os modelos de situações em que a variação linguística pode ser trabalhada nessas provas.

Confira e treine o que aprendeu:

Exercício 1 – (ENEM/2010)

“Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu… Já os paraibanos trocam o pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.”

Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).

Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se:
a) no uso do léxico.
b) na fonologia
c) na estruturação morfológica.
d) no grau de formalidade.
e) na organização sintática.



Exercício 2 – (ENEM)

Mandinga — Era a denominação que, no período das grandes navegações, os portugueses davam à costa ocidental da África. A palavra se tornou sinônimo de feitiçaria porque os exploradores lusitanos consideram bruxos os africanos que ali habitavam — é que eles davam indicações sobre a existência de ouro na região. Em idioma nativo, mandinga designava terra de feiticeiros. A palavra acabou virando sinônimo de feitiço, sortilégio.

(COTRIM, M. O pulo do gato 3. São Paulo: Geração Editorial, 2009. Fragmento)

No texto, evidencia-se que a construção do significado da palavra mandinga resulta de um(a)

a) contexto sócio-histórico.

b) diversidade técnica.

c) descoberta geográfica.

d) apropriação religiosa.

e) contraste cultural.

Exercício 3 – (Unicamp)

No dia 21 de setembro de 2015, Sérgio Rodrigues, crítico literário, comentou que apontar um erro de português no título do filme Que horas ela volta? “revela visão curta sobre como a língua funciona”. E justifica:

“O título do filme, tirado da fala de um personagem, está em registro coloquial. Que ano você nasceu? Que série você estuda? e frases do gênero são familiares a todos os brasileiros, mesmo com alto grau de escolaridade. Será preciso reafirmar a esta altura do século 21 que obras de arte têm liberdade para transgressões muito maiores?

Pretender que uma obra de ficção tenha o mesmo grau de formalidade de um editorial de jornal ou relatório de firma revela um jeito autoritário de compreender o funcionamento não só da língua, mas da arte também.”

(Adaptado do blog Melhor Dizendo. Post completo disponível em http:// www melhordizendo.com/a-que-horas-ela-volta-em-que-ano-estamos-mesmo/. Acessado em 08/06/2016.)

Entre os excertos de estudiosos da linguagem reproduzidos a seguir, assinale aquele que corrobora os comentários do post.

a) Numa sociedade estruturada de maneira complexa a linguagem de um dado grupo social reflete-o tão bem como suas outras formas de comportamento. (Mattoso Câmara Jr., 1975, p. 10.)

b) A linguagem exigida, especialmente nas aulas de língua portuguesa, corresponde a um modelo próprio das classes dominantes e das categorias sociais a elas vinculadas. (Camacho, 1985, p. 4.)

c) Não existe nenhuma justificativa ética, política, pedagógica ou científica para continuar condenando como erros os usos linguísticos que estão firmados no português brasileiro. (Bagno, 2007, p. 161.)

d) Aquele que aprendeu a refletir sobre a linguagem é capaz de compreender uma gramática – que nada mais é do que o resultado de uma (longa) reflexão sobre a língua. (Geraldi, 1996, p. 64.)

Exercício 4 – (UEFS)

A língua sem erros

Nossa tradição escolar sempre desprezou a língua viva, falada no dia a dia, como se fosse toda errada, uma forma corrompida de falar “a língua de Camões”. Havia (e há) a crença forte de que é missão da escola “consertar” a língua dos alunos, principalmente dos que frequentam a escola pública. Com isso, abriu-se um abismo profundo entre a língua (e a cultura) própria dos alunos e a língua (e a cultura) própria da escola, uma instituição comprometida com os valores e as ideologias dominantes. Felizmente, nos últimos 20 e poucos anos, essa postura sofreu muitas críticas e cada vez mais se aceita que é preciso levar em conta o saber prévio dos estudantes, sua língua familiar e sua cultura característica, para, a partir daí, ampliar seu repertório linguístico e cultural.

BAGNO, Marcos. A língua sem erros. Disponível em: http://marcosbagno.files.wordpress.com. Acesso em: 5 nov. 2014.

De acordo com a leitura do texto, a língua ensinada na escola

a) ajuda a diminuir o abismo existente entre a cultura das classes consideradas hegemônicas e das populares.

b) deve ser banida do ensino contemporâneo, que procura basear-se na cultura e nas experiências de vida do aluno.

c) precisa enriquecer o repertório do aluno, valorizando o seu conhecimento prévio e respeitando a sua cultura de origem.

d) tem como principal finalidade cercear as variações linguísticas que comprometem o bom uso da língua portuguesa.

e) torna-se, na contemporaneidade, o grande referencial de aprendizagem do aluno, que deve valorizá-la em detrimento de sua variação linguística de origem.

Exercício 5

“No mundo nom me sei parelha,
mentre me for como me vai;
ca ja moiro por vós, e ai!,
mia senhor branca e vermelha,
queredes que vos retraia
quando vos eu vi em saia?
Mao dia me levantei,
que vos entom nom vi feia!”

(Cantiga da Ribeirinha, Paio Soares de Taveirós)

No trecho do cantiga trovadoresca acima, temos um exemplo de:

a) variação geográfica
b) variação diatópica
c) variação histórica
d) variação social
e) variação situacional

Conseguiu treinar um pouco? O gabarito das questões está logo abaixo. Confira seus acertos e siga exercitando seu conhecimento nas variantes linguísticas!

Gabarito:
1) b
2) a
3) c
4) c
5) c

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